Termina hoje a Rio+20, onde não pude estar presente por motivos profissionais. Estou frustrado por não ter ido? Sim, mas uma frustração secundária. A verdadeira decepção são os resultados da Conferência. Procurei, dentro do possível, acompanhar as notícias pela mídia. Algumas delas me chamaram a atenção. A primeira foi o nome do documento base que seria discutido pelos Chefes de Estado que chegaram a partir da última terça-feira: “Rascunho Zero”! Uma outra notícia, marcadamente negativa foi o número daqueles Chefes presentes ao evento: apenas 94. Neste contexto escuto ontem (21) a informação de que a Presidente (e não Presidenta pra não assassinar a língua portuguesa) Dilma participara de encontro para debater a igualdade de gêneros, enquanto há alguns dias dava um infeliz pronunciamento onde manifestava sua opinião de que as “energias alternativas” são uma balela, ou algo parecido. Trata-se de uma Conferência de Meio Ambiente, e não que o tema da igualdade e do empoderamento feminino não sejam importantes, mas existem muitos outros fóruns para este debate.
Vejo hoje (22) que a representante estadunidense chegou apenas agora e que não é seu Presidente e sim a Secretária de Estado Hilary Clinton. Demonstrando, mais uma vez, que o segundo maior poluidor do Planeta não se importa com as questões ambientais. Uma visão predominantemente economicista e equivocada, em minha opinião.
Qual o “Futuro que Queremos”? Entre aspas o título do documento final da Rio+20 e eu pergunto pra você que está lendo: Qual? Aqui no Brasil o governo faz um discurso e tem outra prática. Estimula consumo de produtos novos, como é o caso dos veículos “0 KM” que tem os juros bem mais baixos do que os usados. Ou seja, no lugar de “reduzir”, “reaproveitar” e “reciclar”, vamos utilizar mais recursos naturais e gerar mais resíduos. Estimula a venda de motocicletas, com isenção de impostos, mesmo sabendo que é um veículo ainda mais poluidor do que o automóvel e vai na contramão das soluções via transporte coletivo para o trânsito das cidades.
Voltando a questão dos Estados Unidos, os brasileiros são os estrangeiros que mais gastam hoje no comércio daquele país. Ou seja, contribuímos com o modelo de desenvolvimento equivocado adotado por eles e depois vamos criticar o quê?
O tempo já é mais do que passado para revolucionarmos o modo de produção e implantarmos uma “economia verde” e de “baixo carbono”. Aplicando tecnologias novas como aquelas que permitem aproveitar, por exemplo, 100% dos resíduos gerados nas cidades. Energia Solar, Eólica, Waste Energy, aproveitamento e reuso de águas, construções sustentáveis, são alguns exemplos de setores que poderiam sim, de forma sustentável, colaborar decisivamente para a erradicação da pobreza. Mas infelizmente caminhamos em outro sentido!
Reflita e responda para você mesmo: Qual o futuro que queremos?
Autor: Jatyr Fritsch Borges
Analista Técnico em Gestão de Desenvolvimento Sustentável. Consultor em Meio Ambiente e Energias Alternativas. Parceria com a Senso Consultoria e Representante da Brasil Ecológico Energia Solar para SC.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
RASCUNHO ZERO
Termina hoje a Rio+20, onde não pude estar presente por motivos profissionais. Estou frustrado por não ter ido? Sim, mas uma frustração secundária. A verdadeira decepção são os resultados da Conferência. Procurei, dentro do possível, acompanhar as notícias pela mídia. Algumas delas me chamaram a atenção. A primeira foi o nome do documento base que seria discutido pelos Chefes de Estado que chegaram a partir da última terça-feira: “Rascunho Zero”! Uma outra notícia, marcadamente negativa foi o número daqueles Chefes presentes ao evento: apenas 94. Neste contexto escuto ontem (21) a informação de que a Presidente (e não Presidenta pra não assassinar a língua portuguesa) Dilma participara de encontro para debater a igualdade de gêneros, enquanto há alguns dias dava um infeliz pronunciamento onde manifestava sua opinião de que as “energias alternativas” são uma balela, ou algo parecido. Trata-se de uma Conferência de Meio Ambiente, e não que o tema da igualdade e do empoderamento feminino não sejam importantes, mas existem muitos outros fóruns para este debate.
