segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Caravana Sustentável

FCMCG conhece experiências de sucesso na área de mudanças climáticas em SC
Reduzir as emissões de gases de efeito estufa apostando na utilização de energia limpa e com o com metas a partir de inventário. Esse objetivo já é realidade em Santa Catarina, ainda que não existam políticas públicas globais que incentivem tais práticas. A partir dessa realidade, um grupo de integrantes do Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas Globais de Santa Catarina visitou, nos dias 11 e 12, duas importantes iniciativas privadas no estado.

A primeira delas é a Celulose Irani, cuja matriz fica em Vargem Bonita, no meio oeste catarinense. A empresa, que caminha para os 70 anos de existência, apostou faz alguns anos na sustentabilidade como carro-chefe de sua atuação e foi uma das pioneiras em inventariar (a partir da metodologia do IPCC) suas emissões e a conquistar o status de empresa Carbono Neutro – retira mais carbono da atmosfera do que emite. Entre as ações que fizeram a Irani alcançar a redução de 77% de suas emissões (de 2006 a 2008) estão a usina de co-geração, implantada em 2005 - a qual utiliza como combustível os restos da madeira que não são aproveitados para a celulose – e a estação de tratamento de efluentes, modernizada em 2007, que devolve água limpa aos rios da região.
Por conta desses dois projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), a Irani foi a primeira empresa brasileira do setor de papel e embalagem e a segunda do mundo a possuir créditos de carbono. Além disso, as áreas florestais de pinus Taeda da Irani em SC são manejadas de acordo com práticas ambientais mundialmente conhecidas e certificadas pelo FSC (Forest Stewardship Council A C). Soma-se a isso a manutenção de áreas de florestas de araucária, nativas da região.
Já a experiência na solução de um dos graves problemas ambientais do estado – a poluição da economia de suinocultura – foi o destino da caravana no dia 12 de novembro. Os foristas conheceram o trabalho desenvolvido na Granja São Roque, em Videira. A propriedade, tradicional na região há décadas, no início do século estava praticamente inviabilizada pelos danos ambientais. Com uma visão moderna e comprometida com a sociedade e o meio ambiente, os novos proprietários, a Família Paqual, remodelaram a granja, transformando o que antes era um dano irreversível (o dejeto suíno) em biomassa para gerar energia elétrica limpa. Para isso, contam com o apoio de entidades e centros de pesquisa que querem contribuir para o aperfeiçoamento e disseminação desse conceito.

Além da visão ambiental, a propriedade será pioneira na geração de energia distribuída no estado. Venceu leilão promovido pela Celesc Geração realizado no segundo semestre deste ano e a partir de janeiro próximo venderá a energia limpa produzida com biogás dos dejetos suínos para a concessionária estadual. A Celesc, assim, será a segunda companhia do país a adquirir esse tipo de energia. A primeira foi a Copel, do Paraná, que, com apoio da Itaipu Binacional, obteve autorização da Aneel para comercializar a energia elétrica limpa que antes era tratada como lixo e poluía águas e terras do sul do Brasil.
Depois de conhecer essas experiências privadas, os foristas irão apresentar propostas nas Câmaras Temáticas. A intenção é que, depois de amplamente discutidas, elas possam subsidiar o governo do Estado a adotar políticas públicas de incentivo à comercialização de energia limpa, bem como avance na formulação do inventário das emissões de gases poluentes.
Autor: Alessandra Mathyas - IDEAL

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