Em face do gigantismo do território e da situação real em que se encontram os seus macro biomas – Amazônia Brasileira, Brasil Tropical Atlântico, Cerrados do Brasil Central, Planalto das Araucárias, e Pradarias Mistas do Brasil Subtropical – e de seus numerosos mini-biomas, faixas de transição e relictos de ecossistemas, qualquer tentativa de mudança no “Código Florestal” tem que ser conduzido por pessoas competentes e bioeticamente sensíveis. Pressionar por uma liberação ampla dos processos de desmatamento significa desconhecer a progressividade de cenários bióticos, a diferentes espaços de tempo futuro, favorecendo de modo simplório e ignorante os desejos patrimoniais de classes sociais que só pensam em seus interesses pessoais, no contexto de um país dotado de grandes desigualdades sociais. Cidadãos de classe social privilegiada, que nada entendem de previsão de impactos, não têm qualquer ética com a natureza, nem buscam encontrar modelos tecnico-cientificos adequados para a recuperação de áreas degradadas, seja na Amazônia, seja no Brasil Tropical Atlântico, ou alhures. Pessoas para as quais exigir a adoção de atividades agrárias “ecologicamente auto-sustentadas” é uma mania de cientistas irrealistas.
Por muitas razões, se houvesse um movimento para aprimorar o atual Código Florestal, teria que envolver o sentido mais amplo de um Código de Biodiversidades, levando em conta o complexo mosaico vegetacional de nosso território. Remetemos esta ideia para Brasília, e recebemos em resposta que esta era uma ideia boa mas complexa e inoportuna (...). Entrementes, agora outras personalidades trabalham por mudanças estapafúrdias e arrasadoras no chamado Código Florestal, razão pela qual ousamos criticar aqueles que insistem em argumentos genéricos e perigosos para o futuro do país, sendo necessário, mais do que nunca, evitar que gente de outras terras sobretudo de países hegemônicos venha a dizer que fica comprovado que o Brasil não tem competência para dirigir a Amazônia (...). Ou seja, os revisores do atual Código Florestal não teriam competência para dirigir o seu todo territorial do Brasil. Que tristeza, gente minha!
O primeiro grande erro dos que no momento lideram a revisão do Código Florestal brasileiro – a favor de classes sociais privilegiadas – diz respeito à chamada estadualização dos fatos ecológicos de seu território especifico. Sem lembrar que as delicadíssimas questões referentes à progressividade do desmatamento exigem ações conjuntas dos órgãos federais específicos, em conjunto com órgãos estaduais similares, uma Polícia Federal rural, e o Exército Brasileiro. Tudo conectado ainda com autoridades municipais, que têm muito a aprender com um Código novo que envolve todos os macro-biomas do país, e os mini-biomas que os pontilham, com especial atenção para as faixas litorâneas, faixas de contato entre as áreas nucleares de cada domínio morfoclimático e fitogeográfico do território. Para pessoas inteligentes, capazes de prever impactos, a diferentes tempos do futuro, fica claro que ao invés da “estadualização”, é absolutamente necessário focar para o zoneamento físico e ecológico de todos os domínios de natureza do país. A saber, as duas principais faixas de florestas tropicais brasileiras (a zona amazônica e a zona das matas atlânticas), o domínio dos cerrados, cerrados e campestre, a complexa região semiárida dos sertões nordestinos, os planaltos de araucárias e as pradarias mistas do Rio Grande do Sul, além do nosso litoral e do Pantanal Mato-grossense.
Seria preciso lembrar ao honrado relator Aldo Rabelo – a meu ver bastante neófito em matéria de questões ecológicas, espaciais e em futurologia – que atualmente na Amazônia brasileira predomina um verdadeiro exército paralelo de fazendeiros que em sua área de atuação tem mais força do que governadores e prefeitos. O que se viu em Marabá, com a passagem das tropas de fazendeiros, passando pela Avenida da Transamazônica, deveria ser conhecido pelos congressistas de Brasília, e diferentes membros do executivo. De cada uma das fazendas regionais passava um grupo de cinquenta a sessenta camaradas, tendo a frente em cavalos nobres, o dono da fazenda e sua esposa, e os filhos em cavalos lindos. E os grupos iam passando separados entre si, por alguns minutos. E, alguém a pé, como se fosse um comandante, controlava a passagem da cavalgada dos fazendeiros. Ninguém da boa e importante cidade de Marabá saiu para observar a coluna amedrontadora dos fazendeiros. Somente dois bicicletistas meninos, deixaram as bicicletas na beira da calçada olhando silentes a passagem das tropas. Nenhum jornal do Pará, ou alhures, noticiou a ocorrência amedrontadora. Alguns de nós não pudemos atravessar a ponte para participar de um evento cultural.
Será certamente, apoiados por fatos como esse, que alguns proprietários de terras amazônicas deram sua mensagem, nos termos de que “a propriedade é minha e eu faço com ela o que eu quiser, como quiser e quando quiser”. Mas ninguém esclarece como conquistaram seus imensos espaços inicialmente florestados, sendo que, alguns outros, vivendo em diferentes áreas do cetro-sul brasileiro, quando perguntados sobre como enriqueceram tanto, esclarecem que foi com os “seus negócios na Amazônia” (...). Ou seja, por meio de loteamentos ilegais, venda de glebas para incautos em locais de difícil acesso, os quais ao fim de um certo tempo são libertados para madeireiros contumazes. E o fato mais infeliz é que ninguém procura novos conhecimentos para reutilizar terras degradadas ou exigir dos governantes tecnologias adequadas para revitalizar os solos que perderam nutrientes e argilas, tornando-se dominadas por areias finas (siltizaçao).
Entre os muitos aspectos caóticos, derivados de alguns argumentos dos revisores do Código, destaca-se a frase que diz que se deve proteger a vegetação até sete metros e meio do rio. Uma redução de um fato que por si já estava muito errado, porém agora esta reduzido genericamente a quase nada em relação aos grandes rios do país. Imagine-se que para o rio Amazonas, a exigência protetora fosse apenas sete metros, enquanto para a grande maioria dos ribeirões e córregos também fosse aplicada a mesma exigência. Trata-se de desconhecimento entristecedor sobre a ordem de grandeza das redes hidrográficas do território intertropical brasileiro. Na linguagem amazônica tradicional, o próprio povo já reconheceu fatos referentes à tipologia dos rios regionais. Para eles, ali existem, em ordem crescente: igarapés, riozinhos, rios e parás. Uma última divisão lógica e pragmática, que é aceita por todos os que conhecem a realidade da rede fluvial amazônica.
Por desconhecer tais fatos os relatores da revisão aplicam o espaço de sete metros da beira de todos os cursos d’água fluviais sem mesmo ter ido lá para conhecer o fantástico mosaico de rios do território regional. Mas o pior é que as novas exigências do Código Florestal proposto têm um caráter de liberação excessiva e abusiva. Fala-se em sete metros e meio das florestas beiradeiras (ripario-biomas), e, depois em preservação da vegetação de eventuais e distantes cimeiras. Não podendo imaginar quanto espaço fica liberado para qualquer tipo de ocupação do espaço. Lamentável em termos de planejamento regional, de espaços rurais e silvestres. Lamentável em termos de generalizações forçadas por grupos de interesse (ruralistas).
Já se poderia prever que um dia os interessados em terras amazônicas iriam pressionar de novo pela modificação do percentual a ser preservado em cada uma das propriedades de terras na Amazônia. O argumento simplista merece uma crítica decisiva e radical. Para eles, se em regiões do centro-sul brasileiro a taxa de proteção interna da vegetação florestal é de 20%, porque na Amazônia a lei exige 80%? Mas ninguém tem a coragem de analisar o que aconteceu nos espaços ecológicos de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais com o percentual de 20%. Nos planaltos interiores de São Paulo a somatória dos desmatamentos atingiu cenários de generalizada destruição. Nessas importantes áreas, dominadas por florestas e redutos de cerrados e campestres, somente o tombamento integrado da Serra do Mar, envolvendo as matas atlânticas, os solos e as aguadas da notável escarpa, foi capaz de resguardar os ecossistemas orográficos da acidentada região. O restante, nos “mares de morros”, colinas e várzeas do Médio Paraíba e do Planalto Paulistano, e pró-parte da Serra da Mantiqueira, sofreram uma detruição deplorável. É o que alguém no Brasil – falando de gente inteligente e bioética – não quer que se repita na Amazônia brasileira, em um espaço de 4.200.000 km².
Os relatores do Código Florestal falam em que as áreas muito desmatadas e degradadas poderiam ficar sujeitas a “(re)florestamento” por espécies homogêneas, pensando em eucalipto e pinus. Uma prova de sua grande ignorância, pois não sabem a menor diferença entre reflorestamento e florestamento. Esse último, pretendido por eles, é um fato exclusivamente de interesse econômico empresarial, que infelizmente não pretende preservar biodiversidades, sendo que eles procuram desconhecer que para áreas muito degradadas foi feito um plano de (re) organização dos espaços remanescentes, sob o enfoque de revigorar a economia de pequenos e médios proprietários: Projeto FLORAM. Os eucaliptologos perdem éticos quando alugam espaços por trinta anos, de incautos proprietários, preferindo áreas dotadas ainda de solos tropicais férteis, do tipo dos oxissolos, e evitando as áreas degradadas de morros pelados reduzidas a trilhas de pisoteio, hipsométricas, semelhantes ao protótipo existente no Planalto do Alto Paraíba, em São Paulo.
Ao arrendar terras de bisonhos proprietários, para uso em 30 anos, e sabendo que os donos da terra podem morrer quando se completar o prazo. Fato que cria um grande problema judicial para os herdeiros, sendo que ao fim de uma negociação as empresas cortam todas as árvores de eucaliptos ou pinos, deixando miríades de troncos no chão do espaço terrestre. Um cenário que impede a posterior reutilização das terras para atividades agrárias. Tudo isso deveria ser conhecido por aqueles que defendem ferozmente um Código Florestal liberalizante.
Por todas as razões somos obrigados a criticar a persistente e repetitiva argumentação do deputado Aldo Rebelo, que conhecemos há muito tempo, e de quem sempre esperávamos o melhor, no momento somos obrigados a lembrar a ele que cada um de nós tem que pensar na sua biografia, e, sendo político, tem que honrar a história de seus partidos. Mormente em relação aos partidos que se dizem de esquerda e jamais poderiam fazer projetos totalmente dirigidos para os interesses pessoais de latifundiários.
Insistimos que em qualquer revisão do Código Florestal vigente deve-se enfocar as diretrizes através das grandes regiões naturais do Brasil, sobretudo domínios de natureza muito diferentes entre si, tais como a Amazônia e suas extensíssimas florestas tropicais, e o Nordeste Seco, com seus diferentes tipos de caatingas. Trata-se de duas regiões opósitas em relação à fisionomia e à ecologia, assim como em face das suas condições socioambientais. Ao tomar partido pelos grandes domínios, administrados técnica e cientificamente por órgãos do executivo federal, teríamos que conectar instituições específicas do governo brasileiro com instituições estaduais similares. Existem regiões como a Amazônia que envolve conexões com nove estados do Norte brasileiro. Em relação ao Brasil tropical atlântico os órgãos do Governo Federal – IBAMA, IPHAN, FUNAI e INCRA – teriam que manter conexões com os diversos setores similares dos governos estaduais de Norte a Sul do Brasil, e assim por diante.