Vejo hoje (22) que a representante estadunidense chegou apenas agora e que não é seu Presidente e sim a Secretária de Estado Hilary Clinton. Demonstrando, mais uma vez, que o segundo maior poluidor do Planeta não se importa com as questões ambientais. Uma visão predominantemente economicista e equivocada, em minha opinião.
Qual o “Futuro que Queremos”? Entre aspas o título do documento final da Rio+20 e eu pergunto pra você que está lendo: Qual? Aqui no Brasil o governo faz um discurso e tem outra prática. Estimula consumo de produtos novos, como é o caso dos veículos “0 KM” que tem os juros bem mais baixos do que os usados. Ou seja, no lugar de “reduzir”, “reaproveitar” e “reciclar”, vamos utilizar mais recursos naturais e gerar mais resíduos. Estimula a venda de motocicletas, com isenção de impostos, mesmo sabendo que é um veículo ainda mais poluidor do que o automóvel e vai na contramão das soluções via transporte coletivo para o trânsito das cidades.
Voltando a questão dos Estados Unidos, os brasileiros são os estrangeiros que mais gastam hoje no comércio daquele país. Ou seja, contribuímos com o modelo de desenvolvimento equivocado adotado por eles e depois vamos criticar o quê?
O tempo já é mais do que passado para revolucionarmos o modo de produção e implantarmos uma “economia verde” e de “baixo carbono”. Aplicando tecnologias novas como aquelas que permitem aproveitar, por exemplo, 100% dos resíduos gerados nas cidades. Energia Solar, Eólica, Waste Energy, aproveitamento e reuso de águas, construções sustentáveis, são alguns exemplos de setores que poderiam sim, de forma sustentável, colaborar decisivamente para a erradicação da pobreza. Mas infelizmente caminhamos em outro sentido!
Reflita e responda para você mesmo: Qual o futuro que queremos?
Autor: Jatyr Fritsch Borges
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Concordo em 100% das suas afirmações a respeito do rumo que estamos tomando. Realmente inspira cuidados. Estamos ainda no rastro do sistema americano de desperdício e poluição. Será que vamos ter que percorrer todo o caminho que os EUA percorreram para chegar onde chegaram? Será que não dá para observarmos, aprendermos com os erros dos outros?
ResponderExcluirBem, ainda temos inúmeros recursos naturais e parece que nem precisaremos de ameaças externas para consumi-los, como pensávamos há um tempo. Parece que nós mesmos vamos dar conta disso.
Abraço
Cláudio Zendron
Concordo com aquilo que você escreveu e acrescento:
ResponderExcluirCatadores de latinhas já fizeram muito mais que toda a Rio+20 junto... Essa Rio +20 é só demagogia. Lamento pelo dinheiro que se gasta com essas merdas de conferências.. enquanto isso doentes são atendidos no chão de hospitais etc etc etc etc.
Energia Solar Fotovoltaica para transportes elétricos (inclusive trens), para reduzir 34% de impostos, pois a energia brasileira é a 3a. mais cara do mundo. Não existe tecnologia segura capaz de explorar profundidades de petrolíferas superiores a 1200 metros (Pré-Sal 7000 m). A energia solar capitaliza 690 bilhões de euros por ano, cresce 86 %, eólica 12%. Pernambucanos não querem energia nuclear no sertão, em Itacuruba, nem os Europeus. Rendimento de investimentos no sol 23% ao ano.VIVA DO SOL www.brasilecologico.net
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