quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Mudanças climáticas: muitas perguntas sem resposta

Antropólogo Emilio Moran, conhecido no Brasil pelo seu trabalho na Amazônia, destaca a importância da interdisciplinaridade e de mais investimentos para que estudos consigam responder à sociedade as reais conseqüências do aquecimento global
Uma das maiores autoridades mundiais da chamada Ecologia Humana, que estuda a interação entre as populações humanas e o ambiente físico, o antropólogo Emilio Moran afirma que a interdisciplinaridade será a melhor ferramenta para responder todas as perguntas com relação às mudanças climáticas e sobre o futuro da humanidade.
Outro ponto fundamental será encontrar as perguntas que ainda não foram abordadas da forma ideal para que possamos nos adaptar para as alterações no nosso modo de vida que com certeza virão nas próximas décadas. Já que segundo o pesquisador, a busca pelas respostas é tão importante quanto as respostas em si.
Moran esteve em Florianópolis para participar do 1º Seminário de Sociologia da Saúde e Ecologia Humana na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Sua palestra foi centrada nas mudanças climáticas e em como ainda falta integração aos diversos campos de estudo para que entendamos melhor esse fenômeno.
“O aquecimento global é real e está acelerando”, deixa claro desde o começo o antropólogo e atual diretor do Centro Antropológico para Treinamento e Pesquisa em Mudanças Ambientais Globais da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos.
Segundo Moran, os efeitos das mudanças climáticas na biosfera vão bem além do clima e já podem ser presenciados no cotidiano.
“Os próprios modelos do INPE prevêem um aquecimento na temperatura média no Brasil de 2ºC a 5ºC nos próximos 30 anos. Já vemos com mais freqüência eventos extremos, como secas e tempestades, assim como já temos dados concretos e alarmantes sobre a concentração do dióxido de carbono, de acidez dos oceanos e de mudanças no ciclo do nitrogênio”, disse o pesquisador.
A própria questão dos milhares de focos de queimadas que estamos vendo seria um sinal de alterações no clima. Para Moran, apesar de obviamente possuirmos um melhor monitoramento hoje em dia das queimadas, o que justificaria a percepção de que seu número estaria aumentando, existem algumas mudanças que são inegáveis.
“Quando estive pela primeira vez na Amazônia nos anos 1970, os agricultores queimavam suas terras e sabiam que o fogo não iria se espalhar muito porque a própria mata úmida da floresta iria freá-lo. Hoje isso não é mais uma certeza, o fogo adentra pela floresta, que está cada vez mais seca pela mudança nos regimes de chuva, e foge do controle com muita facilidade”, explicou.

Imagem: Queimadas na Amazônia estão mais díficeis de serem controladas, pois a floresta está cada vez mais seca / Crédito: Greenpeace
Perguntas e Respostas
“É preciso antes de tudo saber que perguntas devem ser respondidas e então perceber qual a melhor maneira de tratar essas perguntas. Na maioria das vezes a resposta não está nessa ou naquela disciplina e sim no conjunto de conhecimentos de uma equipe de pesquisadores diversificada”, afirmou.
O grupo de trabalho do Antropólogo costuma seguir a regra de manter a mente aberta a novas possibilidades. “Eu costumo dizer para minha equipe: Quando você entrar por aquela porta para uma reunião, deixe suas ferramentas e armas, seus métodos e suas teorias lá fora. Depois que definimos a pergunta científica, procuraremos a ferramenta mais adequada para respondê-la, sem nos preocupar com quem trouxe a ferramenta”, disse Moran.
Além da interdisciplinaridade, o antropólogo alerta que faltam incentivos e recursos para que mais áreas do conhecimento venham a trabalhar com as mudanças climáticas e que também são escassos os meios que promovam o intercâmbio dessas informações.
“Apesar de nos últimos anos o INPE ter melhorado sua capacidade de monitoramento climático, ela ainda não é a ideal. Também existem poucos fóruns regionais de discussões e ferramentas de apoio governamental para pesquisas”, resume.
Há tempo, mas não muito
No geral, o antropólogo é otimista e afirma que ainda temos algo como 50 anos para agir e assim reduzir os piores impactos das mudanças climáticas. Mas alerta que as conseqüências das alterações no clima não são lineares, isto é, não vão piorando aos poucos e sim podem entrar em processos irreversíveis de uma hora para a outra.
O pesquisador usou o exemplo do Pacífico Norte, que em 1977 passou por uma grande transformação nos padrões da temperatura da superfície do mar que foi denominado de "Great Pacific Climate Shift". Subitamente águas mais quentes substituíram as águas mais frias que tinham predominado nas três décadas anteriores junto à costa oeste da América do Norte e o leste do Pacífico Equatorial, causando diversos impactos para as espécies e para a pesca.
“O mesmo pode acontecer com outros ecossistemas, inclusive com a Amazônia. Se o desmatamento continuar e se somar às mudanças do clima, vamos chegar em um momento, que não está distante, em que a floresta nunca mais se recuperará. Depois desse ponto, mesmo se ampliarmos as áreas de preservação, a floresta não se regenerará, apenas voltará como uma vegetação de cerrado ou savana”, finalizou.
Autor: Fabiano Ávila - Fonte: Instituto CarbonoBrasil

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Mudanças do Clima são tema de publicação do Ipea