Enquanto o mundo inteiro repugna para a diminuição radical de emissão de CO2, o projeto de reforma proposto na Câmara Federal de revisão do Código Florestal defende um processo que significará uma onda de desmatamento e emissões incontroláveis de gás carbônico, fato observado por muitos críticos em diversos trabalhos e entrevistas.
Parece ser muito difícil para pessoas não iniciadas em cenários cartográficos perceber os efeitos de um desmatamento na Amazônia de até 80% das propriedades rurais silvestres. Em qualquer espaço do território amazônico, que vem sendo estabelecidas glebas nas quais se poderia realizar um desmate de até 80%, haverá um mosaico caótico de áreas desmatadas e faixas inter-propriedades estreitas e mal preservadas. Lembrando ainda que, nas propostas de revisão, propriedades de até 400 hectares teriam o direito de um desmate total em suas terras, vejo-me na obrigação de que a médio e longo prazo existiria um infernal caleidoscópio no espaço total de qualquer área da Amazônia. Nesse caso, as bordas dos restos de florestas, inter-glebas, ficarão à mercê de corte de árvores dotadas de madeiras nobres. E, além disso, a biodiversidade animal certamente será a primeira a ser afetada de modo radical.
Uma cartografia simbólica dos desmates, em propriedades de diferentes tamanhos, permite uma previsão visual do que seria a dinâmica do cenário do desmatamento regional, antevisto a médio prazo. Baseados em fatos reais já acontecidos no vale do Tocantins (Pará) e nos planaltos interiores de São Paulo e Minas Gerais. No caso da Amazônia (o que mais nos preocupa), machadeiros e motoserristas – acompanhados de queimadas sincopadas – o roteiro dos desmatamentos seguiu por rodovias, ramais e sub-ramais, atingindo radicalmente as “espinhelas de peixe” dos loteamentos feitos em quarteirões especulativos no interior das matas biodiversas. Lotes de cinquenta a cem hectares, considerados pequenos na Amazônia, foram vendidos a incautos moradores de regiões distantes. Neste último caso, os numerosos aquisidores, que nem mesmo puderam chegar ao sítio das terras compradas à distância, cederam o espaço para madeireiras espertas e persistentes. Fato que pode ser visto e analisado em imagens de satélite na região norte do Mato Grosso, no médio Tocantins, na Bragantina, Acre sul - oriental, Rondônia, Oeste-noroeste do Maranhão, e diversos outros setores das terras amazônicas.
Insistimos em prever que se houver um Código que limite a área de proteção das florestas a apenas 20% do espaço total de cada propriedade, seja qual for o seu tamanho, de 400 a um milhão de hectares - o arrasamento a médio prazo será inimaginavelmente grande e progressivo.
Uma das justificativas mais frequentes para os que são favoráveis para a ampliação de áreas desmatáveis, - em cada propriedade de terra firme na Amazônia - é de que, assim, haverá mais emprego para trabalhadores amazonidas. Pouca gente lembra, entretanto, que em numerosas fazendas e fazendinhas da Amazônia brasileira predomina o trabalho semi-escravo. Desde o início da ampliação das chamadas fronteiras ditas agrícolas, predominaram o trabalho braçal periódico ou temporário, para machadeiros, criadores de gado, madeireiros e plantadores de eucaliptos. Sendo que, nas raras áreas de solos melhores, estabeleceu-se o vai-e-vem tradicional de empregos no preparo da terra e plantio, em períodos limitados. E, mais tarde, diversas atividades na época da colheita. Caminhoneiros fizeram penetrações esdrúxulas para atingir locais de madeiras nobres ou transportar troncos de árvores para serrarias ou para o transporte de produtos das raras commodities. Agora, em espaços da soja, da cana, e muito eventualmente do arroz. Sendo que somente os capatazes mandonistas ganham razoavelmente.
Quem procura um emprego qualquer, em uma fazenda, ainda que temporário, sofre um drama trágico e muito cansativo. Para chegar à fazenda escolhida, marcham a pé com sua matulinha mirrada de roupas singelas, caminhando por quilômetros nas estreitas trilhas das florestas, até atingir as propriedades onde conseguirão um emprego braçal – seja o preparo do solo para plantações, seja a ampliação dos capinzais para o gado, seja no corte de árvores para ampliação dos espaços ditos produtivos, seja no trabalho rápido e esgotante nas épocas de colheitas. Quando despedidos são obrigados a voltar para áreas de beira de estradas onde existem rústicas aldeias ou “ruas” pseudo-comerciais.
Temos acompanhado, desde 1972, os problemas criados por capatazes autoritários em propriedades amazônicas, pertencentes a pessoas ou grupos de pessoas alienígenas. Conflitos dos mais diferentes tipos acontecem entre pobres trabalhadores silvos-rurais e os donos de propriedades dos mais diferentes tipos. Há uma resistência permanente em face à remuneração dos que vem de fora em face dos minguados preços pagos aos que nasceram na própria Amazônia. Reciprocamente, o comportamento dos proprietários em relação aos poucos tratos de terras férteis pertencentes a reservas indígenas é catastrófico e quase insolúvel. Um dia encontrei em um aeroporto um proprietário de uma fazenda, que ia viajar para a Amazônia no noroeste da Roraima, onde possuía suas terras. Perguntei-lhe qual era a relação entre seus camaradas e os índios Yanomamis da região, e a resposta infeliz veio rápida e antiética: “Para eles, é o meu capataz que responde, erguendo seu perigoso facão”.
Numa ocasião, ao término de uma visita a uma fazenda dedicada à pecuária, nos pediram que em nossa volta levássemos para uma farmácia um camarada doente, que estava passando muito mal. Na realidade, era alguém que contraiu uma malária radical, designada por “tersã maligna”. Não dá para falar sobre o triste estado do pobre trabalhador, sentado no banco detrás do meu carro. Na farmácia, tomamos conhecimento que em casos similares a única providencia era um coquetel de remédios agressivos, por meio dos quais o pobre doente “melhorava ou morria”.
Na rodovia entre Rio Branco e Brasiléia (Acre), pudemos sentir o ódio que alguns jovens tinham para o que chamavam de “paulistas”, os quais teriam comprado terras durante os trabalhos de construção da estrada. O desmate interfluvial fez com que as cabeceiras de igarapés secassem; e que muitas propriedades da terra firme desmatada, ficassem sem qualquer atividade produtiva. Explicação dos acreanos: inadimplência dos proprietários alienígenas “porque nunca eles quiseram fazer uma parceria conosco, que temos muito mais experiência sobre atividades agrárias em nossa região”. Note-se que o termo “paulista” dizia respeito a qualquer pessoa procedente do centro sul do Brasil. Tal como nessa imensa área, todos os migrantes são designados por “baianos”, independentemente de onde tenham vindo.
Aqui chegados em nossas considerações, torna-se indispensável referir-se a atividades de pequenos produtores familiares, dotados de terras mais férteis, de dimensões limitadas, tais como várzeas de ricos solos fluvio-aluviais ao longo do rio Amazonas, ou de pequenas áreas de terra firme dotadas de oxisolos oriundos da decomposição de basaltos ou diabásios [infelizmente, porém, essas últimas áreas são bastante raras, envolvendo em seu espaço total menos de oito mil quilômetros quadrados]. Ou em um modelo localizado de plantações em praias de estiagem do rio Acre. Ou, onde vicejam linearmente melancias, melões e algumas plantas alimentares. Ou em bordas de florestas restantes em terrenos de projetos falidos, onde se estabeleceu o importante e famoso projeto RECA. Houve um tempo em que muito se falou em reservas extrativistas, a partir do Acre de Chico Mendes, ampliado para todo o território amazônico. Evidentemente, houve muito exagero nessa campanha, tão simpática quanto inviável. Mas aconteceu felizmente uma proposta bem mais complexa e diversificada, que pode ter grande aplicação a curto e médio prazo; a qual introduzia atividades mais lógicas e produtivas, sem de tudo eliminar o sentido complementar do extrativismo. Trata-se de um modelo pioneiro, inventado por um ex-padre francês, de origem rural, que após conhecer o Paraná foi para o Acre com a ideia de trabalhar na reutilização de áreas degradadas. Após conversar com o inteligente Bispo Don Grec, em Rio Branco, resolveu fazer uma experiência extremamente válida e quase científica porque se utilizou do chamado “efeito de borda” para iniciar plantações com espécies amazônicas, tais como açaí, cupuaçu e pupunha. Seu projeto foi feito em cooperação com amazonidas residentes na fronteira da Rondônia com o Acre, tendo foco inicial na pequena cidade de Nova Califórnia.
Nenhum governo soube perceber o quanto o projeto ali instalado e desenvolvido, poderia ser útil para numerosas outras áreas de borda de matas remanescentes. Sem falar que no seio da floresta continuava o projeto extrativista tão caro aos companheiros do extraordinário acreano Chico Mendes. Além do que, o chamado “reflorestamento econômico concentrado e adensado” (RECA), teve um caráter didático para os cooperados que se integraram no trabalho, produzindo espécies amazônicas e produtos comestíveis importantes para sua alimentação (como açaí, abacaxis, castanhas e, sobretudo, mandioca). Na borda das florestas, devido à forte luminosidade e hidratação caída das folhas e galhos poderão ser produzidas muito mais coisas ainda, a favor dos amazonidas, tais como bananeiras e mamoeiros, e diversas outras plantas frutíferas. Muita coisa ainda resta ser analisada, no famoso projeto, que infelizmente foi muito pouco compreendido por técnicos e governantes.
Nas mudanças que se pretendem fazer para o atual Código Florestal existem alguns tópicos extremamente criticáveis. Ao se discutir o tamanho de propriedades familiares se definiu as mesmas até quatrocentos hectares. Fato que significa que todas as pequenas e médias propriedades produtoras, ou parcialmente aproveitadas, até 400 hectares poderão ser totalmente desmatadas. O fato de considerar o espaço de propriedades familiares até o nível de 400 hectares é um absurdo total. Trata-se de uma excessiva flexibilização que poderá produzir um mosaico detruidor de florestas ao longo de rodovias, estradas, riozinhos e igarapés. Um cenário trágico para o futuro, em processo no interior da Amazônia brasileira. No entanto, propriedade de 100 a 400 hectares, que conservassem um razoável percentual de matas no seu entorno, poderiam receber esquemas parecidos com o projeto RECA, na borda dos remanescentes florestais. Fato que não foi considerado nem de passagem pelos idealizadores e relatores de um novo Código Florestal. Razão pela qual deixamos aqui além de uma crítica, que julgamos absolutamente necessária, uma proposição de acréscimos de atividades para pequenas e médias propriedade familiares. Lembrando que quem faz críticas tem que elaborar propostas bem planejadas para resolver as situações consideradas negativas.
