A ONU realizará em abril uma sessão extraordinária das negociações climáticas globais em Bonn, na Alemanha, mas é cedo para dizer se haverá um novo tratado sobre o tema, depois do relativo fracasso da cúpula de dezembro em Copenhague, disse a Dinamarca nesta segunda-feira.
Veja o especial sobre a cúpula de Copenhague
"As negociações estão voltando a ganhar velocidade depois de Copenhague", disse à Reuters por telefone a ministra dinamarquesa do Clima e Energia, Lykke Friis, que preside as negociações da ONU.
De acordo com ela, representantes de 11 países importantes decidiram numa reunião de um dia na sede do Secretariado de Mudança Climática da ONU, em Bonn, acrescentar uma sessão extraordinária envolvendo todos os 194 países nessa cidade alemã, entre 9 e 11de abril.
"Houve uma atmosfera positiva e construtiva, e todas as partes estavam ávidas por avançar com as negociações", disse ela, relatando o primeiro encontro formal desde Copenhague.
Até agora, o calendário se limitava a sessões oficiais em Bonn entre 31 de maio e 11 de junho e a discussões ministeriais em Cancún, no México, de 29 de novembro a 10 de dezembro. A conferência de Copenhague, em contraste, havia tido cinco sessões preparatórias.
Friis disse que é impossível saber se haverá a definição de um novo tratado climático até o final do ano, para substituir o Protocolo de Kyoto a partir de 2013. "Estamos trabalhando por um acordo em Cancún, mas ainda é cedo demais para dizer", afirmou.
A despeito das grandes expectativas, a conferência de Copenhague terminou apenas com uma declaração de caráter político, estabelecendo como meta uma limitação da temperatura média do planeta em 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, além de verbas - num primeiro momento de US$ 10 bilhões por ano - para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptar à mudança climática.
Muitas nações veem com pessimismo a conferência de Cancún, em parte porque a legislação dos EUA sobre o controle de emissões parece estar parada no Senado. A Casa Branca quer reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em 17% até 2020 em relação aos níveis de 2005.
Em Nusa Dua, na Indonésia, o chefe do Programa de Meio Ambiente da ONU disse que as nações em desenvolvimento poderão dentro de três meses se candidatar à parte da verba de US$ 30 bilhões prometida em Copenhague pelos países ricos para o período de 2010 a 2012.
As regras para o desembolso dessa ajuda não ficaram claras, e Achim Steiner disse que recentemente uma nação em desenvolvimento lhe perguntou se havia algum telefone para o qual ligar para perguntar sobre o dinheiro.
"Se, em três meses, ainda não existir um telefone, então prevejo que parte do acordo estará em apuros, mas espero que haja (um telefone)", disse ele em entrevista na ilha de Bali, onde participa de uma conferência ambiental da ONU.
Fonte: Reuters
Analista Técnico em Gestão de Desenvolvimento Sustentável. Consultor em Meio Ambiente e Energias Alternativas. Parceria com a Senso Consultoria e Representante da Brasil Ecológico Energia Solar para SC.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
"Fundo verde" do Banco Mundial ultrapassa US$ 1 bi
Os chamados títulos verdes (Green Bonds) da instituição conseguiram arrecadar a marca bilionária em menos de dois anos e sinalizam que podem ser o modelo para que a iniciativa privada financie projetos de mitigação das mudanças climáticas
Se o problema para projetos de sustentabilidade e de adaptação ao aquecimento global é dinheiro, nada mais natural do que sejam os bancos os primeiros que consigam estabelecer meios práticos para que esses financiamentos sejam possíveis. Pelo menos é o que parece ter acontecido com a consolidação da iniciativa dos “green bonds”, ou títulos verdes, do Banco Mundial.
A idéia que a instituição teve em 2008 foi a de em troca de um retorno anual de 3,25% as empresas se dispusessem a comprar os “green bonds”, cuja a arrecadação iria para ONGs e projetos que combatam as causas e conseqüências das mudanças climáticas.
A iniciativa parece ter dado certo, pelo menos no que diz respeito à arrecadação, tanto que nesta segunda-feira (22) o Banco Mundial anunciou que os green bonds tinham acabado de ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão. A idéia é resultado da parceria com o banco sueco Skandinaviska Enskilda Banken (SEB), que doou nesta semana os US$ 69,2 milhões que faltavam para que se alcançasse a marca bilionária.
Investidores recentes dos green bonds incluem ainda o WWF da Suécia, o fundo de pensão nacional sueco, assim como vários bancos privados europeus e companhias de seguros.
“As quantias envolvidas nas negociações oficiais para o financiamento climático são muito pequenas se comparadas com o investimento necessário em mercados emergentes. Dessa forma, o financiamento privado deve exercer um papel de liderança. Mas para isso acontecer, os investimentos devem ser lucrativos”, explica o economista do SEB, Klas Eklaund.
Essa idéia de que todos devem sair ganhando - os investidores e os projetos de mitigação - seria um dos pontos principais dos green bonds e talvez venha a ser um modelo a ser copiado por outros bancos e instituições futuramente. Mas vale a ressalva para que haja um sério acompanhamento da aplicação desses recursos.
ONU
Outra novidade nos fundos de financiamento para o combate das mudanças climáticas veio recentemente das Nações Unidas, que estabeleceu um painel de notáveis para ajudar na arrecadação de dinheiro.
A iniciativa será liderada pelos primeiros-ministros Gordon Brown, do Reino Unido, e Meles Zenawi, da Etiópia, e terá ainda políticos, banqueiros e especialistas em financiamentos públicos e desenvolvimento como membros.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que o grupo terá a missão de arrecadar US$ 100 bilhões até 2020 para financiar a adaptação, mitigação e o desenvolvimento e transferência de tecnologias. Dando sempre prioridade para os países mais vulneráveis.
