quarta-feira, 27 de julho de 2011

REDSOL no interior de São Paulo.

Representantes da empresa Redsol Energy estiveram em Águas de São Pedro na última segunda-feira para oficializar a proposta de construção de uma usina de geração de energia elétrica. No mês de abril, em reunião com prefeitos e representantes de nove municípios da região, a empresa espanhola apresentou um projeto que promete solucionar o problema com o destino final do lixo urbano das cidades de Águas de São Pedro, São Pedro, Santa Maria da Serra, Charqueada, Brotas, Ipeúna, Itirapina, Torrinha e Araras.
Durante o encontro, o secretário de Meio Ambiente de Águas de São Pedro, Raymundo Lázaro Profício, falou sobre as intenções da Redsol, que foi representada por Jorge Prates e Percisal Jorge Fidelis. 'Por meio de um consórcio intermunicipal, essa empresa pretende construir em 18 meses uma usina que irá transformar todo lixo orgânico produzido nos municípios em energia, sem nenhum prejuízo ao meio ambiente', explicou Profício.
Para que essa usina seja construída, Percival Fidelis explicou que é fundamental que os municípios se comprometam em oferecer a matéria-prima, ou seja, todo lixo produzido nas cidades deverão ser levados pelas prefeituras à unidade da RedSol. 'A empresa investirá 100% na construção, enquanto os associados (Prefeituras) ficam com a responsabilidade de nos fornecer todo resíduo sólido urbano, de animal, vegetal, de indústria e lodo da estação de tratamento de esgoto produzido na cidade', disse Fidelis, ao ressaltar que, além da doação em comodato do terreno, a concessão para prestação de serviço da usina será de 25 anos.
Sobre a construção da usina, a proposta é que o espaço tenha capacidade de receber até mil toneladas de lixo por dia. Armazenados em tanques fechados feitos de concreto, o ambiente estará livre de vazamento de chorume e mau cheiro. 'Com esse acordo, as prefeituras deixariam de pagar cerca de R$ 85 por tonelada de lixo colocada nos aterros'.
Questionado sobre a vantagem da empresa, Fidelis explicou que o lucro da Redsol seria obtido por meio da comercialização do biogás e da transformação do lixo em adubo. Usinas que utilizam essa tecnologia já funcionam em vários países do mundo, como Espanha, Italália e também no Oriente Médio.
O prefeito de Águas, Paulo Ronan, destacou a importância da instalação da usina. 'É sem dúvida um trabalho fantástico. Principalmente porque as prefeituras não teriam custo nenhum; apenas fazer o transporte do lixo até a área pública cedida', disse, ao salientar que a medida também irá acabar com os lixões e aterros sanitários. 'Agora temos que trabalhar com as questões burocráticas, já que os municípios precisam da aprovação da Câmara Municipal'.
Processo
Acabar com despejo de resíduos em aterro sanitário é a principal proposta da Redsol. Por meio da tecnologia chamada de Metanização-Gaseificação ou biogás, o processo que será desenvolvido na usina consiste na fermentação anaeróbia dos componentes orgânicos dos RSU (Resíduos Sólidos Urbanos). Dessa maneira, os resíduos orgânicos irão se decompor em várias etapas até chegar ao produto final, o biogás, uma mistura de dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4).
'Essa fermentação é causada por bactérias ou microorganismos que se desenvolvem em ambientes sem oxigênio. Assim, esse tipo de degradação envolve a série de ação sobre determinadas famílias de bactérias'.
Fidelis explicou que o biogás tem a vantagem de reduzir o odor produzido pelo decaimento e carga de poluição de matéria orgânica em si. Dessa maneira, com a ausência de oxigênio, existe a redução de microorganismos, que podem causar doenças em humanos e animais a níveis seguros em menos tempo do que outros tratamentos.
'Além de gerar combustível, a fermentação anaeróbia da matéria orgânica produz um resíduo chamados Composto - nutriente que melhora a estrutura do solo, ajuda a reduzir a erosão e ajuda a absorção de água e nutrientes pelas plantas'.
Fonte: Gazeta de Piracicaba

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