Anotamos ainda que a ideia de reduzir para 15 metros faixas de proteção de florestas beiradeiras (mini-biomas ripários) tem um caráter extremamente genérico e de duvidosa aplicabilidade. A nosso ver não é possível limitar, generalizadamente, as áreas beiradeiras, em termos de alguns metros de largura. Pelo contrário, é necessário considerar os fatos relacionados a igarapés, riozinhos, rios, e “parás” (grandes rios), utilizando a tipologia popular amazonida. A impressão que se tem é de que, determinando uma largura geral para proteção, estaríamos possibilitando desmates no nível de todos os espaços situados entre a beira de cursos d’água até muito além onde se situam os interflúvios de colinas ou encostas de pequenas serranias amazônicas. Existe toda uma aula a ser dada sobre essa problemática que tende a criar cenários extremamente caóticos em relação ao futuro a diferentes profundidades de tempo.
Um comentário quase final: não se faz qualquer projeto de interesse nacional pensando apenas em favorecer de imediato só uma geração do presente, em termos de especulação com espaços ecológicos, mesmo porque somos de opinião que devemos pensar no sucesso de todos os grupos humanos, ao longo de muito tempo. Uma questão de bioética com o futuro. Sem pensar na grande capacidade que o conjunto das imensas florestas equatoriais zonais preservadas da Amazônia tem em relação ao clima do planeta Terra; assunto que preocupa todos os pesquisadores sensíveis do mundo. Gente que espera que o Brasil faça uma proteção integrada da maior área de vegetação florestal que ainda resta em regiões equatoriais e sub-equatorias do mundo. Será muito triste, cultural e politicamente falando, que pessoas de diversas partes do mundo ao lerem as mudanças absurdas pretendidas para o Código Florestal, venham a dizer que fica comprovado que “o Brasil não tem capacidade para administrar e gerenciar a Amazônia”. Ainda que em outros países haja um interesse permanente em adquirir por preços irrisórios as madeiras do território amazônico. Tristes frases que sempre vem sendo ditas ao sabor de trágicos acontecimentos ocorridos em nossa principal área de vegetação florestal, que se estende por alguns milhões de quilômetros quadrados.
A utopia de um desenvolvimento com o máximo de florestas em pé não pode ser eliminada por princípio em função de mudanças radicais do Código Florestal, sendo necessário pensar no território total de nosso país, sob um ampliado e correto Código de Biodiversidade. Ou seja, um pensamento que envolva as nossas grandes florestas (Amazônia e Matas Tropicais Atlânticas), o domínio das caatingas e agrestes sertanejos, planaltos centrais com cerrados, cerradões e campestres; os planaltos de araucárias sul-brasileiros, as pradarias mistas do Rio Grande do Sul, e os redutos e mini-biomas da costa brasileira e do Pantanal mato-grossense, e faixas de transição e contrato (core-áreas) de todos os domínios morfoclimáticos e fitogeográficos brasileiros).
Seria necessário que os pretensos reformuladores do Código Florestal lançassem sobre o papel os limites de glebas de quinhentos a milhares de hectares, e dentro de cada parcela das glebas colocasse indicações de 20% correspondente às florestas ditas preservadas. E, observando o resultado desse mapeamento simulado, poderiam perceber que o caminho da devastação lenta e progressiva iria criar alguns quadros de devastação similares ao que já aconteceu nos confins das longas estradas e seus ramais, em espaços de quarteirões implantados para venda de lotes de cinquenta a cem hectares, onde o arrasamento de florestas no interior de cada quarteirão foi total e inconseqüente, decorridos poucos anos.
Autor: Aziz Nacib Ab Sáber - publicado em 21 de julho de 2010 no
Endereço: http://sbpcnet.org.br/site/home/home.php?id=1305
Analista Técnico em Gestão de Desenvolvimento Sustentável. Consultor em Meio Ambiente e Energias Alternativas. Parceria com a Senso Consultoria e Representante da Brasil Ecológico Energia Solar para SC.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Edital investe 8 milhões de reais para o reflorestamento de áreas degradadas
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do Fundo Setorial do Agronegócio (CT-Agronegócio), lançou, em 22 de julho, o edital 026/2010, que apoia projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação voltados para o reflorestamento de áreas degradadas e ambientes impróprios para produção agrícola.
Os projetos devem ser encaminhados ao CNPq por intermédio do Formulário de Propostas Online, disponível na Plataforma Carlos Chagas até 9 de setembro. Serão investidos 8 milhões de reais, oriundos do FNDCT/Fundos Setoriais, a serem liberados em três parcelas.
O proponente deve possuir o título de doutor, ter seu currículo cadastrado na Plataforma Lattes, ser o coordenador do projeto e ter vínculo celetista ou estatutário com a instituição executora.
Desenvolver tecnologias e inovações para reduzir os impactos das ações antrópicas no meio ambiente, enfatizando os reflorestamentos, preferencialmente com espécies nativas, em áreas degradadas; a melhoria da funcionalidade dos ecossistemas, recuperação de habitat e proteção à biodiversidade; a promoção da recomposição florística com espécies nativas, em áreas de interesse estratégico do ponto de vista ecológico e paisagístico; e a difusão do reflorestamento ecológico no país são outros objetivos a serem alcançados.
O edital também visa apoiar a estruturação de mecanismos de transferência de tecnologia e de ampliação da formação de recursos humanos nas áreas de interesse do mesmo, e estimular a interação dos diversos atores sociais com potencial de influenciar significativamente os cenários a serem abordados pelos projetos. Dessa forma, será dada ênfase a propostas nas quais se verifique o envolvimento de empresas, órgãos estaduais, prefeituras, comitês gestores de bacias hidrográficas, organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips) e/ou de comunidades.
Serão três chamadas de submissão de propostas, conforme sua abrangência. A primeira chamada é para propostas individuais, com valor máximo de financiamento de 100 mil reais. A chamada II se volta a projetos que integrem mais de um grupo de pesquisa e o investimento máximo é de 200 mil reais.
Já a Chamada III envolve projetos em rede, voltados à validação de modelos de transferência de tecnologia ou de serviços especializados de apoio ao reflorestamento. Estes devem possuir abrangência institucional, reunindo distintos grupos de pesquisa e integrando linhas temáticas. O valor máximo de financiamento é de 600 mil reais.
Parcela mínima de 30% dos recursos é destinada a projetos coordenados por pesquisadores vinculados a instituições sediadas nas regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste. As propostas a serem apoiadas deverão ter seu prazo máximo de execução estabelecido em 36 meses. A divulgação dos resultados no Diário Oficial da União e na página do CNPq na internet está prevista para novembro.
Fonte: Portal MundoGEO
Os projetos devem ser encaminhados ao CNPq por intermédio do Formulário de Propostas Online, disponível na Plataforma Carlos Chagas até 9 de setembro. Serão investidos 8 milhões de reais, oriundos do FNDCT/Fundos Setoriais, a serem liberados em três parcelas.
O proponente deve possuir o título de doutor, ter seu currículo cadastrado na Plataforma Lattes, ser o coordenador do projeto e ter vínculo celetista ou estatutário com a instituição executora.
Desenvolver tecnologias e inovações para reduzir os impactos das ações antrópicas no meio ambiente, enfatizando os reflorestamentos, preferencialmente com espécies nativas, em áreas degradadas; a melhoria da funcionalidade dos ecossistemas, recuperação de habitat e proteção à biodiversidade; a promoção da recomposição florística com espécies nativas, em áreas de interesse estratégico do ponto de vista ecológico e paisagístico; e a difusão do reflorestamento ecológico no país são outros objetivos a serem alcançados.
O edital também visa apoiar a estruturação de mecanismos de transferência de tecnologia e de ampliação da formação de recursos humanos nas áreas de interesse do mesmo, e estimular a interação dos diversos atores sociais com potencial de influenciar significativamente os cenários a serem abordados pelos projetos. Dessa forma, será dada ênfase a propostas nas quais se verifique o envolvimento de empresas, órgãos estaduais, prefeituras, comitês gestores de bacias hidrográficas, organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips) e/ou de comunidades.
Serão três chamadas de submissão de propostas, conforme sua abrangência. A primeira chamada é para propostas individuais, com valor máximo de financiamento de 100 mil reais. A chamada II se volta a projetos que integrem mais de um grupo de pesquisa e o investimento máximo é de 200 mil reais.
Já a Chamada III envolve projetos em rede, voltados à validação de modelos de transferência de tecnologia ou de serviços especializados de apoio ao reflorestamento. Estes devem possuir abrangência institucional, reunindo distintos grupos de pesquisa e integrando linhas temáticas. O valor máximo de financiamento é de 600 mil reais.
Parcela mínima de 30% dos recursos é destinada a projetos coordenados por pesquisadores vinculados a instituições sediadas nas regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste. As propostas a serem apoiadas deverão ter seu prazo máximo de execução estabelecido em 36 meses. A divulgação dos resultados no Diário Oficial da União e na página do CNPq na internet está prevista para novembro.
Fonte: Portal MundoGEO
quarta-feira, 28 de julho de 2010
El Derecho Humano al Agua y Saneamiento
El Gobierno del Estado Plurinacional de Bolivia ha propuesto ante la Asamblea General de Naciones Unidas un proyecto de resolución para declarar el derecho al agua y al saneamiento como derecho humano. Esta iniciativa, que cuenta hasta la fecha con el apoyo de 39 países, será puesta a votación de la Asamblea General el próximo 28 de Julio.
PROYECTO DE RESOLUCIÓN
El Derecho Humano al Agua y Saneamiento
Tema 48 de la Agenda: Implementación integrada y coordinada de y seguimiento a los resultados de las principales conferencias y cumbres de las Naciones Unidas en campos económicos, sociales y campos relacionados.
Antigua y Barbuda, Bahrain, Bangladesh, Benin, Bolivia (Estado Plurinacional de), Burundi, Republica Centroafricana, Congo, Cuba, Dominica, Republica Dominicana, Ecuador, El Salvador, Fiji, Georgia, Haiti, madagascar, Isla Mauricio, Nicaragua, Nigeria, Paraguay, San Vicente y las Granadinas, Samoa, Santa Lucia, Arabia Saudita, Seychelles, Islas Solomon, Sri Lanka, Tuvalu, Uruguay, Vanuatu, Venezuela (Republica Bolivaraiana de), Yemen.
La Asamblea General
PP1 Recordando sus resoluciones 54/175 del Diciembre 1999, el Derecho al Desarrollo, 55/196 de 20 de diciembre de 2000 proclamando el 2003 como el Año Internacional del Agua Dulce, 58/217, de 23 de diciembre de 2003, proclamando la Década Internacional de Acción "Agua para la Vida" (2005-2015), 59/228 de 22 de diciembre de 2004, 61/192, de 20 de diciembre de 2006 proclamando el 2008 como el Año Internacional del Saneamiento, 64/198 del 21 de Diciembre de 2010 respecto a la revisión de medio término de la implementación de la Década Internacional de Acción "Agua para la Vida", El Programa 21 de Junio de 1992, el Programa de Habitat de 1996, El Plan de Acción de Mar del Plata de 1977 adoptado por la Conferencia de Agua de Naciones Unidades y la Declaración de Rio sobre el Ambiente y el Desarrollo de Junio del 1992.