A ONG Oxfam liberou uma nota que elogia a iniciativa, mas torce para que não seja apenas mais um grupo de bate-papo e que realmente tome medidas concretas para levantar os US$ 100 bilhões.
Autor: Fabiano Ávila - Fonte: CarbonoBrasil
Se o problema para projetos de sustentabilidade e de adaptação ao aquecimento global é dinheiro, nada mais natural do que sejam os bancos os primeiros que consigam estabelecer meios práticos para que esses financiamentos sejam possíveis. Pelo menos é o que parece ter acontecido com a consolidação da iniciativa dos “green bonds”, ou títulos verdes, do Banco Mundial.
A idéia que a instituição teve em 2008 foi a de em troca de um retorno anual de 3,25% as empresas se dispusessem a comprar os “green bonds”, cuja a arrecadação iria para ONGs e projetos que combatam as causas e conseqüências das mudanças climáticas.
A iniciativa parece ter dado certo, pelo menos no que diz respeito à arrecadação, tanto que nesta segunda-feira (22) o Banco Mundial anunciou que os green bonds tinham acabado de ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão. A idéia é resultado da parceria com o banco sueco Skandinaviska Enskilda Banken (SEB), que doou nesta semana os US$ 69,2 milhões que faltavam para que se alcançasse a marca bilionária.
Investidores recentes dos green bonds incluem ainda o WWF da Suécia, o fundo de pensão nacional sueco, assim como vários bancos privados europeus e companhias de seguros.
“As quantias envolvidas nas negociações oficiais para o financiamento climático são muito pequenas se comparadas com o investimento necessário em mercados emergentes. Dessa forma, o financiamento privado deve exercer um papel de liderança. Mas para isso acontecer, os investimentos devem ser lucrativos”, explica o economista do SEB, Klas Eklaund.
Essa idéia de que todos devem sair ganhando - os investidores e os projetos de mitigação - seria um dos pontos principais dos green bonds e talvez venha a ser um modelo a ser copiado por outros bancos e instituições futuramente. Mas vale a ressalva para que haja um sério acompanhamento da aplicação desses recursos.
ONU
Outra novidade nos fundos de financiamento para o combate das mudanças climáticas veio recentemente das Nações Unidas, que estabeleceu um painel de notáveis para ajudar na arrecadação de dinheiro.
A iniciativa será liderada pelos primeiros-ministros Gordon Brown, do Reino Unido, e Meles Zenawi, da Etiópia, e terá ainda políticos, banqueiros e especialistas em financiamentos públicos e desenvolvimento como membros.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que o grupo terá a missão de arrecadar US$ 100 bilhões até 2020 para financiar a adaptação, mitigação e o desenvolvimento e transferência de tecnologias. Dando sempre prioridade para os países mais vulneráveis.
A ONG Oxfam liberou uma nota que elogia a iniciativa, mas torce para que não seja apenas mais um grupo de bate-papo e que realmente tome medidas concretas para levantar os US$ 100 bilhões.
Autor: Fabiano Ávila - Fonte: CarbonoBrasil
'Brasil pode viver com 30% a menos de energia', afirma consultor ambiental
De uma lista quase interminável de críticas à Usina Hidrelétrica de Belo Monte, o jornalista Washington Novaes, também consultor ambiental, apega-se a uma delas: a de que o Brasil simplesmente não precisa dessa hidrelétrica. Segundo ele, a demanda por energia pode ser facilmente suprida com a redução de perdas na transmissão, campanhas contra o desperdício e repotenciação de geradores.
A entrevista foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, em 14/02/2010.
Eis a entrevista.
Para o sr., o que é mais grave no caso da Usina de Belo Monte?
O fato ignorado de que o Brasil pode viver tranquilamente com 30% a menos da energia que é consumida hoje. Se neste momento ainda temos uma sobra e podemos ganhar com medidas baseadas na eficiência energética e no controle de perdas, temos um tempo bom pela frente para planejar de acordo com a necessidade e fazer investimentos em áreas que estão muito carentes, como saneamento.
A que medidas o sr. se refere?
Defendo a implantação de programas de conservação e eficiência energética, como ocorreu no apagão de 2001, quando o consumo brasileiro de energia caiu em torno de 30%. Até hoje ninguém mostrou que houve prejuízo para a população, a não ser para as distribuidoras de energia que deixaram de faturar. Essa é uma das conclusões de um estudo realizado em 2007 por pesquisadores da Unicamp em parceria com a organização WWF. Esse mesmo estudo diz que podemos ganhar 10% da atual potência instalada com a repotenciação de geradores antigos, que já tenham rendimento muito baixo. No Brasil, também perdemos quase 15% da energia nas linhas de transmissão, enquanto fora daqui os valores são muitos menores: o Japão tem 1% de perda.
No setor energético existe o consenso de que essas medidas têm um custo alto para o sistema e nem sempre são eficientes.
Eles têm sempre essa posição, nunca defendem conservação nem eficiência. Os Estados Unidos, depois do segundo choque do petróleo, em 1973, colocaram em operação um plano de conservação e eficiência energética e durante 15 anos não aumentaram um só quilowatt no consumo de energia. Nesse período o PIB (Produto Interno Bruto) americano subiu 40%. É perfeitamente possível.
Os defensores da Usina de Belo Monte dizem que o Brasil precisa expandir o polo gerador anualmente na mesma proporção do crescimento do PIB.
Isso não faz sentido porque somos altamente desperdiçadores de energia. E o que é pior: estamos fazendo licenciamento privilegiando o funcionamento usinas termoelétricas, altamente poluidoras - um contrassenso para um país que acaba de fazer uma lei de mudanças climáticas. São todas decisões políticas.