Quarta edição do Boletim Regional, Urbano e Ambiental será lançada em Brasília com transmissão pela internet
O Ipea lança na próxima quarta-feira, 22, às 10 horas, a quarta edição do Boletim Regional, Urbano e Ambiental. Inteiramente dedicado ao tema das mudanças do clima, o boletim será lançado no auditório do Instituto em Brasília (SBS, Quadra 1, Bloco J, Ed.BNDES) e transmitido ao vivo, pela internet, para todo o Brasil.
São doze artigos que tratam de aspectos relacionados à economia da mudança do clima; aos impactos em atividades agrícolas; aos aspectos regulatórios; aos principais acordos internacionais; às ações de mitigação; às alternativas limpas de desenvolvimento; e à chamada justiça climática. Participaram da elaboração do boletim 25 autores, entre pesquisadores do Ipea e colaboradores convidados.
O boletim é uma publicação semestral da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea (Dirur).O objetivo é apresentar e analisar dados sobre cidades, meio ambiente, federalismo e desenvolvimento regional, além de discutir políticas públicas brasileiras.
Participam do lançamento da quarta edição do Boletim Regional, Urbano e Ambiental a diretora da Dirur, Liana Carleial; o coordenador de Estudos Regionais do Ipea Carlos Wagner Oliveira, editor do boletim; e o técnico de Planejamento e Pesquisa Jorge Hargrave, um dos organizadores da publicação; além dos autores dos artigos.


Confira os artigos presentes na quarta edição do boletim:
ECONOMIA DA MUDANÇA DO CLIMA NO BRASIL
Sergio Margulis
Carolina Dubeux
O IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA LUCRATIVIDADE DAS ATIVIDADES AGRÍCOLAS NO BRASIL
José Feres
Eustáquio J. Reis
Juliana Speranza
VULNERABILIDADE SOCIOECONÔMICA DA AGRICULTURA FAMILIAR BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: O DESAFIO DA AVALIAÇÃO DE REALIDADES COMPLEXAS
Diego Lindoso
Nathan Debortoli
Izabel Parente
Flávio Eiró
Juliana Dalboni Rocha
Saulo Rodrigues Filho
Marcel Bursztyn
ASPECTOS REGULATÓRIOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO BRASIL
Ronaldo Seroa da Motta
O PROTOCOLO DE QUIOTO E SUA REGULAMENTAÇÃO NO BRASIL
José Domingos Gonzalez Miguez
Adriano Santhiago de Oliveira
Gustavo Luedemann
Jorge Hargrave
DO MDL ÀS NAMAs: PERSPECTIVAS PARA O FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL BRASILEIRO
Maria Bernadete Gomes Pereira e Sarmiento Gutierrez
DE COPENHAGUE A CANCÚN: DÚVIDAS E EXPECTATIVAS
Sergio Barbosa Serra
ANÁLISE DAS METAS DO ACORDO DE COPENHAGUE
Ronaldo Seroa da Motta
O ESTÁGIO ATUAL DAS NEGOCIAÇÕES SOBRE NAMAs: IMPLICAÇÕES PARA O BRASIL E PARA O FUTURO DAS NEGOCIAÇÕES SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Branca Americano
NOVO CONTEXTO DA AGRICULTURA: ALTA PRODUTIVIDADE + EFICIÊNCIA NO USO
DA TERRA = BAIXAS EMISSÕES DE GEEs
Gustavo Barbosa Mozzer
MECANISMO DE REDUÇÃO DE EMISSÕES POR DESMATAMENTO E DEGRADAÇÃO FLORESTAL EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO (REDD) E SUA APLICAÇÃO NO CASO BRASILEIRO
Gustavo Barbosa Mozzer
Sofia Shellard
JUSTIÇA CLIMÁTICA E EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS: O CASO DAS ENCHENTES NO BRASIL
Bruno Milanez
Igor Ferraz da Fonseca
Fonte: Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada www.ipea.gov.br
Fundação pública vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais - possibilitando a formulação de inúmeras políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiro - e disponibiliza, para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

inSustentabilidade! Eis o “momentum”