PP2 Recordando la Declaración Universal de Derechos Humanos, el Pacto Internacional de Derechos Económicos, Sociales y Culturales, el Pacto Internacional de Derechos Civiles y Políticos, la Declaración Internacional sobre la Eliminación de Todas las Formas de Discriminación Racial, la Convención Internacional sobre la Eliminación de Todas las Formas de Discriminación contra la Mujer y la Convención sobre los Derechos del Niño y la Convención sobre los Derechos de las Personas con Discapacidad y la Convención de Ginebra relativa a la Protección de Personas Civiles en Tiempos de Guerra.
PP3 Recordando también todas las resoluciones previas del Consejo de Derechos Humanos sobre ?derechos humanos y el acceso a agua potable y el saneamiento?, entre otros, las resoluciones 7/22 del 28 de Marzo de 2008 y 12/8 del 1ro de Octubre del 2009 relacionadas a los derechos humanos al agua potable segura y al saneamiento, el Comentario General 15 del Comité sobre los Derechos Económicos Sociales y Culturales sobre ?El Derecho al Agua?¨; el ?Informe de la Alta Comisionada de las Naciones Unidas sobre los Derechos Humanos acerca del alcance y contenido de las obligaciones de derechos humanos relacionadas al acceso equitativo al agua potable y el saneamiento, de conformidad con los instrumentos internacionales en derechos humanos", así como también el ?Informe de la experta independiente sobre el tema de las obligaciones de los derechos humanos relacionadas al acceso al agua potable segura y al saneamiento,?
PP4 Profundamente preocupados porque 884 millones de personas carecen de acceso al agua potable segura y que 2,6 mil millones de personas carecen de acceso al saneamiento y alarmados porque aproximadamente 1.5 millones de niños menores a los 5 años de edad mueren y 443 millones de días escolares se pierden cada año por enfermedades relacionadas al agua y al saneamiento.
PP5 Reconociendo la importancia del agua potable, limpia, segura y equitativa y del saneamiento como componentes integrales para la realización de los derechos humanos,
PP6 Reafirmando la responsabilidad de los Estados de promover y proteger todos los derechos humanos, que son universales, indivisibles, interdependientes e interrelacionados y deben ser tratadas globalmente de manera justa y equitativa en igualdad de condiciones y con el mismo énfasis,
PP7 Teniendo en cuenta los compromisos hechos por la comunidad internacional para el cumplimiento de los Objetivos de Desarrollo del Milenio y enfatizando en ese contexto, la determinación de los Jefes de Estado y Gobierno expresada en la Declaración del Milenio de las Naciones Unidas de reducir a la mitad, para el 2015, la proporción de personas que no pueden alcanzar o acceder al agua potable y de reducir a la mitad la proporción de las personas sin acceso al saneamiento, como fue acordado en el Plan de Acción de Johannesburgo.
OP1 Declara el derecho al agua potable segura y al saneamiento como un derecho humano que es esencial para el goce pleno de la vida y de todos los derechos humanos.
OP2 Llama a los Estados y Organizaciones internacionales a proveer recursos financieros, construcción de capacidades y transferencia tecnológica, a través de asistencia y cooperación internacional, en particular a los países en desarrollo, para poder aumentar los esfuerzos para suministrar agua potable, segura y saneamiento para todos,
OP3 Acoge la decisión del Consejo de Derechos Humanos de pedir que la experta independiente sobre el tema de las obligaciones de los derechos humanos relacionados al acceso al agua potable segura y al saneamiento presente un reporte anual a la Asamblea General, y alienta a continuar trabajando sobre todos los aspectos de su mandato y en consulta con todas las agencias, fondos y programas relevantes de Naciones Unidas, incluyendo en su informe para el sexagésimo-sexto periodo de sesiones, de la Asamblea General los principales desafíos relacionados con la realización del derecho humano al agua potable y al saneamiento y su impacto en el logro de los Objetivos de Desarrollo del Milenio.
Fonte: Governo da Bolívia
PROYECTO DE RESOLUCIÓN
El Derecho Humano al Agua y Saneamiento
Tema 48 de la Agenda: Implementación integrada y coordinada de y seguimiento a los resultados de las principales conferencias y cumbres de las Naciones Unidas en campos económicos, sociales y campos relacionados.
Antigua y Barbuda, Bahrain, Bangladesh, Benin, Bolivia (Estado Plurinacional de), Burundi, Republica Centroafricana, Congo, Cuba, Dominica, Republica Dominicana, Ecuador, El Salvador, Fiji, Georgia, Haiti, madagascar, Isla Mauricio, Nicaragua, Nigeria, Paraguay, San Vicente y las Granadinas, Samoa, Santa Lucia, Arabia Saudita, Seychelles, Islas Solomon, Sri Lanka, Tuvalu, Uruguay, Vanuatu, Venezuela (Republica Bolivaraiana de), Yemen.
La Asamblea General
PP1 Recordando sus resoluciones 54/175 del Diciembre 1999, el Derecho al Desarrollo, 55/196 de 20 de diciembre de 2000 proclamando el 2003 como el Año Internacional del Agua Dulce, 58/217, de 23 de diciembre de 2003, proclamando la Década Internacional de Acción "Agua para la Vida" (2005-2015), 59/228 de 22 de diciembre de 2004, 61/192, de 20 de diciembre de 2006 proclamando el 2008 como el Año Internacional del Saneamiento, 64/198 del 21 de Diciembre de 2010 respecto a la revisión de medio término de la implementación de la Década Internacional de Acción "Agua para la Vida", El Programa 21 de Junio de 1992, el Programa de Habitat de 1996, El Plan de Acción de Mar del Plata de 1977 adoptado por la Conferencia de Agua de Naciones Unidades y la Declaración de Rio sobre el Ambiente y el Desarrollo de Junio del 1992.
PP2 Recordando la Declaración Universal de Derechos Humanos, el Pacto Internacional de Derechos Económicos, Sociales y Culturales, el Pacto Internacional de Derechos Civiles y Políticos, la Declaración Internacional sobre la Eliminación de Todas las Formas de Discriminación Racial, la Convención Internacional sobre la Eliminación de Todas las Formas de Discriminación contra la Mujer y la Convención sobre los Derechos del Niño y la Convención sobre los Derechos de las Personas con Discapacidad y la Convención de Ginebra relativa a la Protección de Personas Civiles en Tiempos de Guerra.
PP3 Recordando también todas las resoluciones previas del Consejo de Derechos Humanos sobre ?derechos humanos y el acceso a agua potable y el saneamiento?, entre otros, las resoluciones 7/22 del 28 de Marzo de 2008 y 12/8 del 1ro de Octubre del 2009 relacionadas a los derechos humanos al agua potable segura y al saneamiento, el Comentario General 15 del Comité sobre los Derechos Económicos Sociales y Culturales sobre ?El Derecho al Agua?¨; el ?Informe de la Alta Comisionada de las Naciones Unidas sobre los Derechos Humanos acerca del alcance y contenido de las obligaciones de derechos humanos relacionadas al acceso equitativo al agua potable y el saneamiento, de conformidad con los instrumentos internacionales en derechos humanos", así como también el ?Informe de la experta independiente sobre el tema de las obligaciones de los derechos humanos relacionadas al acceso al agua potable segura y al saneamiento,?
PP4 Profundamente preocupados porque 884 millones de personas carecen de acceso al agua potable segura y que 2,6 mil millones de personas carecen de acceso al saneamiento y alarmados porque aproximadamente 1.5 millones de niños menores a los 5 años de edad mueren y 443 millones de días escolares se pierden cada año por enfermedades relacionadas al agua y al saneamiento.
PP5 Reconociendo la importancia del agua potable, limpia, segura y equitativa y del saneamiento como componentes integrales para la realización de los derechos humanos,
PP6 Reafirmando la responsabilidad de los Estados de promover y proteger todos los derechos humanos, que son universales, indivisibles, interdependientes e interrelacionados y deben ser tratadas globalmente de manera justa y equitativa en igualdad de condiciones y con el mismo énfasis,
PP7 Teniendo en cuenta los compromisos hechos por la comunidad internacional para el cumplimiento de los Objetivos de Desarrollo del Milenio y enfatizando en ese contexto, la determinación de los Jefes de Estado y Gobierno expresada en la Declaración del Milenio de las Naciones Unidas de reducir a la mitad, para el 2015, la proporción de personas que no pueden alcanzar o acceder al agua potable y de reducir a la mitad la proporción de las personas sin acceso al saneamiento, como fue acordado en el Plan de Acción de Johannesburgo.
OP1 Declara el derecho al agua potable segura y al saneamiento como un derecho humano que es esencial para el goce pleno de la vida y de todos los derechos humanos.
OP2 Llama a los Estados y Organizaciones internacionales a proveer recursos financieros, construcción de capacidades y transferencia tecnológica, a través de asistencia y cooperación internacional, en particular a los países en desarrollo, para poder aumentar los esfuerzos para suministrar agua potable, segura y saneamiento para todos,
OP3 Acoge la decisión del Consejo de Derechos Humanos de pedir que la experta independiente sobre el tema de las obligaciones de los derechos humanos relacionados al acceso al agua potable segura y al saneamiento presente un reporte anual a la Asamblea General, y alienta a continuar trabajando sobre todos los aspectos de su mandato y en consulta con todas las agencias, fondos y programas relevantes de Naciones Unidas, incluyendo en su informe para el sexagésimo-sexto periodo de sesiones, de la Asamblea General los principales desafíos relacionados con la realización del derecho humano al agua potable y al saneamiento y su impacto en el logro de los Objetivos de Desarrollo del Milenio.
Fonte: Governo da Bolívia
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Convocação de ONGs para Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas
GABINETE DO GOVERNADOR
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA, na forma do art. 1º do Decreto nº 3273, de 21 de maio de 2010, que institui o Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas Globais, resolve:
CONVOCAR Organizações Não Governamentais que atuam na área de mudanças climáticas, conforme art. 2º § 1°, inciso X, do decreto supramencionado, para participar do encontro para eleição dos 5 (cinco) representantes que comporão o “Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas Globais”, escolhendo por eleição 5 (cinco) instituições, a realizar-se em 13 de julho de 2010, a partir das 14h00min, no Auditório da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável - SDS, localizada na Rua Frei Caneca, 400, Agronômica, CEP 88025-060, Florianópolis/SC, observando os itens abaixo relacionados:
A partir da data de publicação do presente Edital, as entidades poderão requerer sua participação no “Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas Globais”, com direito de votar e ser votada, no endereço Rua Frei Caneca, 400, Agronômica, CEP 88025-060, Florianópolis/SC, Fone (48) 3029-9018, endereço eletrônico cristina@fatma.sc.gov.br, até as 19h00min do 15º dia útil a contar da data de publicação, admitindo-se como limite a data da postagem do SEDEX, mediante a apresentação dos seguintes documentos:
- Ata de constituição da organização (a mais de 1 ano);
- Estatuto Social;
- CNPJ;
- Ata da posse da atual diretoria e do conselho fiscal;
- Relatório de atividades de 2009 e;
- Ofício indicando a inscrição no Fórum.
As organizações que tiverem seu requerimento indeferido poderão interpor um único recurso na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável - SDS, em até 72 (setenta e duas) horas contadas a partir da publicação oficial do resultado das organizações habilitadas no site www.sds.sc.gov.br. O recurso será analisado e terá seu resultado divulgado em até 1 (um) dia útil, afixado em mural na própria SDS.