O Ministério de Minas e Energia alega que é justamente o atraso de Belo Monte que obriga o governo a colocar em funcionamento as termoelétricas.
Repito: não precisamos de Belo Monte. Os impactos e o custo dessa usina também são enormes e não se justificam. As escavações serão equivalentes às que foram feitas para abrir o Canal do Panamá. Outra questão: a hidrelétrica vai causar uma explosão populacional na região, que não dispõe de infraestrutura. Além do impacto ambiental e social, há também o impacto econômico, porque essa energia não vai abastecer os povos da Amazônia, mas as indústrias de alumínio. Para os grandes consumidores, a energia é subsidiada e quem paga a conta é a população. Além de tudo isso, como se pode conceder o licenciamento ambiental de uma hidrelétrica sem saber quanto ela vai custar?
As 40 condicionantes definidas pelo Ibama na licença prévia concedida há duas semanas não são suficientes?
Isso não quer dizer grande coisa. No caso da transposição do Rio São Francisco, foram definidas 31 condicionantes e nenhuma delas foi atendida. As obras estão aí. Em Belo Monte vai acontecer o mesmo, porque a estratégia do governo está baseada em grandes obras. Isso me faz lembrar o falecido secretário nacional do Meio Ambiente, José Lutzenberger. Ele dizia que não há nada melhor para o crescimento do PIB de um país do que um terremoto, porque depois de contabilizados os prejuízos chega o momento de contabilizar as obras de construção.
(Fonte: O Estado de São Paulo (citado no site IHU))
A entrevista foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, em 14/02/2010.
Eis a entrevista.
Para o sr., o que é mais grave no caso da Usina de Belo Monte?
O fato ignorado de que o Brasil pode viver tranquilamente com 30% a menos da energia que é consumida hoje. Se neste momento ainda temos uma sobra e podemos ganhar com medidas baseadas na eficiência energética e no controle de perdas, temos um tempo bom pela frente para planejar de acordo com a necessidade e fazer investimentos em áreas que estão muito carentes, como saneamento.
A que medidas o sr. se refere?
Defendo a implantação de programas de conservação e eficiência energética, como ocorreu no apagão de 2001, quando o consumo brasileiro de energia caiu em torno de 30%. Até hoje ninguém mostrou que houve prejuízo para a população, a não ser para as distribuidoras de energia que deixaram de faturar. Essa é uma das conclusões de um estudo realizado em 2007 por pesquisadores da Unicamp em parceria com a organização WWF. Esse mesmo estudo diz que podemos ganhar 10% da atual potência instalada com a repotenciação de geradores antigos, que já tenham rendimento muito baixo. No Brasil, também perdemos quase 15% da energia nas linhas de transmissão, enquanto fora daqui os valores são muitos menores: o Japão tem 1% de perda.
No setor energético existe o consenso de que essas medidas têm um custo alto para o sistema e nem sempre são eficientes.
Eles têm sempre essa posição, nunca defendem conservação nem eficiência. Os Estados Unidos, depois do segundo choque do petróleo, em 1973, colocaram em operação um plano de conservação e eficiência energética e durante 15 anos não aumentaram um só quilowatt no consumo de energia. Nesse período o PIB (Produto Interno Bruto) americano subiu 40%. É perfeitamente possível.
Os defensores da Usina de Belo Monte dizem que o Brasil precisa expandir o polo gerador anualmente na mesma proporção do crescimento do PIB.
Isso não faz sentido porque somos altamente desperdiçadores de energia. E o que é pior: estamos fazendo licenciamento privilegiando o funcionamento usinas termoelétricas, altamente poluidoras - um contrassenso para um país que acaba de fazer uma lei de mudanças climáticas. São todas decisões políticas.
O Ministério de Minas e Energia alega que é justamente o atraso de Belo Monte que obriga o governo a colocar em funcionamento as termoelétricas.
Repito: não precisamos de Belo Monte. Os impactos e o custo dessa usina também são enormes e não se justificam. As escavações serão equivalentes às que foram feitas para abrir o Canal do Panamá. Outra questão: a hidrelétrica vai causar uma explosão populacional na região, que não dispõe de infraestrutura. Além do impacto ambiental e social, há também o impacto econômico, porque essa energia não vai abastecer os povos da Amazônia, mas as indústrias de alumínio. Para os grandes consumidores, a energia é subsidiada e quem paga a conta é a população. Além de tudo isso, como se pode conceder o licenciamento ambiental de uma hidrelétrica sem saber quanto ela vai custar?
As 40 condicionantes definidas pelo Ibama na licença prévia concedida há duas semanas não são suficientes?
Isso não quer dizer grande coisa. No caso da transposição do Rio São Francisco, foram definidas 31 condicionantes e nenhuma delas foi atendida. As obras estão aí. Em Belo Monte vai acontecer o mesmo, porque a estratégia do governo está baseada em grandes obras. Isso me faz lembrar o falecido secretário nacional do Meio Ambiente, José Lutzenberger. Ele dizia que não há nada melhor para o crescimento do PIB de um país do que um terremoto, porque depois de contabilizados os prejuízos chega o momento de contabilizar as obras de construção.
(Fonte: O Estado de São Paulo (citado no site IHU))
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MERCADO DE CARBONO
DATA: 16 ,17, 23 e 24 de Abril de 2010 em São Paulo (sextas e sábados)
O Curso de Especialização em Mercado de Carbono é eminentemente técnico com uma visão estratégica e orientação prática, voltado para a capacitação de profissionais na tomada de decisão em questões ambientais e na condução de trabalhos envolvendo o segmento de carbono.
Sua concepção é única na temática, no tratamento dos temas e na capacitação em atender as expectativas do setor quanto a formação de gestores e consultores.