Especialista traz uma reflexão sobre o atual modelo socioeconômico e a questão da sustentabilidade
A mídia traz a todo momento informações sobre aquecimento global, emissão de gases nocivos, exaustão dos recursos naturais, vazamentos de óleo, desmatamentos, conflitos armados. Um cenário áspero. Preservar a vida com alguma dignidade é uma questão de interesse global e envolve o nosso futuro e o das próximas gerações. No entanto as questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável e habitabilidade da terra, por serem mais recentes e menos conhecidas, são pouco ou quase nunca abordadas pela maioria das pessoas. E isto deveria ser diferente.
Com o intuito de fomentar a discussão e articular os argumentos necessários a reflexão, introduzo um tema que vejo ser um dos mais críticos e complexos quando tratamos de humanidade e dos ecossistemas garantidores de sua existência: o modelo de produção e a forma como consumimos.
O esgotamento do atual modelo socioeconômico
O sistema vigente resulta num pesado ônus político e socioambiental. E tende a se agravar em médio e longo prazo comprometendo, sobretudo, a qualidade de vida no futuro. A ameaça de exaustão dos recursos naturais por conta da elevada e crescente demanda por alimentos e bens de consumo aliada à deterioração das relações de troca entre trabalho e capital resultou num perverso enriquecimento de minorias, relegando a maioria a condição de pobreza. Isto levou ao enorme distanciamento socioeconômico entre classes sociais e entre as nações. E nesta cadencia, o cenário inexoravelmente se agravará.
No âmbito climático, rios transbordam na Suíça, no Brasil, nos EUA, na Alemanha e na China com frequências cada vez maiores. Estudos do IPCC apontam para uma diminuição da quantidade de "dias frios" e aumento dos "dias quentes". No Ártico, na Cordilheira dos Andes e na Europa central, as camadas de gelo e neve estão derretendo. No âmbito econômico, o cientista inglês Nicholas Stern relata em seu estudo que cuidar do clima do planeta custaria entre 1% ou 2% do PIB mundial, mas os países ricos, principais poluidores ainda hesitam em agir. O grupo dos países mais industrializados atravessa a pior crise financeira dos últimos 70 anos, com elevados indices de desemprego. Países vão à falência e ameaçam arrastar junto boa parte da zona do euro.
Enquanto lemos este artigo centenas de pessoas morrem em decorrência de conflitos armados ou da pobreza extrema na Africa, Oriente Médio e Ásia. Vetores que tendem a evoluir sem exceção, sejam em países ricos ou pobres. Estudos recentes elaborados por instituições acreditadas apontam que considerando-se os atuais padrões de consumo da população mundial hoje exige 2.5 planetas Terra adicionais para que dê conta de sua demanda por alimento, lazer e conforto. Estamos falando de Pegada Ecológica, assim é conhecido o indicador que aponta o esforço do planeta para sustentar a atual civilização. Procure na web por Footprint ou então no site www.wwf.org.br/pegadaecologica.
Para se ter uma noção do impacto sobre o planeta, é interessante observar que se levou 300 mil anos para nos tornarmos 2.5 bilhões de pessoas em 1950. E desde então até os dias de hoje, aumentamos e somos mais de 6,7 bilhões de seres humanos, consumindo muito de tudo. Portanto, em apenas 60 anos a população mundial mais que dobrou, e a velocidade do consumo destes recursos também cresceu de forma vertical.
Não é a toa que o planeta aqueceu
Vamos considerar que apenas uma parte significativa da população mundial, pertencente aos países conhecidos por economias emergentes, formada por chineses, indianos e brasileiros desejem, por exemplo, adquirir um automóvel, uma geladeira, um forno de microondas, viajar de avião, ou ainda comer carne ou pescado. Anseios, originais e meritórios, que representam alguns itens de consumo e conforto no mundo contemporâneo mediano.
Discorrendo de modo singular sobre as consequências ambientais para atender esta demanda, veja o que poderia acontecer.
• Haveria aumento da demanda por combustível fóssil. Maior extração e refino para produzir os combustíveis para viabilizar toda a logística envolvida. Impacto gerado: aumento das emissões de gases efeito estufa (gee) e por consequência do aquecimento global, contaminação do solo e dos recursos hídricos. Vazamentos de óleo durante a extração (BP/Golfo do México) ou armazenamento (Petrobras/Baia da Guanabara-2000).
• Crescimento da extração de minério para fabricação do aço necessário para a manufatura dos bens. Impacto gerado: degradação do solo, assoreamento de rios e lagos, desmatamento, demandam adicional de energia e por conseqüência, maior emissão de gases efeito estufa, além de outros poluentes pesados na atmosfera, nos rios e oceanos.
• Intensificação do uso de energia para operação dos equipamentos de produção de bens duráveis e de consumo. Impacto gerado: sobrecarga na temperatura global por conta da queima do combustível fóssil e pelo alagamento de novas áreas, hoje florestadas, para produção de mais energia hidrológica; aumento de resíduos tóxico e nucleares.
• Aumento da demanda em toda a cadeia da matéria–prima, mão de obra e insumos secundários para a manufatura, logística de entrega e emprego de componentes agregados como papel, plástico e aço. Impacto gerado: superexploração dos recursos naturais e maior exposição dos biomas ao risco de exaustão e extinção
• Aumento na demanda por alimentos. Impacto gerado: intensificação do desmatamento e da degradação da terra pela cadeia do agrobusiness, exaustão dos aquíferos por conta de métodos inadequados de plantio e irrigação. Só para citarmos alguns.
Contudo, para que a exposição não pareça parcial há que se considerar que não se trata apenas de uma cadeia de destruição e ônus que se impõe. Há também uma corrente paralela de construção e de benefícios e isto nos permite uma reflexão comparativa sobre a relação. Infelizmente esta relação é marcada por um profundo desequilíbrio, pois o regime socioeconômico vigente, excludente, não permite que a maior parte das populações possa usufruir de benefícios como alimentos, medicamentos, tecnologia e o que é pior, aqueles que podem, em sua maioria o fazem de forma perdulária.
Em 2030 seremos 9 bilhões de habitantes
Seria este o momento da profunda e extensa reavaliação necessária dos princípios e valores vigentes, uma vez que civilização atual se encontra próxima do limite de esgotamento de seus recursos naturais? Grande parte das fronteiras voltadas para a sobrevivência está mapeada. Já sabemos quais são e onde estão.
Resta agora o mais complexo, que é conceber quais serão os novos fundamentos socioambientais para uma inovadora hegemonia global e quais os paradigmas econômicos viáveis para esta nova era. Como conciliar os anseios de uma sociedade que aprendeu a cultuar e adorar a imagem do excesso de oferta á um cenário de limitação e escassez no futuro?
Kant e o Iluminismo
A última grande revolução de ideias que efetivamente transformou o mundo foi na primeira metade do século XVIII com o Iluminismo, quando houve uma convergência de tendências filosóficas, sociais, políticas, intelectuais e religiosas. Resultando num vasto conjunto de valores e de novos princípios estruturais e pragmáticos que nos nortearam até os dias de hoje.
Nos tornamos a evolução daquele momento e agora nos damos conta de que precisamos de outra grande era de transformação.
Como definiu o grande pensador Immanuel Kant: “O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do Iluminismo". E é disso que precisamos.
Autor: Laércio Bruno Filho (Diretor de Novos Negócios Socioambientais e Coordenador Técnico de Programas de Sustentabilidade Empresarial e de Desenvolvimento Sustentável para Comunidades pela empresa eSENSE. Professor Convidado do MBA PECEGE da ESALQ/USP para a disciplina Agronegócios; Relator do Grupo de Estudos Sobre Florestas no comitê de discussão do mercado voluntário de carbono da ABNT, Membro do grupo de Estudos sobre Ética e Sustentabilidade do CRA-SP)

Cobrança pelo uso da Água começa a se difundir.