Abertos os trabalho, após registrada a presença de todos, será eleito, por voto da
maioria, o Presidente do Fórum que conduzirá os trabalhos para Eleição da Sociedade Civil”. Depois de eleito e empossado, o Presidente receberá as inscrições das organizações qualificadas, por pessoa credenciada, para concorrerem a uma vaga de representante junto ao “Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas Globais”, segundo os critérios estabelecidos pelos próprios participantes.
Será informada ao Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público Estadual a
realização da eleição em Fórum Próprio, possibilitando-lhe o exercício da competência definida no art. 1º do Decreto nº 3273 de 21 de maio de 2010. Após a realização do “Fórum Próprio para Eleição da Sociedade Civil”, as organizações eleitas terão prazos até as 19h00min do dia seguinte à publicação dos eleitos em www.sds.sc.gov.br para apresentar, em lista tríplice, os nomes dos candidatos indicados, com vistas a designação pelo Governador para a composição do “Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas Globais”, sob pena de serem substituídas.
Florianópolis, de de 2010.
LEONEL ARCÂNGELO PAVAN
Publicado no ...... de.......... 2010
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA, na forma do art. 1º do Decreto nº 3273, de 21 de maio de 2010, que institui o Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas Globais, resolve:
CONVOCAR Organizações Não Governamentais que atuam na área de mudanças climáticas, conforme art. 2º § 1°, inciso X, do decreto supramencionado, para participar do encontro para eleição dos 5 (cinco) representantes que comporão o “Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas Globais”, escolhendo por eleição 5 (cinco) instituições, a realizar-se em 13 de julho de 2010, a partir das 14h00min, no Auditório da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável - SDS, localizada na Rua Frei Caneca, 400, Agronômica, CEP 88025-060, Florianópolis/SC, observando os itens abaixo relacionados:
A partir da data de publicação do presente Edital, as entidades poderão requerer sua participação no “Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas Globais”, com direito de votar e ser votada, no endereço Rua Frei Caneca, 400, Agronômica, CEP 88025-060, Florianópolis/SC, Fone (48) 3029-9018, endereço eletrônico cristina@fatma.sc.gov.br, até as 19h00min do 15º dia útil a contar da data de publicação, admitindo-se como limite a data da postagem do SEDEX, mediante a apresentação dos seguintes documentos:
- Ata de constituição da organização (a mais de 1 ano);
- Estatuto Social;
- CNPJ;
- Ata da posse da atual diretoria e do conselho fiscal;
- Relatório de atividades de 2009 e;
- Ofício indicando a inscrição no Fórum.
As organizações que tiverem seu requerimento indeferido poderão interpor um único recurso na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável - SDS, em até 72 (setenta e duas) horas contadas a partir da publicação oficial do resultado das organizações habilitadas no site www.sds.sc.gov.br. O recurso será analisado e terá seu resultado divulgado em até 1 (um) dia útil, afixado em mural na própria SDS.
Abertos os trabalho, após registrada a presença de todos, será eleito, por voto da
maioria, o Presidente do Fórum que conduzirá os trabalhos para Eleição da Sociedade Civil”. Depois de eleito e empossado, o Presidente receberá as inscrições das organizações qualificadas, por pessoa credenciada, para concorrerem a uma vaga de representante junto ao “Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas Globais”, segundo os critérios estabelecidos pelos próprios participantes.
Será informada ao Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público Estadual a
realização da eleição em Fórum Próprio, possibilitando-lhe o exercício da competência definida no art. 1º do Decreto nº 3273 de 21 de maio de 2010. Após a realização do “Fórum Próprio para Eleição da Sociedade Civil”, as organizações eleitas terão prazos até as 19h00min do dia seguinte à publicação dos eleitos em www.sds.sc.gov.br para apresentar, em lista tríplice, os nomes dos candidatos indicados, com vistas a designação pelo Governador para a composição do “Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas Globais”, sob pena de serem substituídas.
Florianópolis, de de 2010.
LEONEL ARCÂNGELO PAVAN
Publicado no ...... de.......... 2010
terça-feira, 6 de julho de 2010
Oprotunidades de Emprego
Empregos
Cargo: Analista de Pré - Vendas. Principais Atividades: Analisar, criar e acompanhar atividades de pré-vendas originadas de Oportunidades de vendas. Criação de demonstrações técnicas baseadas em software ESRI e produtos IMAGEM demonstrativo de soluções de negócios, criação de apresentações de produtos e relacionadas a GIS. Apoiar apresentações de produtos e serviços, elaborar apresentações, cronogramas, planos de pré-vendas, participar de eventos, para divulgação dos produtos da empresa, realizar visitas técnicas. Conhecimentos Necessários: Cartografia Básica, Sensoriamento Remoto, GIS, Inglês Intermediário, Marketing, UML, linguagem desktop, WEB, plataforma ESRI, banco de dados, Sistemas Operacionais baseados em Windows e Unix.
Empresa: IMAGEM - Soluções de Inteligência Geográfica
Local: Não informado
Contato: Enviar e-mail para ksilva@img.com.br aos cuidados de Karen
Cargo: Gerente de Licenciamento Ambiental (On Shore). Vaga para profissional com formação superior em Engenharia, Geologia, Biologia, Ciências Ambientais ou áreas afins. Necessário: Oito anos de experiência no mercado ambiental e em gestão de projetos de licenciamento ambiental, com foco em licenciamento terrestre (projetos lineares, de energia, re-uso de água, mineração, industriais, entre outros); Experiência em gestão de equipes multidisciplinares e gestão financeira dos projeto;. Perfil de desenvolvimento de negócios e Inglês fluente. Disponibilidade para residência no Rio de Janeiro ou em São Paulo, a depender da avaliação dos candidatos.
Empresa: Não informada
Local: Rio de Janeiro (RJ) ou São Paulo (SP)
Contato: Enviar currículo contendo o último salário e pretensão salarial para claudia.sanches@aecom.com. Informar no assunto a vaga pretendida.
Cargos:
Seis vagas para Topógrafo com conhecimentos em operação de receptores GPS, locação e cadastro para implantação de linhas de energia (disponibilidade para trabalhos no interior São Paulo);
Seis vagas para Auxiliar de topografia com ou sem experiência, com carteira de motorista (disponibilidade para trabalhos no interior de São Paulo);
Duas vagas para Cadista (AutoCAD), com conhecimentos em desenhos cadastrais de linhas de energia e/ou processamento de dados GPS.
Empresa: Senografia
Local: Não informado
Contato: Enviar currículo contendo pretensão salarial para tecnico@senografia.com.br
Concursos e Processos Seletivos
Cargo: Duas vagas para Professor Fundamental II em Geografia, uma para Topógrafo, uma para Eng. Cartógrafo e uma vaga para Técnico em Geoprocessamento.
Instituição: Prefeitura Municipal de Patos
Local: Patos (PB)
Contato: www.paqtc.org.br
Estágio
Cargo: Estágio para atuar na Divisão de Patrimônio Ambiental, participar de trabalhos de campo, confeccionar plantas e mapas e trabalhar com bancos de dados. Necessário conhecimento em AutoCAD e desejável conhecimento em programas de geoprocessamento, sobretudo, MapInfo. O aluno deve estar regularmente matriculado em curso superior de Geografia, Arquitetura, Engenharia Ambiental, Gestão Ambiental ou áreas correlatas. Disponibilidade de 20hs semanais. Bolsa auxílio: R$485,00+Vale Transporte.
Instituição: Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Departamento de Planejamento Ambiental.
Local: São Paulo-SP (Metrô Paraíso)
Contato: Enviar currículo e carta de apresentação (não obrigatória) para rikeda@prefeitura.sp.gov.br com cópia para knimtz@prefeitura.sp.gov.br
Fonte: Portal MundoGEO
Cargo: Analista de Pré - Vendas. Principais Atividades: Analisar, criar e acompanhar atividades de pré-vendas originadas de Oportunidades de vendas. Criação de demonstrações técnicas baseadas em software ESRI e produtos IMAGEM demonstrativo de soluções de negócios, criação de apresentações de produtos e relacionadas a GIS. Apoiar apresentações de produtos e serviços, elaborar apresentações, cronogramas, planos de pré-vendas, participar de eventos, para divulgação dos produtos da empresa, realizar visitas técnicas. Conhecimentos Necessários: Cartografia Básica, Sensoriamento Remoto, GIS, Inglês Intermediário, Marketing, UML, linguagem desktop, WEB, plataforma ESRI, banco de dados, Sistemas Operacionais baseados em Windows e Unix.
Empresa: IMAGEM - Soluções de Inteligência Geográfica
Local: Não informado
Contato: Enviar e-mail para ksilva@img.com.br aos cuidados de Karen
Cargo: Gerente de Licenciamento Ambiental (On Shore). Vaga para profissional com formação superior em Engenharia, Geologia, Biologia, Ciências Ambientais ou áreas afins. Necessário: Oito anos de experiência no mercado ambiental e em gestão de projetos de licenciamento ambiental, com foco em licenciamento terrestre (projetos lineares, de energia, re-uso de água, mineração, industriais, entre outros); Experiência em gestão de equipes multidisciplinares e gestão financeira dos projeto;. Perfil de desenvolvimento de negócios e Inglês fluente. Disponibilidade para residência no Rio de Janeiro ou em São Paulo, a depender da avaliação dos candidatos.
Empresa: Não informada
Local: Rio de Janeiro (RJ) ou São Paulo (SP)
Contato: Enviar currículo contendo o último salário e pretensão salarial para claudia.sanches@aecom.com. Informar no assunto a vaga pretendida.
Cargos:
Seis vagas para Topógrafo com conhecimentos em operação de receptores GPS, locação e cadastro para implantação de linhas de energia (disponibilidade para trabalhos no interior São Paulo);
Seis vagas para Auxiliar de topografia com ou sem experiência, com carteira de motorista (disponibilidade para trabalhos no interior de São Paulo);
Duas vagas para Cadista (AutoCAD), com conhecimentos em desenhos cadastrais de linhas de energia e/ou processamento de dados GPS.
Empresa: Senografia
Local: Não informado
Contato: Enviar currículo contendo pretensão salarial para tecnico@senografia.com.br
Concursos e Processos Seletivos
Cargo: Duas vagas para Professor Fundamental II em Geografia, uma para Topógrafo, uma para Eng. Cartógrafo e uma vaga para Técnico em Geoprocessamento.
Instituição: Prefeitura Municipal de Patos
Local: Patos (PB)
Contato: www.paqtc.org.br
Estágio
Cargo: Estágio para atuar na Divisão de Patrimônio Ambiental, participar de trabalhos de campo, confeccionar plantas e mapas e trabalhar com bancos de dados. Necessário conhecimento em AutoCAD e desejável conhecimento em programas de geoprocessamento, sobretudo, MapInfo. O aluno deve estar regularmente matriculado em curso superior de Geografia, Arquitetura, Engenharia Ambiental, Gestão Ambiental ou áreas correlatas. Disponibilidade de 20hs semanais. Bolsa auxílio: R$485,00+Vale Transporte.
Instituição: Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Departamento de Planejamento Ambiental.