O curso é composto de aulas teóricas, trabalhos práticos e visitas técnicas, sendo ministrado em ao Paulo no campus da FIT – Faculdade Impacta de Tecnologia. Rua Luis Coelho 223, 8º andar – próximo a Av. Paulista.
Com 32 horas-aula distribuídas ao longo de quatro sábados, o curso aborda a realidade de um dos mercados mais dinâmicos da atualidade e em fase de expansão continuada, tanto no Brasil quanto no mundo.
Objetivos
- Atender à demanda existente para essa capacitação, tanto no nível de gestores já atuantes no mercado, quanto na formação de gestores com conhecimento adequado do assunto;
- Oferecer a oportunidade para a continuação de estudos em aperfeiçoamento e capacitação profissional;
- Criar uma nova área de especialização e aperfeiçoamento na formação de profissionais;
- Permitir uma linguagem de interdisciplinaridade entre áreas afins do mercado de trabalho.
Público Alvo
- Executivos de Empresas e Profissionais que necessitem de especialização na área ambiental e em especial em Mercado de Carbono;
- Funcionários de Organizações Governamentais e Não Governamentais que atuem no setor ambiental;
- Profissionais de nível superior que procurem recolocação no mercado de trabalho, no setor ambiental.
Conteúdo Programático
A programação será composta de 32 horas-aula de teoria e prática, a saber:
1º dia: Entendendo o Porque do Mercado de Carbono
- O Protocolo de Quioto;
- O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL);
- Oportunidades de Mitigação;
- MDL e Aterros Sanitários
- O MDL e a Indústria de Cimento;
- A Teoria e a Prática;
- Custos de um Projeto.
2º dia: Inventário de Emissões e Sumidouros de GEE (Gases de Efeito Estufa), Identificação de Oportunidades de Redução e Início da Estruturação de um Projeto de Redução de GEE.
- Caracterização de um inventário e sua importância;
- Resultados de um inventário e identificação de oportunidades de redução;
- Estrutura geral de um DCP (Documento de Concepção de Projeto);
- Caracterização de adicionalidade;
- Ferramenta de adicionalidade (por barreiras ou econômica);
- Como estudar e apresentar a adicionalidade de um projeto;
- Capítulo do DCP que aborda adicionalidade com exemplos;
- Exercícios com estudos de caso;
3º dia: Entendendo a Linha de base de um projeto
- Exemplos de metodologias de linha de base, aplicabilidades e listagem das existentes;
- Como e quando propor uma nova metodologia;
- Determinação do cenário de linha de base de um projeto;
- Justificativas do cenário de linha de base;
- Capítulo do DCP que aborda linha de base com exemplos;
- Exercícios.
4º dia: Entendendo o Plano de Monitoramento
- Determinação do plano de monitoramento de um projeto; - Procedimentos de garantia e controle da qualidade da informação; - Capítulo do DCP que aborda plano de monitoramento com exemplos; - Exercícios; - Relatórios de monitoramento; - Auditoria de verificação.
- O Mercado de Carbono e o Mercado Voluntário;
- Projetos MDL no Mundo;
- O Brasil e o MDL;
- A Negociação dos Créditos;
- Perspectivas para o Mercado de Carbono;
- Informações Úteis.
Instrutores
Stefan David – MBA em Gestão Ambiental - Proenco; CEAG – FGV Profissional com larga experiência na comercialização e na condução de mais de 40 projetos de MDL no Brasil;
Juliana Scalon – Gerente da MGM Internacional, com 7 anos de experiência em Projetos de MDL, tendo atuado por 5 anos no Grupo Suez como Engenheira de Meio Ambiente em Projetos de Aterros Industriais e Sanitários e Desenvolvimento de Projetos de MDL.
Inscrições
LIGUE GRÁTIS E SAIBA MAIS 0800 282 0704
Informações e inscrições:
Internet: www.proencobrasil.com.br
E-mail: proenco@proencobrasil.com.br
Tel: 0800 282 0704 - Rosana/Luís
Fax: (21) 2221-0733 Conheça também o Curso Internacional Auditor Ambiental
O Curso de Especialização em Mercado de Carbono é eminentemente técnico com uma visão estratégica e orientação prática, voltado para a capacitação de profissionais na tomada de decisão em questões ambientais e na condução de trabalhos envolvendo o segmento de carbono.
Sua concepção é única na temática, no tratamento dos temas e na capacitação em atender as expectativas do setor quanto a formação de gestores e consultores.
O curso é composto de aulas teóricas, trabalhos práticos e visitas técnicas, sendo ministrado em ao Paulo no campus da FIT – Faculdade Impacta de Tecnologia. Rua Luis Coelho 223, 8º andar – próximo a Av. Paulista.
Com 32 horas-aula distribuídas ao longo de quatro sábados, o curso aborda a realidade de um dos mercados mais dinâmicos da atualidade e em fase de expansão continuada, tanto no Brasil quanto no mundo.
Objetivos
- Atender à demanda existente para essa capacitação, tanto no nível de gestores já atuantes no mercado, quanto na formação de gestores com conhecimento adequado do assunto;
- Oferecer a oportunidade para a continuação de estudos em aperfeiçoamento e capacitação profissional;
- Criar uma nova área de especialização e aperfeiçoamento na formação de profissionais;
- Permitir uma linguagem de interdisciplinaridade entre áreas afins do mercado de trabalho.
Público Alvo
- Executivos de Empresas e Profissionais que necessitem de especialização na área ambiental e em especial em Mercado de Carbono;
- Funcionários de Organizações Governamentais e Não Governamentais que atuem no setor ambiental;
- Profissionais de nível superior que procurem recolocação no mercado de trabalho, no setor ambiental.
