sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Perspectivas e desafios da Energia Solar

O desafio é atingir, segundo o especialista, de 0,2% a 2% da matriz energética nos próximos dois anos. Mas por enquanto, só há uma fábrica que faz as células solares no país, de acordo com Baldini. Ele explicou também que o Brasil tem a segunda maior insolação do mundo, só perdendo para o Saara. Em Santa Catarina, que tem menos sol, há 60% mais capacidade do que o melhor lugar da Alemanha, um dos países que mais investiu em energia solar. Já está em vigor a resolução da Aneel, que prevê a possibilidade de as pessoas produzirem energia - solar, por exemplo, em seus telhados - e colocarem na rede. ANEEL aprova regras para facilitar a geração de energia nas unidades consumidoras (manchete publicada em 17/04/2012) A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou hoje (17/04) regras destinadas a reduzir barreiras para instalação de geração distribuída de pequeno porte, que incluem a microgeração, com até 100 KW de potência, e a minigeração, de 100 KW a 1 MW. A norma cria o Sistema de Compensação de Energia, que permite ao consumidor instalar pequenos geradores em sua unidade consumidora e trocar energia com a distribuidora local. A regra é válida para geradores que utilizem fontes incentivadas de energia (hídrica, solar, biomassa, eólicae cogeração qualificada). Pelo sistema, a unidade geradora instalada em uma residência, por exemplo, produzirá energia e o que não for consumido será injetado no sistema da distribuidora, que utilizará o crédito para abater o consumo dos meses subsequentes. Os créditos poderão ser utilizados em um prazo de 36 meses e as informações estarão na fatura do consumidor, a fim de que ele saiba o saldo de energia e tenha o controle sobre a sua fatura. Os órgãos públicos e as empresas com filiais que optarem por participar do sistema de compensação também poderão utilizar o excedente produzido em uma de suas instalações para reduzir a fatura de outra unidade. Medição O consumidor que instalar micro ou minigeração distribuída será responsável inicialmente pelos custos de adequação do sistema de medição necessário para implantar o sistema de compensação. Após a adaptação, a própria distribuidora será responsável pela manutenção, incluindo os custos de eventual substituição. Além disso, as distribuidoras terão até 240 dias após a publicação da resolução para elaborar ou revisar normas técnicas para tratar do acesso desses pequenos geradores, tendo como referência a regulamentação vigente, as normas brasileiras e, de forma complementar, as normas internacionais. Vantagens A geração de energia elétrica próxima ao local de consumo ou na própria instalação consumidora, chamada de “geração distribuída”, pode trazer uma série de vantagens sobre a geração centralizada tradicional, como, por exemplo, economia dos investimentos em transmissão, redução das perdas nas redes e melhoria da qualidade do serviço de energia elétrica. Como a regra édirecionada ageradores que utilizem fontes renováveis de energia, a agência espera oferecer melhores condições para o desenvolvimento sustentável do setor elétrico brasileiro, com aproveitamento adequado dos recursos naturais e utilização eficiente das redes elétricas. O assunto foi amplamente discutido com a sociedade em uma consulta e uma audiência pública. A audiência ficou aberta no período de 08/08/2011 a 14/10/2011 e, ao todo, foram recebidas 403 contribuições de agentes do setor, universidades, fabricantes, associações, consultores, estudantes e políticos. Descontos da TUSD e TUST Paralelamente ao sistema de compensação de energia, a ANEEL aprovou novas regras para descontos na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição – TUSD e na Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão – TUST para usinas maiores (de até 30 MW) que utilizarem fonte solar: •Para os empreendimentos que entrarem em operação comercial até 31 de dezembro de 2017, o desconto de 80% será aplicável nos 10 primeiros anos de operação da usina •O desconto será reduzido para 50% após o décimo ano de operação da usina •Para os empreendimentos que entrarem em operação comercial após 31 de dezembro de 2017, mantém-se o desconto de 50% nas tarifas Alemães batem recorde em energia solar. Enquanto isso, no Brasil... Pouco mais de um terço da energia solar gerada hoje no mundo está na Alemanha. Dos 15 gigawatts (GW), 5,3 GW são produzidos pelos alemães, que com isso levam o honroso título de maior produtor e consumidor de energia solar do mundo. Somente em 2009, cerca de 3GW a mais foram instalados, o equivalente à produção de três usinas de carvão de grande porte ou três usinas nucleares. O recorde alemão ocorre graças ao plano do governo lançado há alguns anos que criou diversos incentivos fiscais e fontes de financiamento para promover o uso dos painéis solares fotovoltaicos no país. E enquanto isso, no Brasil, crescem os investimentos em termelétricas. Da energia nova contratada nos leilões de energia do governo Lula, 63% são de termelétricas e 37% de hidrelétricas, como informou a jornalista Miriam Leitão. Sem falar nos investimentos que serão feitos na construção de Angra 3, que consumirão quase R$ 7 bilhões. Assim, o Brasil vai na contramão da história, sujando sua matriz energética e aumentando suas emissões de gases do efeito estufa. Sem falar no desperdício de seu enorme potencial solar. Segundo o Atlas Brasileiro de Energia Solar, produzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a média diária de radiação solar que incide sobre o território brasileiro ao longo de um ano é de 5,5 quilowatts-hora por metro quadrado. Índice equivalente ao do Deserto do Saara. “O lugar menos ensolarado do Brasil recebe 40% mais energia solar do que o lugar mais ensolarado da Alemanha”, ressalta o especialista Ricardo Rüther, do Laboratório de Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Vale lembrar que o Proinfa, programa do governo lançado em 2004 para estimular o uso de energias renováveis, previa que cerca de 3,3 mil megawatts (MW) de fontes alternativas entrassem no sistema até 2008. No entanto, levantamento feito esse ano mostrou que apenas 1,9 mil MW estavam sendo de fato gerados. Fonte: DIÁRIO DE COPENHAGE. .

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