quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Opinião sobre a COP16

A COP16 em Cancún chegou ao fim e foi festejada como um grande sucesso pelas autoridades presentes no México. Quem mais comemorou foi a própria ONU, pois o resultado da conferência garantiu que o formato multilateral das negociações voltasse a ter credibilidade.
Mas apesar do que nos dizem os ministros e as capas dos grandes jornais, será mesmo que existe motivo para comemorar a COP16?
O problema de Cancún não foi o seu resultado e sim o seu início. Quando ficou definido que os delegados não iriam debater um acordo com força de lei para limitar as emissões para ao invés disso se focar em questões pontuais, a COP16 já estava destinada a ser pouco relevante.
Foi um sucesso por ter conseguido alcançar as metas que se propôs? Foi. Essas metas representam um grande avanço no combate às mudanças climáticas? Não.
Mesmo o financiamento climático e REDD ainda não estão detalhados o suficiente para que possam ser comemorados como progressos reais.
Some-se a isso o fato do Protocolo de Quioto ter saído da COP16 em situação ainda mais precária do que entrou. O texto sobre ele no acordo de Cancún traz um misterioso “será definido o mais rápido possível".
No fim, todas as questões fundamentais ficaram para ser resolvidas ano que vem na África do Sul. Dessa forma, a pressão sobre os negociadores da COP17 será imensa, dificilmente haverá tolerância para mais um atraso nas decisões.
Será então que foi mesmo uma boa idéia resumir Cancún a apenas questões pontuais? Veremos em 2011.
Fonte: Carbono Brasil

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