Como estava previsto na lei nacional de Recursos Hídricos 9433/97, a cobrança pelo uso da água começa a se difundir pelo Brasil. Ela se torna possível quando é criado um comitê de bacia e esse comitê cria sua agência de águas, isto é, um corpo técnico que se torna responsável pela implementação da cobrança. Entretanto, a cobrança é uma decisão do comitê.
O São Francisco começa nesse mês a cobrar pela água, o que tem deixado muita gente preocupada. De fato, a cobrança pela água é muito mais complexa do que se pode imaginar à primeira vista. Os chamados usuários – qualquer ente físico ou jurídico que utilize águas de um determinado corpo d’água, como irrigantes, indústria, serviços de saneamento, etc. – terão que pagar por ela, desde que esteja acima do chamado “uso insignificante”, que no São Francisco foi determinado em 4 litros por segundo. Acima disso, qualquer usuário terá que receber uma outorga e terá que pagar por cada metro cúbico utilizado.
Mas, não paga apenas pelo que capta, pagará também pelo que devolve ao corpo d’água em forma de efluentes. Quanto mais limpa for a água captada, mais caro se paga. Quanto mais suja for a água devolvida, mais caro se paga. Quando o uso é “consuntivo”, isto é, a água retirada não volta mais àquele corpo d’água, como é o caso da Transposição, ainda mais caro se deve pagar.
O critério é o enquadramento dos corpos d’água, que de forma sintética, classifica a qualidade da água. Aí entra outro fator complexo, já que a classificação é pelo DBO – demanda biológica por oxigênio – que indica a demanda de oxigênio que aquele efluente vai demandar do corpo d’água, para processar seu material orgânico. Portanto, não são avaliadas questões chaves, como a contaminação por metais pesados.
A água do São Francisco a ser captada pela Transposição está classificada no nível 2, portanto, nem a melhor das águas, nem a pior. Além do mais, é um uso cem por cento consuntivo, já que nenhuma gota voltará ao São Francisco. O problema é que sua adução até os demais estados demanda muita energia e manutenção dos canais e maquinários. Então, o governo, que sempre garantiu que essa água seria barata, agora quer impor redução no preço da água transposta. Resultado, os beradeiros do São Francisco poderão pagar mais caro pela água do rio que os receptores nos estados do setentrional.

Discute-se também se para pôr um barco na água, para pescar, etc., esses pequenos usuários deveriam pagar. Pelo menos no comitê do São Francisco, ainda não. Porém, os pequenos agricultores mineiros estão apavorados porque agora tem que registrar suas minações, olhos d’água e outras formas de captação, mesmo que o uso seja insignificante e não tenham que pagar pelo seu uso.
Enfim, agora água é mercadoria, tem valor econômico e será vendida como qualquer produto. Há quem defenda a cobrança pela água como uma medida pedagógica e disciplinar. Nós achamos que o mecanismo da cobrança não estabelece o uso equitativo da água – quem tiver outorga e dinheiro para comprar leva -, e que outros mecanismos seriam mais eficientes para disciplinar e fazer justiça no uso da água. Mas, prevaleceram os interesses e a lógica do capital, embutidos em nossa lei de recursos hídricos.
No futuro, quando toda água estiver mercantilizada, novas formas de fazer da água um negócio deverão aparecer. Previmos esses desdobramentos desde a Campanha da Fraternidade da Água, em 2004. Agora estamos colhendo os frutos da implementação dessa lei e da política que ela nos trouxe.
Fonte:www.sendosustentavel.blogspot.com

