quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sobre a profissão dos Geógrafos

Basta dar uma olhada em manchetes recentes veiculadas pela mídia: o novo Código Florestal, a usina de Belo Monte, as tragédias na região serrana fluminense e no Japão, a proposta de divisão do Pará, o Pré-Sal. Nos mais variados temas da atualidade, sempre existem, de alguma forma, oportunidades para a atuação do geógrafo. E, quem diria, até mesmo no recente casamento real britânico, um geógrafo estava presente: o noivo!
A geografia é uma das mais antigas áreas de conhecimento da humanidade. Já na Grécia Antiga, Estrabão descreveu os povos e locais visitados em suas viagens. Após a Antiguidade Clássica, um novo impulso aos estudos geográficos se daria com as grandes navegações, iniciadas pelos portugueses no século XV, período de enorme desenvolvimento da cartografia. Nos séculos seguintes, a geografia consolidou-se como disciplina científica.
Conhecimento e Mercado de Trabalho
Privilegiado pela formação generalista, o geógrafo construiu seu campo de trabalho na integração do conhecimento científico de diversas áreas, atuando de forma transversal na resolução de problemas interdisciplinares, compondo ou liderando grupos multidisciplinares sem, contudo, deixar de se aprimorar em ramos específicos da geografia.
Tradicionalmente, os geógrafos se engajaram nas atividades acadêmicas, no planejamento regional e na produção cartográfica. Mais recentemente, passaram a atuar com geoprocessamento, análise e consultoria espacial, gestão territorial, estudos socioeconômicos, ambientais e tantas outras atividades de pesquisa e planejamento, principalmente aquelas relacionadas ao meio ambiente e ao urbanismo.
Exemplo de um novo ramo em que o geógrafo tem atuado é o geomarketing, contribuindo nos estudos para alocação e planejamento de grandes e pequenas redes de comércio e serviços. Geografia médica ou da saúde, óleo & gás, obras do metrô e do Rodoanel, resíduos sólidos, saneamento, energia, regularização fundiária, telefonia móvel, programas de cultura e de educação ambiental, entre outras, também são áreas em que você certamente vai se deparar com algum geógrafo atuando.
Assim, podemos encontrar geógrafos tanto em órgãos públicos, elaborando o plano diretor de um município, quanto em empresas privadas ou estatais, desenvolvendo estudos ambientais para a implantação de um novo empreendimento. Também é crescente o número desses profissionais atuando em institutos de pesquisa e em organizações não-governamentais, além daqueles que prestam consultoria como profissionais liberais ou oferecem serviços como pequenos empresários.
Num momento em que os problemas ambientais e seus reflexos na sociedade e na economia, no meio rural e urbano, ganham uma importância inédita, os geógrafos estão capacitados para elaborar propostas nas áreas de desenvolvimento sustentável e de gestão urbana e agrária.
Isso ocorre porque a formação do bacharel em geografia é permeada por temas que transitam entre as questões sociais e as do meio físico, de modo a estabelecer conexões e buscar desvendar a relação entre o ser humano e o ambiente, no tempo e no espaço, no território. Nesta relação, o geógrafo é capaz de descrever, diagnosticar e elaborar prognósticos a respeito das questões econômicas e políticas nas escalas locais, nacionais, regionais e globais, assim como é capaz de analisar, da mesma forma, os outros fatores. Neste quesito, destaca-se como um profissional diferenciado, pronto para transitar entre temas e escalas variadas, pertinentes aos meio urbano e rural e, sobretudo, entre temas atuais; atuando de forma a promover um ambiente equilibrado e socialmente justo.
Regulamentação da Profissão
No Brasil, o dia do geógrafo é comemorado em 29 de maio. Não por acaso, nesta data também é celebrada a fundação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), criado em 1936, mas cujas origens remontam a 1871. Legalmente, o geógrafo brasileiro é o profissional bacharel em geografia, habilitado através da Lei 6.664/79 (regulamentada pelo Decreto 85.138/80 e alterada pela Lei 7.399/85, com regulamentação dada pelo Decreto 92.290/86) e devidamente registrado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea).
A partir da reformulação do sistema Confea/Crea, em 1966, as profissões que compunham o Conselho foram, uma a uma, regulamentadas. Em 1979 foi a vez dos geógrafos. Desde então, constantemente são discutidas suas competências legais, como por ocasião dos debates que culminaram na Resolução 1.010/2005, instrumento que revisou as atribuições de todas as categorias profissionais representadas pelo sistema Confea/Crea.
Associações Profissionais
A necessidade de legitimar e garantir o exercício profissional das atividades previstas na regulamentação da categoria gerou, a partir dos anos 1990, diversos movimentos em defesa dos direitos dos geógrafos em todo o Brasil. Como resultado, foram criadas associações profissionais de geógrafos em várias unidades da federação. Tais associações procuram ampliar a discussão acerca da atuação do geógrafo no mercado de trabalho. Também buscam aumentar a representatividade da categoria nos Creas e defender a participação em concursos públicos, em cargos cujas atribuições sejam correlatas às do geógrafo. A capacitação e a requalificação profissional de seus associados são outros exemplos de atividades promovidas pelas associações profissionais de geógrafos.
Com este artigo esperamos que, além de celebrar o dia do geógrafo, tenhamos contribuído para uma melhor compreensão sobre como e onde o geógrafo pode atuar. Destacamos suas habilidades como profissional atualizado e capacitado nas questões da sociedade moderna, principalmente na defesa do equilíbrio ambiental e do uso racional dos recursos naturais, além da elaboração de estudos, planos e projetos socialmente mais justos e equitativos.
Fonte: Portal MundoGeo