Local: São Paulo-SP (Metrô Paraíso)
Contato: Enviar currículo e carta de apresentação (não obrigatória) para rikeda@prefeitura.sp.gov.br com cópia para knimtz@prefeitura.sp.gov.br
Fonte: Portal MundoGEO
Revisão de relatório do IPCC aponta pequenas falhas
Investigação da agência ambiental da Holanda conclui que o último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima tem alguns erros, mas nenhum que possa prejudicar as principais conclusões do trabalho de 2007
A revisão financiada pelo governo holandês pondera que algumas partes do sumário deveriam ser “mais transparentes” e o IPCC teria que investir mais no controle de qualidade para evitar erros e deficiências. Além disso as criticas também foram voltadas a ausência dos impactos positivos das mudanças climáticas no sumário para formuladores de políticas, como o aumento da produtividade em alguns países.
“O IPCC entregou um sumário formidável do estado atual de conhecimento”, comentou o diretor da Netherlands Environmental Assessment Agency Maarten Hajer. “Não é perfeito, mas é o melhor que temos, e o que podemos fazer é aprimorá-lo mais”.
As análises da agência foram focadas na contribuição do Grupo de Trabalho II, sobre impactos, adaptação e vulnerabilidade, enfatizando alguns erros e sugerindo maneiras de minimizá-los.
Dentre 32 projeções de impactos regionais, a agência achou apenas um erro, além dos outros dois que já haviam sido revelados, no relatório do IPCC referente ao número de Africanos expostos ao déficit de água causado pelas mudanças climáticas, seriam entre 90-220 milhões ao invés de 75-250 milhões.
Outros erros incluem uma série de referências e títulos de tabelas, além de projeções equivocadas sobre a queda na produtividade de anchovetas.
Criado em 1988 pelos governantes mundiais para reunir informações sobre as mudanças climáticas, o IPCC tem sido alvo de muitas críticas nos últimos meses após algumas falhas terem sido apontadas em seus estudos. O erro mais citado é referente ao derretimento total das geleiras do Himalaia até 2035, o que segundo cientistas é improvável.
O relatório holandês também cita outra falha, corrigindo que na realidade 26% do país fica abaixo do nível do mar e não 55% como dito pelo IPCC. Ironicamente, reportou a Nature, este erro derivou dos dados da própria agência ambiental holandesa.
O IPCC já corrigiu muitos erros em seu site.
Sugestões
No geral, a agência recomenda que o sumário para formadores de políticas tenha duas seções analisando as projeções de impactos regionais sobre a água, alimentos, ecossistemas, regiões costeiras e saúde. A primeira seção descreveria toda a gama de impactos estimados, incluindo as incertezas, impactos positivos e a contribuição de outras áreas importantes como industrias, crescimento populacional e uso da terra.
A segunda seção descreveria os impactos negativos mais importantes, incluindo análises de riscos claramente explicada.
Outras sugestões incluem a criação de um website para a submissão de possíveis erros nos relatórios publicados, fortalecer o embasamento de algumas generalizações, garantir a fundamentação cientifica das declarações de impactos relacionados às mudanças climáticas, contratação de assistentes para o controle de qualidade, entre outras.
Como exemplo da generalização, a agência cita a referência a redução da produtividade na criação de animais (termo utilizado em inglês seria ‘livestock’) na América Latina, o que se baseia em estudos apenas sobre bovinos feitos na Bolívia e Argentina, não tendo embasamento para outros tipos de animais como suínos ou caprinos.
Outras conclusões do IPCC em relação aos impactos das mudanças climáticas na América Latina são apoiadas pela agência holandesa, como a savanização da Amazônia, aumento da produtividade da soja em regiões temperadas e declínio da produtividade em outros cultivos importantes, mudanças no padrão de precipitação e desaparecimento das geleiras
“É claro que nós daremos atenção às recomendações”, comentou o presidente do IPCC Rajendra Pachauri.
No início do ano, o secretário geral das Nações Unidas Ban Ki-moon pediu ao InterAcademy Council, que representa as academias científicas ao redor do mundo, que fizesse uma revisão do IPCC visando melhorar a sua credibilidade. O relatório deve ser submetido às Nações Unidas no final de agosto.
Autor: Fernanda B. Muller - Fonte: CarbonoBrasil
A revisão financiada pelo governo holandês pondera que algumas partes do sumário deveriam ser “mais transparentes” e o IPCC teria que investir mais no controle de qualidade para evitar erros e deficiências. Além disso as criticas também foram voltadas a ausência dos impactos positivos das mudanças climáticas no sumário para formuladores de políticas, como o aumento da produtividade em alguns países.
“O IPCC entregou um sumário formidável do estado atual de conhecimento”, comentou o diretor da Netherlands Environmental Assessment Agency Maarten Hajer. “Não é perfeito, mas é o melhor que temos, e o que podemos fazer é aprimorá-lo mais”.
As análises da agência foram focadas na contribuição do Grupo de Trabalho II, sobre impactos, adaptação e vulnerabilidade, enfatizando alguns erros e sugerindo maneiras de minimizá-los.
Dentre 32 projeções de impactos regionais, a agência achou apenas um erro, além dos outros dois que já haviam sido revelados, no relatório do IPCC referente ao número de Africanos expostos ao déficit de água causado pelas mudanças climáticas, seriam entre 90-220 milhões ao invés de 75-250 milhões.
Outros erros incluem uma série de referências e títulos de tabelas, além de projeções equivocadas sobre a queda na produtividade de anchovetas.
Criado em 1988 pelos governantes mundiais para reunir informações sobre as mudanças climáticas, o IPCC tem sido alvo de muitas críticas nos últimos meses após algumas falhas terem sido apontadas em seus estudos. O erro mais citado é referente ao derretimento total das geleiras do Himalaia até 2035, o que segundo cientistas é improvável.
O relatório holandês também cita outra falha, corrigindo que na realidade 26% do país fica abaixo do nível do mar e não 55% como dito pelo IPCC. Ironicamente, reportou a Nature, este erro derivou dos dados da própria agência ambiental holandesa.
O IPCC já corrigiu muitos erros em seu site.
Sugestões
No geral, a agência recomenda que o sumário para formadores de políticas tenha duas seções analisando as projeções de impactos regionais sobre a água, alimentos, ecossistemas, regiões costeiras e saúde. A primeira seção descreveria toda a gama de impactos estimados, incluindo as incertezas, impactos positivos e a contribuição de outras áreas importantes como industrias, crescimento populacional e uso da terra.
A segunda seção descreveria os impactos negativos mais importantes, incluindo análises de riscos claramente explicada.
Outras sugestões incluem a criação de um website para a submissão de possíveis erros nos relatórios publicados, fortalecer o embasamento de algumas generalizações, garantir a fundamentação cientifica das declarações de impactos relacionados às mudanças climáticas, contratação de assistentes para o controle de qualidade, entre outras.
Como exemplo da generalização, a agência cita a referência a redução da produtividade na criação de animais (termo utilizado em inglês seria ‘livestock’) na América Latina, o que se baseia em estudos apenas sobre bovinos feitos na Bolívia e Argentina, não tendo embasamento para outros tipos de animais como suínos ou caprinos.
Outras conclusões do IPCC em relação aos impactos das mudanças climáticas na América Latina são apoiadas pela agência holandesa, como a savanização da Amazônia, aumento da produtividade da soja em regiões temperadas e declínio da produtividade em outros cultivos importantes, mudanças no padrão de precipitação e desaparecimento das geleiras
“É claro que nós daremos atenção às recomendações”, comentou o presidente do IPCC Rajendra Pachauri.
No início do ano, o secretário geral das Nações Unidas Ban Ki-moon pediu ao InterAcademy Council, que representa as academias científicas ao redor do mundo, que fizesse uma revisão do IPCC visando melhorar a sua credibilidade. O relatório deve ser submetido às Nações Unidas no final de agosto.
Autor: Fernanda B. Muller - Fonte: CarbonoBrasil
Um sexto da humanidade consome 78% de tudo que é produzido no mundo
Estado_Mundo
O Instituto Akatu e o Worldwatch Institute (WWI), organização com sede em Washington, lançaram na manhã quarta-feira (30/6), a versão em português do relatório “Estado do Mundo – 2010”. O documento é uma das mais importantes publicações periódicas mundiais sobre sustentabilidade.
Produzido pelo WWI, o “Estado do Mundo” traz anualmente um balanço com números atualizados e reflexões sobre as questões ambientais. Este ano, em parceria com a WWI, o Akatu fez a tradução do documento para o português.
Um dos dados que mais chama atenção no relatório é que ele aponta que apenas um sexto da humanidade consome 78% de tudo que é produzido no mundo. E conclui “sem uma mudança cultural que valorize a sustentabilidade em vez do consumismo, nada poderá salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.
Realizado no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura, em São Paulo, o lançamento do anuário contou com um debate sobre o tema foco do relatório de 2010: “Transformando Culturas – do Consumismo à Sustentabilidade”.
Participaram da discussão mediada por Hélio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, Eduardo Athayde, diretor da WWI, Ricardo Abramovay, professor titutar da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e presidente do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu e Lívia Barbosa, diretora de pesquisa do centro de Altos Estudos da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e membro do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu.
Erik Assadourian, diretor da pesquisa, participou do evento por teleconferência, a partir de Washington, nos Estados Unidos.
Barbosa começou parabenizando a iniciativa do Akatu e da WWI pelo “corajoso” desafio de editar um documento que relacione o consumo à cultura. “Foi o que mais me chamou atenção no relatório, pois, os vários exemplos citados, possibilitam juntar a cultura ao cotidiano das sociedades, fazendo com que o tema sustentabilidade saia das esferas dos governos e outras entidades e chegue è mesa da nossa cozinha”.
Abramovay revelou que já usa o relatório há muitos anos. “Em minhas aulas, eu cito dados dos relatórios sobre o estado do mundo para que meus alunos – que são os futuros economistas – saibam que é mundo não é feito apenas de números e preços. Ele é composto de outros fatores importantes como as pessoas e as fontes de recursos”.
Os acadêmicos, no entanto, enfatizaram que o documento não esgota a discussão sobre a relação entre consumo e cultura.
“O conteúdo do relatório não esgota essa discussão, que é muito complexa”, alertou Lívia. “Entretanto, as ações pioneiras descritas no documento sobre o que está surgindo pelo mundo em favor da sustentabilidade, nos enchem de inspiração”.
Já Abramovay chamou atenção para o cuidado que se deve ter ao discutir o consumo. Para ele, nem sempre as elevações dos padrões do consumo, sobretudo nos países mais pobres, significam mais impactos negativos sobre o uso dos recursos. “A troca do fogão à lenha por um que funcione a gás implica em impactos ambientais menores”, exemplificou.
Mattar concluiu elogiando a contribuição dos professores que integram o Comitê Acadêmico do Instituto Akatu. “As ideias que eles expressam, que geralmente não são as mais difundidas pelos meios de comunicação, é que nos ajudam a fazer o nosso trabalho cada vez melhor”.
O Relatório
Segundo dados do relatório, na última década, a humanidade aumentou seu consumo de bens e serviços em 28%. Somente em 2008, foram vendidos no mundo 68 milhões de veículos, 85 milhões de refrigeradores, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de telefones celulares.
Para produzir tantos bens, é preciso usar cada vez mais recursos naturais. Entre 1950 e 2005, a produção de metais cresceu seis vezes, o consumo de petróleo subiu oito vezes e o de gás natural, 14 vezes. Atualmente, um europeu consome em média 43 quilos em recursos naturais diariamente – enquanto um americano consome 88 quilos, mais do que o próprio peso da maior parte da população.