Reunião em Cancun será bem sucedida, afirma de Boer

Ex-presidente do braço climático da ONU acredita que a conferência do clima do fim do ano trará avanços, mas reconhece que os objetivos a serem alcançados deverão ser bem mais modestos do que os que foram discutidos em Copenhague
Depois de um período afastado dos holofotes, o ex-presidente do UNFCCC e hoje conselheiro da KPMG, o holandês Yvo de Boer voltou a aparecer na imprensa internacional afirmando que a próxima Conferência do Clima (COP16), no final do ano, em Cancun, México, deve alcançar seus objetivos. Porém, para isso, é necessário entender o que realmente seriam os alvos da reunião.
Segundo de Boer, o fundamental é a comunidade internacional decidir o que será o acordo climático global, seus instrumentos e obrigações. Questões como metas de redução de emissões de gases do efeito estufa não seriam mais tão importantes, pois parece inevitável que ficarão relegadas a decisões nacionais.
“Discussões sobre metas de cada país ficaram irrelevantes diante do contexto criado por Copenhague. Não acredito que veremos uma grande mudança no que já está sendo proposto por cada país individualmente”, explicou de Boer.
As negociações climáticas vêm se arrastando nos últimos meses e poucos avanços vêm sendo conquistados. Para o holandês, o importante agora seria fazer com que cada nação cumpra o que vem prometendo com relação a financiamento e cortes de emissões e não se preocupar com grandes ambições.
Muito da próxima COP dependerá do andamento da legislação climática nos Estados Unidos, que ultimamente não parece ter um futuro muito promissor.
“Acho difícil que o país aprove esse tipo de lei nesse momento. Mas seria importante ter indicações de que a legislação irá sair do papel em breve”, afirmou o holandês.
De Boer destacou também a importância da iniciativa privada como uma força para incentivar e promover o corte de emissões. Além disso, acredita que o momento em que as tecnologias limpas deixarão de ser vistas apenas como opções “da moda” para serem realmente lucrativas está muito próximo.
“O preço atual da eletricidade não torna atraentes tecnologias como a solar ou eólica. Mas bastaria esse preço subir minimamente ou o custo dessas iniciativas caírem um pouco – o que é inevitável -, que já teremos toda uma nova onda de investimentos nesse setor”, afirmou.
Otimismo
Na nova função de conselheiro da KPMG, de Boer parece estar mais à vontade para falar com a imprensa e suas opiniões sobre a COP 16 ecoaram em diversos jornais. Porém, até mesmo o liberal The Guardian considerou o holandês muito esperançoso.
“De Boer é no mínimo otimista ao chamar Cancun de sucesso se o que veremos lá serão compromissos enfraquecidos com relação à Copenhague e nada de metas”, escreveu Damian Carrington, editor de meio ambiente do jornal britânico.
Também vale ressaltar que se a visão do ex-presidente do UNFCCC se confirmar e apenas mantivermos as promessas de corte de emissões já anunciadas por cada nação isso não será insuficiente para manter o aquecimento global abaixo dos 2˚C.
Segundo o Pew Center, as metas para 2020 assumidas pelos países desenvolvidos irão resultar num aumento de até 3,9˚C nas temperaturas e como conseqüência veremos com maior freqüência e intensidade os fenômenos climáticos extremos que tantos prejuízos já vem causando.
Autor: Fabiano Ávila - Fonte: CarbonoBrasil/Agências

7ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL LIXO ZERO

O Instituto Lixo Zero Brasil, em parceria com Zero Waste International Aliance, vai sediar a 7ª Zero Waste International Conference and Dialogue.
O evento é anual e será realizado na cidade de Florianópolis, Santa Catarina – Brasil, dias 28 e 29 de Outubro de 2010.
Conceito: nesta data, representantes do governo, de organizações não governamentais, instituições acadêmicas, estudantes, secretarias estaduais e municipais, e pessoas relacionadas ao tema estarão reunidos para debater ideias e conceitos sobre o tema “Lixo Zero e Sustentabilidade”.
O diálogo será apoiado por organizações governamentais, grupos sem fins lucrativos e empresas privadas, como a NOVOCICLO.

ZERO WASTE
A 7ª Zero Waste International Conference and Dialogue traz como tema central “Soluções Lixo Zero no Contexto Clima, Crise Financeira e Segurança Química”.
O tema serve para ilustrar o enorme potencial dos resíduos na solução de problemas, por meio de medidas cuidadosas, apresentadas em plenário, com divisão de competências. Da mesma forma, a conferência está dividida em três tópicos de discussão:
• Lixo Zero: como diminuição e medida de adaptação;
• Lixo Zero: como ferramenta para a segurança química;
• Lixo Zero: como trabalho e solução de subsistência.
Além disso, a discussão vai abordar os obstáculos para alcançar o desperdício zero, o encerramento das lixeiras, dos depósitos de lixo e aterros sanitários, a responsabilidade do produtor estendida ao modelo ecológico com práticas de gestão de resíduos sólidos, entre outros.

OBJETIVO
O objetivo da conferância é debater a sustentabilidade e apresentar políticas e projetos, bem como ações e cases que deram certo no cenário nacional e internacional. Além da presença de especialistas nacionais e internacionais, o debate será aberto à participação de lideranças locais, para que os bons exemplos aplicados regionalmente possam ser multiplicados para realidades semelhantes.
A plateia será composta de representantes do setor privado, de centros acadêmicos, de ONGs e governos estaduais e municipais.

OBJETIVOS TÉCNICOS
Apresentar, avaliar e discutir as melhores práticas desenvolvidas e implementadas pelos projetos de bairros, cidades, empresas, eventos lixo zero.
Mobilizar o poder público municipal para avaliação de novas soluções e tecnologias para destinação de resíduos sólidos urbanos, contribuindo para a redução dos impactos sociais e ambientais do atual gerenciamento do lixo urbano.
Envolver no processo de diálogo e engajamento todas as partes interessadas: o poder público, a indústria, o cidadão, a sociedade, as comunidades, entre outras, para debater as prioridades socioambientais de um novo modelo.

RESULTADOS ESPERADOS
• Avaliação e discussão da evolução dos projetos Lixo Zero no mundo.
• Discussão dos projetos bem-sucedidos de Lixo Zero em segmentos específicos, geradores de grande volume de resíduos sólidos.
• Avaliação da viabilidade técnica e financeira de novas tecnologias implementadas em diferentes países e culturas.
• Discussão sobre as barreiras socioculturais para a expansão da conscientização ambiental na separação e destinação dos resíduos orgânicos e inorgânicos.
• Análise do marco regulatório e da política nacional sobre o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos.
• Discussão das alternativas de planejamento e desenvolvimento de comunidades Lixo Zero.