Conteúdo Programático
A programação será composta de 32 horas-aula de teoria e prática, a saber:
1º dia: Entendendo o Porque do Mercado de Carbono
- O Protocolo de Quioto;
- O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL);
- Oportunidades de Mitigação;
- MDL e Aterros Sanitários
- O MDL e a Indústria de Cimento;
- A Teoria e a Prática;
- Custos de um Projeto.
2º dia: Inventário de Emissões e Sumidouros de GEE (Gases de Efeito Estufa), Identificação de Oportunidades de Redução e Início da Estruturação de um Projeto de Redução de GEE.
- Caracterização de um inventário e sua importância;
- Resultados de um inventário e identificação de oportunidades de redução;
- Estrutura geral de um DCP (Documento de Concepção de Projeto);
- Caracterização de adicionalidade;
- Ferramenta de adicionalidade (por barreiras ou econômica);
- Como estudar e apresentar a adicionalidade de um projeto;
- Capítulo do DCP que aborda adicionalidade com exemplos;
- Exercícios com estudos de caso;
3º dia: Entendendo a Linha de base de um projeto
- Exemplos de metodologias de linha de base, aplicabilidades e listagem das existentes;
- Como e quando propor uma nova metodologia;
- Determinação do cenário de linha de base de um projeto;
- Justificativas do cenário de linha de base;
- Capítulo do DCP que aborda linha de base com exemplos;
- Exercícios.
4º dia: Entendendo o Plano de Monitoramento
- Determinação do plano de monitoramento de um projeto; - Procedimentos de garantia e controle da qualidade da informação; - Capítulo do DCP que aborda plano de monitoramento com exemplos; - Exercícios; - Relatórios de monitoramento; - Auditoria de verificação.
- O Mercado de Carbono e o Mercado Voluntário;
- Projetos MDL no Mundo;
- O Brasil e o MDL;
- A Negociação dos Créditos;
- Perspectivas para o Mercado de Carbono;
- Informações Úteis.
Instrutores
Stefan David – MBA em Gestão Ambiental - Proenco; CEAG – FGV Profissional com larga experiência na comercialização e na condução de mais de 40 projetos de MDL no Brasil;
Juliana Scalon – Gerente da MGM Internacional, com 7 anos de experiência em Projetos de MDL, tendo atuado por 5 anos no Grupo Suez como Engenheira de Meio Ambiente em Projetos de Aterros Industriais e Sanitários e Desenvolvimento de Projetos de MDL.
Inscrições
LIGUE GRÁTIS E SAIBA MAIS 0800 282 0704
Informações e inscrições:
Internet: www.proencobrasil.com.br
E-mail: proenco@proencobrasil.com.br
Tel: 0800 282 0704 - Rosana/Luís
Fax: (21) 2221-0733 Conheça também o Curso Internacional Auditor Ambiental
Raios e mudanças climáticas
Nos últimos dez anos, o Brasil recebeu cerca de 57 milhões de raios e 1.321 pessoas morreram vítimas desse fenômeno natural. Esses números, reunidos pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), colocam o país no topo da lista mundial de incidência de descargas atmosféricas e indicam que o fenômeno está aumentando.
O aumento no número de raios pode estar relacionado com alterações no clima do planeta. Pesquisadores estimam que cada grau a mais registrado na temperatura global pode ocasionar um aumento de 10% a 20% na incidência de raios. Mas, por enquanto, isso é apenas uma hipótese.
Fazer um amplo estudo sobre os fatores climáticos que podem afetar a ocorrência de raios no país é a proposta do Projeto Temático “Impacto das mudanças climáticas sobre a incidência de descargas atmosféricas no Brasil”, apoiado pela FAPESP. Iniciado em dezembro passado e com previsão para durar até o fim de 2013, a pesquisa é liderada por Osmar Pinto Júnior, coordenador do Elat.
Segundo o pesquisador, a motivação do trabalho surgiu em 2007, após uma conferência do Painel Interngovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas. “No encontro, foi levantada a hipótese de que os raios aumentariam o efeito estufa ao provocar mais incêndios em florestas, que por sua vez liberariam mais dióxido de carbono, alimentando um ciclo contínuo”, disse.
O que incomodou o grupo do Elat foi não haver evidências conclusivas para confirmar ou derrubar a hipótese, nem dados sobre a relação entre mudanças climáticas e o aumento no número de raios.
Para investigar a questão, o projeto tomará como base três fontes principais de dados: a Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas (Rindat), informações de satélite e registros do número de dias de tempestade. “Cada uma dessas fontes tem vantagens e desvantagens que devem ser consideradas”, disse Pinto Júnior.
Segundo ele, a Rindat oferece informações precisas, mas a rede mudou ao longo do tempo e, por isso, há dados de tipos diferentes a analisar. Além disso, o sistema é recente, tem apenas dez anos, e cobre apenas parte do país – as regiões Sul e Sudeste e parte do Centro-Oeste.
Do espaço, serão coletados dados pelo satélite Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM, ou, em português, “missão de mensuração de chuva tropical”), que apresenta cobertura nacional e informações uniformes ao longo do tempo. Mas, assim como a Rindat, o TRMM tem um acervo de apenas dez anos de coleta, o que é pouco para fazer associações históricas.
Outro porém do satélite é sua órbita. Por circundar todo o planeta, o TRMM não monitora o Brasil o tempo todo, o que provoca lacunas de informação quando o equipamento está sobre outras áreas do mundo. O ideal, segundo Pinto Júnior, é que o satélite fosse geoestacionário, ou seja, que permanecesse em cima do país.
A terceira fonte de dados para a pesquisa, os registros de dias de tempestade, oferece as mais antigas informações sobre incidências de raios no Brasil. Os primeiros registros datam de 1780 na cidade do Rio de Janeiro.