Além de excessivo, o consumo é desigual. Em 2006, os 65 países com maior renda, que somam 16% da população mundial, foram responsáveis por 78% dos gastos em bens e serviços. Somente os americanos, com apenas 5% da população mundial, abocanharam uma fatia de 32% do consumo global. Se todos vivessem como os americanos, o planeta só comportaria uma população de 1,4 bilhão de pessoas. Atualmente já somos quase sete bilhões, e projetam-se nove bilhões para 2050.
A pior notícia é quem nem mesmo um padrão de consumo médio, equivalente ao de países como Tailândia ou Jordânia, seria suficiente para atender igualmente todos os habitantes do planeta. A conclusão do relatório não deixa dúvidas: sem uma mudança cultural que valorize a sustentabilidade e não o consumismo, não haverá esforços governamentais ou avanços tecnológicos capazes de salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.
A edição do Estado do Mundo em português e o evento de lançamento são patrocinados pelo Itaú, parceiro pioneiro do Instituto Akatu.
Abaixo, algumas das conclusões do relatório:
Economia e Negócios
No âmbito da economia e negócios, uma dos aspetos fortemente recomendados pelo relatório é a “reavaliação do papel das grandes corporações”. O documento considera o poder de alcance do setor: “em 2006, as 100 maiores companhias transnacionais empregavam 15,4 milhões de pessoas com um volume de vendas de US$ 7 trilhões — o equivalente a 15% do produto mundial bruto” e conclui que “um sistema econômico sustentável dependerá de convencer as companhias, por meio de um conjunto de estratégias, de que a condução de seus negócios de maneira sustentável”.
No âmbito social, empresarial e pessoal, a compreensão e a adoção de práticas de sustentabilidade são limitadas. Mudar uma organização costuma ser um processo ainda mais longo do que o da mudança pessoal.
Muito se pode aprender com empresas que foram além das mudanças superficiais para abraçarem plenamente a sustentabilidade e que, assim, determinaram mudanças profundas em sua cultura organizacional. Para essas companhias, a sustentabilidade tem papel fundamental como um conjunto de valores que integram a prosperidade econômica, a gestão ambiental e a responsabilidade social, ou seja: lucro, planeta e pessoas.
Para alcançar esse nível de mudança, os líderes devem apresentar visões arrojadas e devem envolver suas organizações em discussões diversas, mais profundas, sobre o objetivo e a responsabilidade da empresa em oferecer valor verdadeiro para os clientes e a sociedade. Além disso, o engajamento de toda a empresa é essencial.
Educação
Segundo o relatório, uma pesquisa anual com alunos de primeiro ano de faculdades nos Estados Unidos investigou durante mais de 35 anos as prioridades de vida dos alunos. No transcorrer desse tempo, a importância atribuída a ter boa situação financeira aumentou de pouco mais de 40% para quase 80%, enquanto a importância atribuída à construção de uma filosofia de vida plena de sentido diminuiu de 75% para pouco mais de 45%. E “este não é um fenômeno apenas americano”, ressalta o documento.
Para romper com o padrão do consumismo, todos os aspectos da educação terão de ser pautados pela sustentabilidade. Hábitos, valores, preferências – todos são, em grande medida, formados na infância. E durante a vida, a educação pode ter um efeito transformador sobre quem aprende. Portanto, explorar essa instituição poderosa será essencial para redirecionar a humanidade para culturas de sustentabilidade.
Nenhum sistema educacional é isento de valores, pois todos ensinam e são orientados por um determinado conjunto de ideias, valores e comportamentos, quer seja o consumismo, comunismo, crenças religiosas, ou sustentabilidade
Quanto mais a sustentabilidade puder estar integrada aos sistemas escolares atuais, maior será o número de pessoas que internalizarão os ensinamentos da sustentabilidade desde a infância. Dessa forma, as ideias, valores e hábitos se tornarão “naturais”. A partir de então, a educação funcionará como ferramenta poderosa para criar sociedades sustentáveis.
Mídia
A maior parte da mídia ainda reforça o consumismo, mas existem esforços no mundo todo para que seu vasto poder e alcance seja utilizado para promover culturas sustentáveis.
Segundo o relatório, 83% das residências no mundo têm aparelhos de televisão e 21 em cada 100 pessoas têm acesso a internet. Entretanto, a maior parte da mídia ainda reforça o consumismo, apesar de existirem esforços no mundo todo para que seu vasto poder e alcance seja utilizado para promover culturas sustentáveis.
Por meio de ações publicitárias globais, o setor de água engarrafada, por exemplo, ajudou a criar a impressão de que água na garrafinha é mais saudável, mais saborosa e está mais na moda do que a boa e velha água “torneiral”, mesmo quando estudos demonstram que algumas marcas de água engarrafada são menos seguras do que água da rede e custam de 240 a 10 mil vezes mais. A indústria de água engarrafada movimenta hoje US$ 60 bilhões e vendeu 241 bilhões de litros de água em 2008, mais que o dobro da quantidade vendida em 2000.
Dado é do relatório "Estado do Mundo - 2010"; versão em português lançada na quarta-feira (30/6) já está disponível em PDF
Renata Gazé - Canal Futura - renata@futura.org.br
O Instituto Akatu e o Worldwatch Institute (WWI), organização com sede em Washington, lançaram na manhã quarta-feira (30/6), a versão em português do relatório “Estado do Mundo – 2010”. O documento é uma das mais importantes publicações periódicas mundiais sobre sustentabilidade.
Produzido pelo WWI, o “Estado do Mundo” traz anualmente um balanço com números atualizados e reflexões sobre as questões ambientais. Este ano, em parceria com a WWI, o Akatu fez a tradução do documento para o português.
Um dos dados que mais chama atenção no relatório é que ele aponta que apenas um sexto da humanidade consome 78% de tudo que é produzido no mundo. E conclui “sem uma mudança cultural que valorize a sustentabilidade em vez do consumismo, nada poderá salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.
Realizado no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura, em São Paulo, o lançamento do anuário contou com um debate sobre o tema foco do relatório de 2010: “Transformando Culturas – do Consumismo à Sustentabilidade”.
Participaram da discussão mediada por Hélio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, Eduardo Athayde, diretor da WWI, Ricardo Abramovay, professor titutar da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e presidente do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu e Lívia Barbosa, diretora de pesquisa do centro de Altos Estudos da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e membro do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu.
Erik Assadourian, diretor da pesquisa, participou do evento por teleconferência, a partir de Washington, nos Estados Unidos.
Barbosa começou parabenizando a iniciativa do Akatu e da WWI pelo “corajoso” desafio de editar um documento que relacione o consumo à cultura. “Foi o que mais me chamou atenção no relatório, pois, os vários exemplos citados, possibilitam juntar a cultura ao cotidiano das sociedades, fazendo com que o tema sustentabilidade saia das esferas dos governos e outras entidades e chegue è mesa da nossa cozinha”.
Abramovay revelou que já usa o relatório há muitos anos. “Em minhas aulas, eu cito dados dos relatórios sobre o estado do mundo para que meus alunos – que são os futuros economistas – saibam que é mundo não é feito apenas de números e preços. Ele é composto de outros fatores importantes como as pessoas e as fontes de recursos”.
Os acadêmicos, no entanto, enfatizaram que o documento não esgota a discussão sobre a relação entre consumo e cultura.
“O conteúdo do relatório não esgota essa discussão, que é muito complexa”, alertou Lívia. “Entretanto, as ações pioneiras descritas no documento sobre o que está surgindo pelo mundo em favor da sustentabilidade, nos enchem de inspiração”.
Já Abramovay chamou atenção para o cuidado que se deve ter ao discutir o consumo. Para ele, nem sempre as elevações dos padrões do consumo, sobretudo nos países mais pobres, significam mais impactos negativos sobre o uso dos recursos. “A troca do fogão à lenha por um que funcione a gás implica em impactos ambientais menores”, exemplificou.
Mattar concluiu elogiando a contribuição dos professores que integram o Comitê Acadêmico do Instituto Akatu. “As ideias que eles expressam, que geralmente não são as mais difundidas pelos meios de comunicação, é que nos ajudam a fazer o nosso trabalho cada vez melhor”.
O Relatório
Segundo dados do relatório, na última década, a humanidade aumentou seu consumo de bens e serviços em 28%. Somente em 2008, foram vendidos no mundo 68 milhões de veículos, 85 milhões de refrigeradores, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de telefones celulares.
Para produzir tantos bens, é preciso usar cada vez mais recursos naturais. Entre 1950 e 2005, a produção de metais cresceu seis vezes, o consumo de petróleo subiu oito vezes e o de gás natural, 14 vezes. Atualmente, um europeu consome em média 43 quilos em recursos naturais diariamente – enquanto um americano consome 88 quilos, mais do que o próprio peso da maior parte da população.
Além de excessivo, o consumo é desigual. Em 2006, os 65 países com maior renda, que somam 16% da população mundial, foram responsáveis por 78% dos gastos em bens e serviços. Somente os americanos, com apenas 5% da população mundial, abocanharam uma fatia de 32% do consumo global. Se todos vivessem como os americanos, o planeta só comportaria uma população de 1,4 bilhão de pessoas. Atualmente já somos quase sete bilhões, e projetam-se nove bilhões para 2050.
A pior notícia é quem nem mesmo um padrão de consumo médio, equivalente ao de países como Tailândia ou Jordânia, seria suficiente para atender igualmente todos os habitantes do planeta. A conclusão do relatório não deixa dúvidas: sem uma mudança cultural que valorize a sustentabilidade e não o consumismo, não haverá esforços governamentais ou avanços tecnológicos capazes de salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.
A edição do Estado do Mundo em português e o evento de lançamento são patrocinados pelo Itaú, parceiro pioneiro do Instituto Akatu.
Abaixo, algumas das conclusões do relatório:
Economia e Negócios
No âmbito da economia e negócios, uma dos aspetos fortemente recomendados pelo relatório é a “reavaliação do papel das grandes corporações”. O documento considera o poder de alcance do setor: “em 2006, as 100 maiores companhias transnacionais empregavam 15,4 milhões de pessoas com um volume de vendas de US$ 7 trilhões — o equivalente a 15% do produto mundial bruto” e conclui que “um sistema econômico sustentável dependerá de convencer as companhias, por meio de um conjunto de estratégias, de que a condução de seus negócios de maneira sustentável”.
No âmbito social, empresarial e pessoal, a compreensão e a adoção de práticas de sustentabilidade são limitadas. Mudar uma organização costuma ser um processo ainda mais longo do que o da mudança pessoal.
Muito se pode aprender com empresas que foram além das mudanças superficiais para abraçarem plenamente a sustentabilidade e que, assim, determinaram mudanças profundas em sua cultura organizacional. Para essas companhias, a sustentabilidade tem papel fundamental como um conjunto de valores que integram a prosperidade econômica, a gestão ambiental e a responsabilidade social, ou seja: lucro, planeta e pessoas.