PÚBLICO-ALVO
A conferência é direcionada a estudantes, pesquisadores e profissionais do Brasil e do exterior, das áreas de design, arquitetura, urbanismo, paisagismo, biologia, sociologia, meio ambiente, pedagogia, gestão pública e das engenharias, e representantes da sociedade civil organizada que tenham relação direta ou indireta com planejamento urbano, projeto, construção, gestão de ambientes construídos de maneira sustentável, urbanos ou rurais.
Mais Informações: http://www.zerowasteconference.org/

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Em breve a COP 16

Dentro de pouco tempo dirigentes do mundo todo estarão novamente se reunindo para discutir os destinos do Planeta. Na COP 16, que será realizada no México, pretende-se chegar aos resultdos que não foram possíveis em Copenhague. De 29 de novembro a 10 de dezembro Cancún será palco de mais um embate entre os países ricos e os próprios para ver quem é que deve fazer o que em busca de uma economia de baixo Carbono e de uma sociedade que respeita o meio ambiente.
Aliás, me parece que muita gente ainda não entende o que significa o tema Mudanças Climáticas para o futuro da humanidade. Alguns críticos alegan que as pesquisas ainda não são conclusivas e/ou não podem afirmar quanto nem se realmente a Terra vai aquecer. Dizem ainda que alguns setores se prevalecem dos alertas para estimularem mercados de projetos que transferem, por assim dizer, a poluição/degradação para os países menos desenvolvidos, entre outros argumentos.
Mas não resta dúvida que o debate sobre o tema deve apontar para uma nova relação do homem com a natureza, atentando especialmete para superexploração dos Recursos Naturais, o que nos parece incontestável.
Num pequeno resgate de informações relacionadas reproduzimos abaixo as informações básicas constantes do site da UNFCCC.
"La temperatura media de la superficie terrestre ha subido más de 0,6oC desde los últimos años del siglo XIX. Se prevé que aumente de nuevo entre 1,4oC y 5,8oC para el año 2100, lo que representa un cambio rápido y profundo. Aun cuando el aumento real sea el mínimo previsto, será mayor que en cualquier siglo de los últimos 10.000 años.
La razón principal de la subida de la temperatura es un proceso de industrialización iniciado hace siglo y medio y, en particular, la combustión de cantidades cada vez mayores de petróleo, gasolina y carbón, la tala de bosques y algunos métodos de explotación agrícola.
Estas actividades han aumentado el volumen de "gases de efecto invernadero" en la atmósfera, sobre todo de dióxido de carbono, metano y óxido nitroso. Estos gases se producen naturalmente y son fundamentales para la vida en la Tierra; impiden que parte del calor solar regrese al espacio, y sin ellos el mundo sería un lugar frío y yermo. Pero cuando el volumen de estos gases es considerable y crece sin descanso, provocan unas temperaturas artificialmente elevadas y modifican el clima. El decenio de 1990 parece haber sido el más cálido del último milenio, y 1998 el año más caluroso.
El cambio climático puede tener consecuencias nefastas: nos lo podrían confirmar los dinosaurios, si no se hubieran extinguido. La teoría dominante es que no sobrevivieron cuando un meteorito gigante se estrelló contra la Tierra hace 65 millones de años, levantando tal cantidad de polvo en la atmósfera que la luz solar se vio fuertemente reducida, las temperaturas bajaron precipitadamente, muchas plantas no pudieron crecer y la cadena alimentaria se desintegró.
Lo que ocurrió a los dinosaurios es un claro ejemplo de cambio climático más rápido que el que el ser humano está ahora infligiéndose a sí mismo... pero no el único. Las investigaciones sobre los núcleos de hielo y los sedimentos lacustres revelan que el sistema climático ha sufrido otras fluctuaciones abruptas en el pasado lejano: parece que el clima ha tenido "puntos de inflexión" capaces de generar fuertes sacudidas y recuperaciones. Aunque los científicos están todavía analizando lo que ocurrió durante esos acontecimientos del pasado, es claro que un mundo sobrecargado con 6.300 millones de personas es un lugar arriesgado para realizar experimentos incontrolados con el clima.
Según las previsiones, la actual tendencia hacia el calentamiento provocará algunas extinciones. Numerosas especies vegetales y animales, debilitadas ya por la contaminación y la pérdida de hábitat, no sobrevivirán los próximos 100 años. El ser humano, aunque no se ve amenazado de esta manera, se encontrará probablemente con dificultades cada vez mayores. Los graves episodios recientes de tormentas, inundaciones y sequías, por ejemplo, parecen demostrar que los modelos informáticos que predicen "episodios climáticos extremos" más frecuentes están en lo cierto.
El nivel del mar subió por término medio entre 10 y 20 centímetros durante el siglo XX, y para el año 2100 se prevé una subida adicional de 9 a 88 cm (la subida de las temperaturas hace que el volumen del océano se expanda, y la fusión de los glaciares y casquetes polares aumenta el volumen de agua). Si se llega al extremo superior de esa escala, el mar podría invadir los litorales fuertemente poblados de países como Bangladesh, provocar la desaparición total de algunas naciones (como el Estado insular de las Maldivas), contaminar las reservas de agua dulce de miles de millones de personas y provocar migraciones en masa.
Según las previsiones, los rendimientos agrícolas disminuirán en la mayor parte de las regiones tropicales y subtropicales, pero también en las zonas templadas si la subida de la temperatura es de más de unos grados. Se prevé también un proceso de desertificación de zonas continentales interiores, por ejemplo el Asia central, el Sahel africano y las Grandes Llanuras de los Estados Unidos. Estos cambios podrían provocar, como mínimo, perturbaciones en el aprovechamiento de la tierra y el suministro de alimentos. La zona de distribución de enfermedades como el paludismo podría ampliarse.
El calentamiento atmosférico es un problema "moderno": es complicado, afecta a todo el mundo y se entremezcla con cuestiones difíciles como la pobreza, el desarrollo económico y el crecimiento demográfico. No será fácil resolverlo. Ignorarlo, sería todavía peor.
Hace más de un decenio, la mayor parte de los países se adhirieron a un tratado internacional –la Convención Marco de las Naciones Unidas sobre el Cambio Climático– para comenzar a considerar qué se puede hacer para reducir el calentamiento atmosférico y adoptar medidas para hacer frente a las subidas de la temperatura que sean inevitables. El 1997, los gobiernos acordaron incorporar una adición al tratado, conocida con el nombre de Protocolo de Kyoto, que cuenta con medidas más enérgicas (y jurídicamente vinculantes). Se prevé que el Protocolo entre en vigor en breve plazo. Y, desde 1988, un Grupo Intergubernamental sobre el Cambio Climático ha examinado las investigaciones científicas y ofrecido a los gobiernos resúmenes y asesoramiento sobre los problemas climáticos."
Autor: Jatyr Fritsch Borges