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

ONU diz que Desenvolvimento Sustentável é urgente!

Relatório faz 56 recomendações para uma economia e um governo mais sustentáveis
Em um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), divulgado no dia 30 de janeiro, um grupo de especialistas e políticos abordou a urgência de adotar novas maneiras de desenvolvimento para salvar o mundo de uma crise econômica grave e para garantir mais sustentabilidade em todos os países.
O relatório “Pessoas resilientes, planeta resiliente: um futuro que vale escolher” foi elaborado no Painel sobre Sustentabilidade Global, formado por 22 membros. O documento expõe 56 recomendações para implantar uma mudança de modelo econômico e pode ser usado como uma das ferramentas do trabalho para a Rio + 20.
As ações propostas sugerem que, até 2030, o mundo deveria dobrar sua produtividade e reduzir o consumo de recursos naturais.
O relatório leva em consideração a expectativa de crescimento populacional: em 2040, a Terra deverá abrigar cerca de 9 bilhões de habitantes. Em 2030, o mundo vai precisar de uma produção de alimentos pelo menos 50% maior que a de hoje, além de 45% a mais de energia e 30% a mais de água.
Ações e Recomendações
De acordo com o relatório, é importante que a população tenha como fazer escolhas mais sustentáveis. Para isso, é necessário erradicar a pobreza, promover os direitos humanos, avançar na igualdade de gêneros, melhorar a qualidade da educação, incentivar a produção de projetos sustentáveis, disponibilizar produtos mais sustentáveis para consumo, fazer a gestão sustentável dos recursos naturais e diminuir o risco de desastres naturais.
Em geral, as recomendações são que os governos ampliem suas ações, principalmente em educação e conscientização, além de fornecer possibilidades para que as pessoas optem por opções sustentáveis.
Por Gisele Eberspacher

EPE já analisa questão de preço para energia solar no país

A Empresa de Pesquisa Energética deve entregar em breve ao Ministério de Minas e Energia o estudo sobre a introdução da energia solar na matriz energética brasileira. O estudo leva em conta duas vertentes - a contratação descentralizada e por leilões. Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, estão sendo feitas simulações de sinais de preço para a fonte renovável para contratação em certames, que tem a realização dependente da disponibilidade do MME.
"A ideia é contratar uma grande quantidade de energia solar para criar uma massa crítica e depois partir para usinas solares", disse o executivo, que participou nesta segunda-feira, 30 de janeiro, de evento no Rio de Janeiro, confirmando informações repassadas em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia em dezembro passado.
O estudo da EPE inclui análise de redução de impostos e modalidades de financiamento. Contudo, Tolmasquim frisou que o estudo não está propondo um novo Proinfa para energia solar. Ele lembrou que houve uma redução de 50% nos preços dos equipamentos para geração fotovoltaica. "Estamos estudando formas de internalizar a geração fotovoltaica. Assim, podemos intensificar a tecnologia com a produção", afirmou.
Fonte: Brasil Ecológico