O serviço meteorológico do Reino Unido, o Met Office, alerta que as evidências das mudanças climáticas já são visíveis em todas as regiões do planeta e que elas parecem claramente influenciadas pela nossa atividade industrial
Em meio ao bombardeiro de críticas que a ciência das mudanças climáticas vem sofrendo, especialmente o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), surgem análises do Met Office que indicam que sim, “o nosso planeta está mudando rapidamente e muito provavelmente as emissões de gases do efeito estufa causadas pelo homem são a causa”.
Mudanças a longo prazo no nosso sistema climático tem sido observadas ao redor do globo, desde modificações no padrão das chuvas até no gelo ártico, e elas estão seguindo o modelo esperado para as mudanças climáticas e carregando a “digital” da influência humana, afirma o Met Office.
A análise feita pelo órgão acompanhou os desenvolvimentos da ciência climática desde o último relatório do IPCC publicado em 2007, considerando se as mudanças são causadas por variabilidade natural, como influencia da energia solar, erupções vulcânicas e El Nino, ou se há evidências que as atividades humanas podem ser as culpadas.
“Avanços recentes nos dados observacionais e na maneira como são analisados nos dão uma visão melhor do sistema climático como nunca antes foi possível”, explicou o chefe de monitoramento e atribuição climática do Met Office Peter Stott. “A evidência das mudanças climáticas ultrapassou os aumentos de temperatura, agora é visível ao longo do nosso sistema climático e em todas as regiões do planeta”, completou.
Entre as mudanças observadas, além do aumento de 0,75°C na temperatura durante o século passado, estão o padrão de chuvas, aumento da umidade na atmosfera, aquecimento dos oceanos não atribuídos a fatores naturais como o El Nino e o aumento da salinidade dos oceanos em latitudes sub-tropicais (devido a maior evaporação).
Uma tendência que tem sido observada e que apenas pode ser explicada, segundo o Met Office, pela influencia humana é a presença mínima de gelo marinho no verão do Ártico. A cada década são 600 mil km² a menos de gelo.
Quanto à Antártica, o Met Office diz que houve um pequeno aumento na extensão do gelo marinho desde o início dos registros por satélite em 1978. Esta mudança é consistente com a combinação dos efeitos do aumento dos gases do efeito estufa e redução da camada de ozônio que causa ampliação do gelo em algumas regiões, como o Mar de Ross, e decréscimos em outras, como o Mar de Amundsen-Bellingshausen.
“A influência humana no clima e no aumento das temperaturas foi detectada em cada um dos continentes”, resumiu o Met Office.
Segundo a NASA, a última década foi a mais quente já registrada e 2009 foi o segundo ano mais quente. As temperaturas subiram 0,2° C por década ao longo dos últimos 30 anos e a temperatura média global aumentou 0,8° C desde 1880.
Autor: Fernanda B. Muller - Fonte: CarbonoBrasil/Met Office
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