“Apesar da longa cobertura, os registros não são constantes e apresentam várias lacunas ao longo desses mais de dois séculos de registros. Alguns trabalhos de monitoramento foram simplesmente abandonados após alguns anos, porque não se imaginava que o clima mudaria”, disse Pinto Júnior.
Para os analistas da época, o levantamento feito ao longo de 10 ou 15 anos poderia ser extrapolado e valeria indefinidamente, uma vez que o clima seria sempre estável, segundo se imaginava.
“Colher dados dessas notações também é uma tarefa difícil. Elas relatam dias de tempestade e não necessariamente raios. Portanto, muitos dados têm de ser inferidos, sendo medidos indiretamente. Sem contar que várias anotações são subjetivas e não apresentam o rigor e o padrão das observações atmosféricas atuais”, explicou Pinto Júnior.
Para analisar essa montanha de informações, o Inpe dispõe de parcerias com quatro instituições dos Estados Unidos: a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) e a Universidade do Arizona. “Os pesquisadores dessas instituições vão discutir conosco as interpretações dos dados”, disse.
Novos sensores - Outro braço do Projeto Temático pretende aprimorar a rede de monitoramento de raios no Estado de São Paulo. Novos sensores detectarão também os raios intranuvens, que passam de uma nuvem a outra. Os sensores atuais só detectam as descargas que descem ao solo.
“Ao mesmo tempo, a ampliação da Rindat deverá melhorar a qualidade dos dados. Com 53 sensores atualmente espalhados pelo Brasil, a rede deverá instalar seis novos equipamentos de detecção este mês, no Mato Grosso. Com eles, a região Centro-Oeste será totalmente monitorada”, disse Pinto Júnior.
O pesquisador indica que existe uma previsão de que a região Nordeste esteja coberta com sensores até o fim de 2011. E há esforços para levar estações também ao Norte do país, que apresenta desafios logísticos devido à sua grande extensão e à vegetação amazônica.
A densidade dessas redes de detecção de raios é fundamental para a qualidade das informações coletadas. “O alcance de cada sensor é de 600 quilômetros, mas é importante que cada raio seja registrado por mais de um equipamento para que a qualidade do dado seja maior”, disse.
Temperaturas oceânicas - Uma relação já traçada pelo Elat é o da temperatura dos oceanos na incidência de raios. O grupo de pesquisa levantou, por exemplo, que os anos em que ocorreram mais mortes por raios, 2001 e 2008, coincidiram com o fenômeno do resfriamento das águas do Pacífico, conhecido como La Niña.
“Sabemos que quando ocorre a La Niña aumenta a incidência de raios nas regiões Norte e Nordeste. Nos períodos de El Niño [aquecimento do Pacífico], as descargas aumentam na região Sul. Já nas regiões sudeste e centro-oeste os efeitos são mais difíceis de serem previstos”, disse Pinto Júnior. Somados esses efeitos explicariam a concentração dos recordes de mortes na temporada da La Niña, segundo ele.
Apesar de notória, a influência da temperatura dos oceanos na incidência de raios não conta com muitos estudos, segundo Pinto Júnior. Além disso, o acompanhamento das temperaturas do Pacífico é muito mais antigo do que as medições feitas no Oceano Atlântico.
Isso se deve a uma questão econômica. Os efeitos causados pelo El Niño e pela La Niña na pesca peruana fizeram com que os pescadores daquele país acompanhassem de perto as oscilações de temperatura do oceano. Há registros de mais de 150 anos e que poderão ser comparados às anotações de tempestades observadas no Brasil.
Como desafio, o Projeto Temático procurará verificar como os raios respondem às temperaturas oceânicas, em especial às do Atlântico. “As tempestades no Brasil, especialmente, devem sofrer grande influência do Oceano Atlântico, mas não há estudos nesse sentido”, disse o coordenador do Elat.
Em mesmo sabendo que oceanos podem provocar precipitações, isso não é suficiente para relacioná-los aos raios. “Não há uma relação direta entre volume de chuvas e raios, como muitos imaginam”, disse o pesquisador, que relata casos de muita chuva e poucos raios e de muitas descargas elétricas com pouca ou nenhuma precipitação.
O projeto ainda pretende ir além da atmosfera e analisar um considerável fator de influência no clima do planeta: o Sol. Em ciclos de cerca de 11 anos aumentam as manchas na superfície solar e com elas o fluxo de radiação lançado pela estrela.
Na Terra, isso é sentido por meio de alterações das partículas da atmosfera. “São elas que facilitam ou não a formação de gelo nas nuvens e os raios só ocorrem quando existe gelo no interior das nuvens”, disse.
Pinto Júnior conta que a próxima ocorrência de aumento das manchas solares está prevista para 2012, ano em que a equipe do Temático poderá aproveitar para analisar o quanto o Sol tem a ver com a incidência de raios no Brasil.
(Fonte: Agência Fapesp)
O aumento no número de raios pode estar relacionado com alterações no clima do planeta. Pesquisadores estimam que cada grau a mais registrado na temperatura global pode ocasionar um aumento de 10% a 20% na incidência de raios. Mas, por enquanto, isso é apenas uma hipótese.
Fazer um amplo estudo sobre os fatores climáticos que podem afetar a ocorrência de raios no país é a proposta do Projeto Temático “Impacto das mudanças climáticas sobre a incidência de descargas atmosféricas no Brasil”, apoiado pela FAPESP. Iniciado em dezembro passado e com previsão para durar até o fim de 2013, a pesquisa é liderada por Osmar Pinto Júnior, coordenador do Elat.
Segundo o pesquisador, a motivação do trabalho surgiu em 2007, após uma conferência do Painel Interngovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas. “No encontro, foi levantada a hipótese de que os raios aumentariam o efeito estufa ao provocar mais incêndios em florestas, que por sua vez liberariam mais dióxido de carbono, alimentando um ciclo contínuo”, disse.