Para alcançar esse nível de mudança, os líderes devem apresentar visões arrojadas e devem envolver suas organizações em discussões diversas, mais profundas, sobre o objetivo e a responsabilidade da empresa em oferecer valor verdadeiro para os clientes e a sociedade. Além disso, o engajamento de toda a empresa é essencial.
Educação
Segundo o relatório, uma pesquisa anual com alunos de primeiro ano de faculdades nos Estados Unidos investigou durante mais de 35 anos as prioridades de vida dos alunos. No transcorrer desse tempo, a importância atribuída a ter boa situação financeira aumentou de pouco mais de 40% para quase 80%, enquanto a importância atribuída à construção de uma filosofia de vida plena de sentido diminuiu de 75% para pouco mais de 45%. E “este não é um fenômeno apenas americano”, ressalta o documento.
Para romper com o padrão do consumismo, todos os aspectos da educação terão de ser pautados pela sustentabilidade. Hábitos, valores, preferências – todos são, em grande medida, formados na infância. E durante a vida, a educação pode ter um efeito transformador sobre quem aprende. Portanto, explorar essa instituição poderosa será essencial para redirecionar a humanidade para culturas de sustentabilidade.
Nenhum sistema educacional é isento de valores, pois todos ensinam e são orientados por um determinado conjunto de ideias, valores e comportamentos, quer seja o consumismo, comunismo, crenças religiosas, ou sustentabilidade
Quanto mais a sustentabilidade puder estar integrada aos sistemas escolares atuais, maior será o número de pessoas que internalizarão os ensinamentos da sustentabilidade desde a infância. Dessa forma, as ideias, valores e hábitos se tornarão “naturais”. A partir de então, a educação funcionará como ferramenta poderosa para criar sociedades sustentáveis.
Mídia
A maior parte da mídia ainda reforça o consumismo, mas existem esforços no mundo todo para que seu vasto poder e alcance seja utilizado para promover culturas sustentáveis.
Segundo o relatório, 83% das residências no mundo têm aparelhos de televisão e 21 em cada 100 pessoas têm acesso a internet. Entretanto, a maior parte da mídia ainda reforça o consumismo, apesar de existirem esforços no mundo todo para que seu vasto poder e alcance seja utilizado para promover culturas sustentáveis.
Por meio de ações publicitárias globais, o setor de água engarrafada, por exemplo, ajudou a criar a impressão de que água na garrafinha é mais saudável, mais saborosa e está mais na moda do que a boa e velha água “torneiral”, mesmo quando estudos demonstram que algumas marcas de água engarrafada são menos seguras do que água da rede e custam de 240 a 10 mil vezes mais. A indústria de água engarrafada movimenta hoje US$ 60 bilhões e vendeu 241 bilhões de litros de água em 2008, mais que o dobro da quantidade vendida em 2000.
Dado é do relatório "Estado do Mundo - 2010"; versão em português lançada na quarta-feira (30/6) já está disponível em PDF
Renata Gazé - Canal Futura - renata@futura.org.br
Retomar áreas ambientais custaria R$ 30 bilhões
Com um orçamento anual de R$ 300 milhões, o ICMBio estima que metade das unidades de conservação do país esteja ocupadas por posseiros, grileiros e até proprietários com título da terra. O órgão calcula que, para desapropriar e indenizar os ocupantes de parques, florestas nacionais, reservas biológicas e extrativistas, tenha de gastar R$ 30 bilhões.
As 304 unidades de conservação somam 75,1 milhões de hectares, dos quais 44,2 milhões (58,8%) estão em terras públicas. Nestes casos, o governo tem de retirar os moradores e pagar pelas benfeitorias construídas. Encrenca maior são os 27,2% do total (20,5 milhões de hectares) que se encontram em terras privadas. Nessas áreas, o proprietário tem direito a uma indenização pelos imóveis e pela terra. Em outros 10,4 milhões de hectares, a situação está regularizada.
(Fonte: O Globo)
As 304 unidades de conservação somam 75,1 milhões de hectares, dos quais 44,2 milhões (58,8%) estão em terras públicas. Nestes casos, o governo tem de retirar os moradores e pagar pelas benfeitorias construídas. Encrenca maior são os 27,2% do total (20,5 milhões de hectares) que se encontram em terras privadas. Nessas áreas, o proprietário tem direito a uma indenização pelos imóveis e pela terra. Em outros 10,4 milhões de hectares, a situação está regularizada.
(Fonte: O Globo)
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Consumo global cresceu seis vezes nos últimos 50 anos, mostra estudo
A população mundial cresceu 2, 2 vezes nos últimos 50 anos, mas a expansão do consumo no mesmo período foi 6 vezes maior. Essa é uma das conclusões do relatório Estado do Mundo 2010, publicado pela ONG americana Worldwatch Institute (WWI) e cuja versão em português foi lançada no dia 30, em São Paulo.
Realizado há 28 anos, o estudo é considerado uma bíblia dos ambientalistas, pois compila dados sobre a situação dos recursos naturais no mundo. Também traz informações sobre o perfil do consumo no planeta e as desigualdades sociais.
Segundo o estudo, 16% da população mais rica do mundo é responsável por cerca de 78% do total do consumo mundial. "A inclusão das classes menos favorecidas na sociedade de consumo é um fato, mas não explica o crescimento desmesurado do consumo", avalia Hélio Mattar, presidente do Instituto Akatu, organização que incentiva o consumo consciente.
Fonte: O Estado de S. Paulo.
Realizado há 28 anos, o estudo é considerado uma bíblia dos ambientalistas, pois compila dados sobre a situação dos recursos naturais no mundo. Também traz informações sobre o perfil do consumo no planeta e as desigualdades sociais.
Segundo o estudo, 16% da população mais rica do mundo é responsável por cerca de 78% do total do consumo mundial. "A inclusão das classes menos favorecidas na sociedade de consumo é um fato, mas não explica o crescimento desmesurado do consumo", avalia Hélio Mattar, presidente do Instituto Akatu, organização que incentiva o consumo consciente.
Fonte: O Estado de S. Paulo.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Pós-graduação em Portugal
"Território, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável"
Objectivos
O principal objectivo do curso é o de proporcionar uma formação complementar teórica e prática tanto a profissionais já experientes,que desejam efectuar uma actualização dos conhecimentos, como a Mestres Pós-Bolonha ou Licenciados Pré-Bolonha à procura de mais qualificações que lhes permitam aceder mais facilmente ao mercado de trabalho ou a prosseguir programas de investigação.
Propõe-se assim, um curso com uma visão eminentemente integradora e de enfoque prático, mas também assente numa sólida formação teórica nas áreas do Território, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O curso está estruturado com o objectivo de intervir nos problemas reais, procurando soluções eficazes, exequíveis e sustentáveis.
É um curso de banda muito larga e com forte aposta na multidisciplinaridade dos discentes e no trabalho em equipas diversificadas, aceitando todas as formações relacionadas com o planeamento e gestão das cidades, ambiente natural e construído,
desenvolvimento local e regional, governação e administração pública e outras afins.
Flexibilidade
O Diploma de Estudos Avançados (DEA) é uma “pós-graduação” de qualidade, ao fim da qual obtêm um Diploma de 3º Ciclo - Diploma de Estudos Avançados em Território, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
O DEA não obriga nem garante totalmente o prosseguimento dos estudos para Doutoramento, mas, se mais tarde quiser prosseguir e se a oferta se concretizar na FCT/UNL, então tem essa possibilidade, dando-se equivalência à parte escolar do Doutoramento.
Horário: Presencial: 6ª das 14h-19h e Sábados das 09h-13h
Plano de Estudos
1º Semestre
Análise e Organização do Espaço
Desenvolvimento Regional e Competitividade Territorial
Gestão Sustentável de Recursos e Economia Ambiental
Ordenamento do Território e Planeamento Ambiental
Técnicas de Planeamento Territorial e Sistemas de Informação Geográfica
2º Semestre
Avaliação Ambiental Estratégica e Avaliação de Impactes
Cidades Sustentáveis e Inovação Urbana
Gestão e Administração Local, Cidadania e Governância
Ordenamento das Infra-estruturas e Mobilidade Sustentável
Ordenamento e Ambiente do Espaço Rural e Natural
Informações:
Secretaria de Mestrados e Pós-graduações do Departamento de Ciências e
Engenharia do Ambiente
E-mail: dea.tads@fct.unl.pt
Telefone: 21 2948399
__________________________________
José Carlos Ferreira
Dep. Ciências e Engenharia do Ambiente
Department of Environmental Sciences and Engineering
CENSE – Center for Environmental and Sustainability Research
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Faculty of Sciences & Technology
Universidade Nova de Lisboa
New University of Lisbon
Campus da Caparica
2829-516 Caparica
Portugal
Objectivos
O principal objectivo do curso é o de proporcionar uma formação complementar teórica e prática tanto a profissionais já experientes,que desejam efectuar uma actualização dos conhecimentos, como a Mestres Pós-Bolonha ou Licenciados Pré-Bolonha à procura de mais qualificações que lhes permitam aceder mais facilmente ao mercado de trabalho ou a prosseguir programas de investigação.
Propõe-se assim, um curso com uma visão eminentemente integradora e de enfoque prático, mas também assente numa sólida formação teórica nas áreas do Território, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O curso está estruturado com o objectivo de intervir nos problemas reais, procurando soluções eficazes, exequíveis e sustentáveis.
É um curso de banda muito larga e com forte aposta na multidisciplinaridade dos discentes e no trabalho em equipas diversificadas, aceitando todas as formações relacionadas com o planeamento e gestão das cidades, ambiente natural e construído,
desenvolvimento local e regional, governação e administração pública e outras afins.
Flexibilidade
O Diploma de Estudos Avançados (DEA) é uma “pós-graduação” de qualidade, ao fim da qual obtêm um Diploma de 3º Ciclo - Diploma de Estudos Avançados em Território, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
O DEA não obriga nem garante totalmente o prosseguimento dos estudos para Doutoramento, mas, se mais tarde quiser prosseguir e se a oferta se concretizar na FCT/UNL, então tem essa possibilidade, dando-se equivalência à parte escolar do Doutoramento.
Horário: Presencial: 6ª das 14h-19h e Sábados das 09h-13h
Plano de Estudos
1º Semestre
Análise e Organização do Espaço
Desenvolvimento Regional e Competitividade Territorial
Gestão Sustentável de Recursos e Economia Ambiental
Ordenamento do Território e Planeamento Ambiental
Técnicas de Planeamento Territorial e Sistemas de Informação Geográfica
2º Semestre
Avaliação Ambiental Estratégica e Avaliação de Impactes
Cidades Sustentáveis e Inovação Urbana
Gestão e Administração Local, Cidadania e Governância
Ordenamento das Infra-estruturas e Mobilidade Sustentável
Ordenamento e Ambiente do Espaço Rural e Natural
Informações:
Secretaria de Mestrados e Pós-graduações do Departamento de Ciências e
Engenharia do Ambiente
E-mail: dea.tads@fct.unl.pt
Telefone: 21 2948399
__________________________________
José Carlos Ferreira
Dep. Ciências e Engenharia do Ambiente
Department of Environmental Sciences and Engineering
CENSE – Center for Environmental and Sustainability Research
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Faculty of Sciences & Technology
Universidade Nova de Lisboa
New University of Lisbon
Campus da Caparica
2829-516 Caparica
Portugal
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