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

AGESAN promove Consulta Pública

Nos próximos dias estará disponível na página da AGESAN - Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Estado de Santa Catarina, a Consulta Pública para receber contribuições ao Regimento Interno da mesma. Por um prazo de 15 dias todos poderão colaborar com o aprimoramento da proposta, através de link próprio ou do e-mail da agência: agesan@agesan.sc.gov.br. A AGESAN foi criada no início do ano pela Lei Complementar nº 484/2010 para regular o setor de Saneamento Básico em Santa Catarina, o que inclui quatro serviços: Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário, Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos e Drenagem Urbana.
A Regulação de Serviços Públicos é nova no país, tendo sua gênese a partir das privatizações destes serviços pelo governo FHC, impondo-se a necessidade dos serviços privatizados submeterem-se ao controle do Governo e da Sociedade. No nível Federal este processo já se encontra bem consolidado com entidades como a ANEEL, ANVISA, ANAC, ANATEL e outras. Em Santa Catarina a primeira agência criada foi a AGESC, que detinha em seu mix o Saneamento Básico. Mas, desde janeiro, este setor foi subordinado à nova Agência denominada AGESAN, cujo processo de construção e consolidação está em curso.
Uma tarefa de suma importância quando consideramos os desafios nas áreas de esgotamento sanitário e tratamento e destinação adequada ao lixo, cujos índices no Estado ainda deixam muito a desejar. No que diz respeito à Drenagem Urbana a situação nem pode ser mensurada, porque não há nem sequer um marco regulatório. Mas sabe-se que reflete nos problemas das enchentes e, por sí só já se pode ter idéia do quão fundamental é atacar este viés do saneamento.
A participação da sociedade civil organizada e mesmo de cada cidadão é indispensável para o estabelecimento de novos paradigmas e para o atingimento de metas mais adequadas ao Estado. Lembrando ainda que segundo a OMS, para cada dolar gasto em saneamento se poupa quatro em despesas com saúde.
Fonte: Jatyr Fritsch Borges - Gerente de Fiscalização da AGESAN

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ministério das Cidades e CNPq lançam edital para formação de rede nacional em saneamento ambiental

A chamada 43/2010 é fruto de parceria entre os ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e das Cidades com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Inscrições até 18 de outubro
O edital selecionará propostas para formar a Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental (ReCESA). O intuito é apoiar projetos de pesquisa científica e tecnológica que promovam a articulação, consolidação ou formação dos Núcleos Regionais da ReCESA.
As propostas selecionadas deverão compor o segundo ciclo de atividades da ReCESA, de modo a consolidar a atuação da rede, com a constituição de cinco Núcleos Regionais, considerando as políticas e técnicas de manejo, tratamento e disposição específicas para cada tema e apropriadas para cada região.
Requisitos
O projeto deve estar claramente caracterizado como pesquisa científica e tecnológica e precisa conter, entre outras informações, a indicação da região geográfica objetivada, principal problema a ser abordado e as contribuições. As propostas devem ser encaminhadas ao CNPq exclusivamente por intermédio do Formulário de Propostas On-line, disponível na Plataforma Carlos Chagas .
O proponente deve possuir o título de doutor e ter seu currículo cadastrado na Plataforma Lattes, ser obrigatoriamente o coordenador do projeto e ter vínculo celetista ou estatutário com a instituição de execução do projeto. A presença na equipe de um pesquisador com formação em pedagogia e experiência relevante no desenvolvimento de propostas pedagógicas é obrigatória.
As propostas deverão apresentar objetivos claramente alinhados a pelo menos uma das cinco áreas temáticas que compõem as atividades da ReCESA: abastecimento de água; esgotamento sanitário; resíduos sólidos; águas pluviais; e temas de gestão, integradores e transversais. Os projetos aprovados serão financiadas pelo montante de 2,5 milhões de reais, sendo 1 milhão oriundo do orçamento do Ministério das Cidades e 1,5 milhão vindo do FNDCT/Fundos Setoriais. Os projetos terão o valor máximo de financiamento de 500 mil reais.
Fonte: Portal MundoGEO

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Novos empregos em Geotecnologias