O que incomodou o grupo do Elat foi não haver evidências conclusivas para confirmar ou derrubar a hipótese, nem dados sobre a relação entre mudanças climáticas e o aumento no número de raios.
Para investigar a questão, o projeto tomará como base três fontes principais de dados: a Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas (Rindat), informações de satélite e registros do número de dias de tempestade. “Cada uma dessas fontes tem vantagens e desvantagens que devem ser consideradas”, disse Pinto Júnior.
Segundo ele, a Rindat oferece informações precisas, mas a rede mudou ao longo do tempo e, por isso, há dados de tipos diferentes a analisar. Além disso, o sistema é recente, tem apenas dez anos, e cobre apenas parte do país – as regiões Sul e Sudeste e parte do Centro-Oeste.
Do espaço, serão coletados dados pelo satélite Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM, ou, em português, “missão de mensuração de chuva tropical”), que apresenta cobertura nacional e informações uniformes ao longo do tempo. Mas, assim como a Rindat, o TRMM tem um acervo de apenas dez anos de coleta, o que é pouco para fazer associações históricas.
Outro porém do satélite é sua órbita. Por circundar todo o planeta, o TRMM não monitora o Brasil o tempo todo, o que provoca lacunas de informação quando o equipamento está sobre outras áreas do mundo. O ideal, segundo Pinto Júnior, é que o satélite fosse geoestacionário, ou seja, que permanecesse em cima do país.
A terceira fonte de dados para a pesquisa, os registros de dias de tempestade, oferece as mais antigas informações sobre incidências de raios no Brasil. Os primeiros registros datam de 1780 na cidade do Rio de Janeiro.
“Apesar da longa cobertura, os registros não são constantes e apresentam várias lacunas ao longo desses mais de dois séculos de registros. Alguns trabalhos de monitoramento foram simplesmente abandonados após alguns anos, porque não se imaginava que o clima mudaria”, disse Pinto Júnior.
Para os analistas da época, o levantamento feito ao longo de 10 ou 15 anos poderia ser extrapolado e valeria indefinidamente, uma vez que o clima seria sempre estável, segundo se imaginava.
“Colher dados dessas notações também é uma tarefa difícil. Elas relatam dias de tempestade e não necessariamente raios. Portanto, muitos dados têm de ser inferidos, sendo medidos indiretamente. Sem contar que várias anotações são subjetivas e não apresentam o rigor e o padrão das observações atmosféricas atuais”, explicou Pinto Júnior.
Para analisar essa montanha de informações, o Inpe dispõe de parcerias com quatro instituições dos Estados Unidos: a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) e a Universidade do Arizona. “Os pesquisadores dessas instituições vão discutir conosco as interpretações dos dados”, disse.
Novos sensores - Outro braço do Projeto Temático pretende aprimorar a rede de monitoramento de raios no Estado de São Paulo. Novos sensores detectarão também os raios intranuvens, que passam de uma nuvem a outra. Os sensores atuais só detectam as descargas que descem ao solo.
“Ao mesmo tempo, a ampliação da Rindat deverá melhorar a qualidade dos dados. Com 53 sensores atualmente espalhados pelo Brasil, a rede deverá instalar seis novos equipamentos de detecção este mês, no Mato Grosso. Com eles, a região Centro-Oeste será totalmente monitorada”, disse Pinto Júnior.
O pesquisador indica que existe uma previsão de que a região Nordeste esteja coberta com sensores até o fim de 2011. E há esforços para levar estações também ao Norte do país, que apresenta desafios logísticos devido à sua grande extensão e à vegetação amazônica.
A densidade dessas redes de detecção de raios é fundamental para a qualidade das informações coletadas. “O alcance de cada sensor é de 600 quilômetros, mas é importante que cada raio seja registrado por mais de um equipamento para que a qualidade do dado seja maior”, disse.
Temperaturas oceânicas - Uma relação já traçada pelo Elat é o da temperatura dos oceanos na incidência de raios. O grupo de pesquisa levantou, por exemplo, que os anos em que ocorreram mais mortes por raios, 2001 e 2008, coincidiram com o fenômeno do resfriamento das águas do Pacífico, conhecido como La Niña.
“Sabemos que quando ocorre a La Niña aumenta a incidência de raios nas regiões Norte e Nordeste. Nos períodos de El Niño [aquecimento do Pacífico], as descargas aumentam na região Sul. Já nas regiões sudeste e centro-oeste os efeitos são mais difíceis de serem previstos”, disse Pinto Júnior. Somados esses efeitos explicariam a concentração dos recordes de mortes na temporada da La Niña, segundo ele.
Apesar de notória, a influência da temperatura dos oceanos na incidência de raios não conta com muitos estudos, segundo Pinto Júnior. Além disso, o acompanhamento das temperaturas do Pacífico é muito mais antigo do que as medições feitas no Oceano Atlântico.
Isso se deve a uma questão econômica. Os efeitos causados pelo El Niño e pela La Niña na pesca peruana fizeram com que os pescadores daquele país acompanhassem de perto as oscilações de temperatura do oceano. Há registros de mais de 150 anos e que poderão ser comparados às anotações de tempestades observadas no Brasil.
Como desafio, o Projeto Temático procurará verificar como os raios respondem às temperaturas oceânicas, em especial às do Atlântico. “As tempestades no Brasil, especialmente, devem sofrer grande influência do Oceano Atlântico, mas não há estudos nesse sentido”, disse o coordenador do Elat.
Em mesmo sabendo que oceanos podem provocar precipitações, isso não é suficiente para relacioná-los aos raios. “Não há uma relação direta entre volume de chuvas e raios, como muitos imaginam”, disse o pesquisador, que relata casos de muita chuva e poucos raios e de muitas descargas elétricas com pouca ou nenhuma precipitação.