Empregos
Cargo: Analista GIS com bons conhecimentos de ArcGIS ModelBuilder e regras topológicas de bases cartográficas. O candidato deverá residir em São José dos Campos. Desejável Inglês intermediário.
Empresa: Inovação - Tecnologia da Informação Geográfica
Local: São José dos Campos (SP)
Contato: Enviar currículo para rh@inovacaogis.com.br
Cargos:
1) Gerente de Projetos. Requisitos: Técnica de Gerenciamento de Projetos, Solução EPM, Processos de Implantação; Possuir experiência em MS Project e disciplinas do PMBoK; Ter excelente habilidade de redação; Experiência comprovada na função;
Graduação em Administração de Empresas, Informática ou áreas afins. Atividades: Gerenciar projetos e programas de implantação de softwares para Geotecnologias; Planejar, controlar, coordenar, documentar, comunicar e acompanhar as atividades dos projetos; Realizar o levantamento de escopo, requisitos, riscos, prazos e custos; Elaborar cronogramas de desenvolvimento; Coordenar a equipe de implantação e atuar na solução de conflitos no âmbito dos projetos; Contatar as diversas entidades participantes do projeto para troca de informações pertinentes às atividades desenvolvidas; Gerir o faturamento dos projetos/programas.
2) Comercial em Geotecnologias. Requisitos: Experiência comprovada na área comercial; Conhecimento em Geotecnologias;
Curso superior completo ou em andamento; Dinamismo, pró-atividade e boa comunicação; Morar em Porto Alegre ou cidades próximas; Disponibilidade para viagens; Aptidão para trabalhar em equipe; Disponibilidade para contratação imediata.
Atividades: Venda de soluções GIS, Cartografia e Imagens de Satélite; Elaboração de propostas; Pesquisas de prospecção; Pós-venda.
Empresa: Codex Remote
Local: Porto Alegre (RS)
Contato: Enviar currículo para rh@codexremote.com.br, indicando no assunto o título da vaga.
Cargo: Geólogo. Necessário conhecimento em obras de dutos para a Petrobrás; CNH (carteira nacional de habilitação); Disponibilidade para viagens, em especial para a cidade de Curitiba/PR ou que resida em Curitiba.
Empresa: BASE aerofotogrametria e projetos s.a.
Local: Curitiba (PR)
Contato: fátima@base.eng.br
Cargo: Gerente de Projetos - Desenvolvimento de Software. Vaga para profissional graduado em Ciência da Computação, Engenharia da Computação ou áreas correlatas, que tenha atuado com desenvolvimento e implantação de software, nos mercados de Utilities, Mineração e Óleo&Gás. É imprescindível ter atuado com Gerenciamento de Projetos, bem como possuir certificação PMP.
Empresa: Imagem– Soluções de Inteligência Geográfica
Local: Não informado
Contato: rhutilities@img.com.br

Concursos e Processos Seletivos
Cargo: Uma vaga para Topógrafo e uma para Geógrafo.
Instituição: Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE
Local: Cabo de Santo Agostinho (PE)
Contato: www.aocp.com.br
Fonte: Portal MundoGEO

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

SANEAMENTO: Quando SC terá cobertura total?

Um grande desafio para quem irá governar o Estado será o de equacionar o déficit da rede de coleta e tratamento do esgoto. A série Vida Real, busca saber dos candidatos ao governo respostas sobre questões que não fazem parte das generalidades da campanha. É um jeito de ajudar o eleitor a descobrir o que pensam os postulantes ao cargo de governador. Esta é a quinta matéria da série, que já abordou temas sobre segurança pública, educação, saúde e cultura.
Os números sobre saneamento básico são desfavoráveis para as estatísticas catarinenses. De acordo com pesquisa divulgada no dia 20 de agosto, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os principais problemas estão relacionados à coleta e tratamento de esgoto.
Dos 293 municípios catarinenses, apenas 103 possuem rede coletora e só 47 deles tratam os dejetos recolhidos. A justificativa da Casan, órgão estadual responsável, e dos municípios é a mesma: falta de dinheiro.
Segundo o superintendente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Casan, Cláudio Floriani, até 2002 poucos recursos foram liberados pelo governo federal e os critérios para aprovação eram muito rígidos.
Quando a empresa conseguiu os recursos financeiros, segundo ele, foi necessário rever os projetos para a implantação de esgotamento sanitário em diversos municípios. Para 2011, Floriani afirma que está previsto o valor de R$ 1 bilhão em investimentos.
O presidente da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), Saulo Sperotto, também afirma que o maior problema é conseguir financiamento para a implantação dos sistemas de esgoto nos cidades.
– O que nós esperamos do próximo governador é que seja parceiro dos municípios e que cobre da Casan responsabilidade sobre os serviços que deve prestar – afirma ele.
A falta de coleta e tratamento de esgoto é refletida na saúde, no meio ambiente e na economia do Estado. Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, em parceria com o Instituto Trata Brasil, o risco de crianças morrerem antes de completar seis anos de idade aumenta em 22% quando esses serviços não estão presentes.
O diretor da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), Paulo José Aragão, explica que diversas doenças se proliferam, entre a população mais carente, devido à ausência de esgotamento sanitário.
O especialista destaca, também, os problemas com o meio ambiente e a economia. Um exemplo bastante evidente é a balneabilidade das praias. De acordo com dados do último relatório publicado pela Fatma, 57 dos 194 pontos pesquisados estavam impróprios para banho.
– A falta de balneabilidade está ligada ao saneamento. Nós medimos exatamente a quantidade de coliformes fecais presentes na água – diz o presidente da Fatma, Murilo Flores.
Além da poluição das águas, a questão da balneabilidade afeta o turismo catarinense.
Para Aragão, o problema não é resolvido por falta de recursos, mas também porque os políticos não colocam o saneamento básico como prioridade. Duas soluções sugeridas pelo especialista são criar um fundo de investimentos em que uma parte seria destinada a saneamento ou trazer investimentos do capital privado, por meio de parcerias e concessões. Fonte: mayara.rinaldi@diario.com.br