O projeto ainda pretende ir além da atmosfera e analisar um considerável fator de influência no clima do planeta: o Sol. Em ciclos de cerca de 11 anos aumentam as manchas na superfície solar e com elas o fluxo de radiação lançado pela estrela.
Na Terra, isso é sentido por meio de alterações das partículas da atmosfera. “São elas que facilitam ou não a formação de gelo nas nuvens e os raios só ocorrem quando existe gelo no interior das nuvens”, disse.
Pinto Júnior conta que a próxima ocorrência de aumento das manchas solares está prevista para 2012, ano em que a equipe do Temático poderá aproveitar para analisar o quanto o Sol tem a ver com a incidência de raios no Brasil.
(Fonte: Agência Fapesp)
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Derretimento do Ártico pode custar US$ 24 tri até 2050, diz estudo
O derretimento das geleiras no Ártico pode custar de US$ 2,4 trilhões a US$ 24 trilhões até 2050 em danos à agricultura global, aos imóveis e às seguradoras causados pelo aumento do nível dos oceanos, enchentes e ondas de calor, informou um estudo divulgado na sexta-feira (5).
"Todos ao redor do mundo irão carregar esses custos", afirmou Eban Goodstein, um economista do Bard College, no Estado de Nova York, e co-autor do estudo chamado "Tesouro Ártico, Ativos Mundiais Derretendo".
Ele afirmou que o relatório, revisado por mais de uma dezena de cientistas e economistas e financiado pelo Pew Environment Group, um braço do Pew Charitable Trusts, é a primeira tentativa de calcular o tamanho das perdas de uma das regiões mais importantes para o clima mundial.
"O Ártico é o ar-condicionado do planeta e ele está começando a entrar em colapso", disse.
O derretimento de gelo e neve no Oceano Ártico já custa ao mundo de US$ 61 bilhões a US$ 371 bilhões anualmente, principalmente devido a ondas de calor, enchentes e outros fatores, disse o estudo.
As perdas podem aumentar, pois um Ártico mais quente tende a soltar grandes quantidades de metano. O gás teria um impacto 21 vezes maior que o dióxido de carbono no aquecimento global.
O derretimento do gelo no Oceano Ártico já está causando um aumento de temperaturas, pois a água escura, resultante do gelo derretido, absorve mais energia solar, afirmou. Isso pode causar derretimentos de mais geleiras e aumentar o nível dos oceanos.
Enquanto boa parte da Europa e dos Estados Unidos têm sofrido com nevascas e temperaturas abaixo do esperado neste inverno, as evidências aumentam de que o Ártico está em risco devido ao aquecimento.
Os gases geradores do efeito estufa saídos de escapamentos e chaminés levaram as temperaturas do Ártico, na última década, ao maior nível em pelo menos 2.000 anos, revertendo uma tendência natural de resfriamento, informou uma equipe internacional de pesquisadores no jornal Science, em setembro.
As emissões de metano do Ártico subiram 30% nos últimos anos, disseram cientistas no mês passado. (Fonte: Folha Online)
"Todos ao redor do mundo irão carregar esses custos", afirmou Eban Goodstein, um economista do Bard College, no Estado de Nova York, e co-autor do estudo chamado "Tesouro Ártico, Ativos Mundiais Derretendo".
Ele afirmou que o relatório, revisado por mais de uma dezena de cientistas e economistas e financiado pelo Pew Environment Group, um braço do Pew Charitable Trusts, é a primeira tentativa de calcular o tamanho das perdas de uma das regiões mais importantes para o clima mundial.
"O Ártico é o ar-condicionado do planeta e ele está começando a entrar em colapso", disse.
O derretimento de gelo e neve no Oceano Ártico já custa ao mundo de US$ 61 bilhões a US$ 371 bilhões anualmente, principalmente devido a ondas de calor, enchentes e outros fatores, disse o estudo.
As perdas podem aumentar, pois um Ártico mais quente tende a soltar grandes quantidades de metano. O gás teria um impacto 21 vezes maior que o dióxido de carbono no aquecimento global.
O derretimento do gelo no Oceano Ártico já está causando um aumento de temperaturas, pois a água escura, resultante do gelo derretido, absorve mais energia solar, afirmou. Isso pode causar derretimentos de mais geleiras e aumentar o nível dos oceanos.
Enquanto boa parte da Europa e dos Estados Unidos têm sofrido com nevascas e temperaturas abaixo do esperado neste inverno, as evidências aumentam de que o Ártico está em risco devido ao aquecimento.
Os gases geradores do efeito estufa saídos de escapamentos e chaminés levaram as temperaturas do Ártico, na última década, ao maior nível em pelo menos 2.000 anos, revertendo uma tendência natural de resfriamento, informou uma equipe internacional de pesquisadores no jornal Science, em setembro.
As emissões de metano do Ártico subiram 30% nos últimos anos, disseram cientistas no mês passado. (Fonte: Folha Online)
Conferência Mundial de los Pueblos sobe el Cambio Climático y los Derechos de la Madre Tierra
Convocação:
Enero 6, 2010 in Convocatorias
Considerando que o câmbio climático representa uma real ameaça para a existência da humanidade, dos seres vivos e da nossa Mãe Terra como hoje a conhecemos;Constatando o grave perigo que existe para as ilhas, regiões costeiras, glaciais dos “Himalayas”, os Andes e as montanhas do mundo, os pólos da Terra, regiões muito quentes como a África, fontes de água, populações afetadas por desastres naturais crescentes, plantas e animais, e ecossistemas em geral;
Evidenciando que os mais afetados pelo câmbio climático serão os mais pobres do planeta assistindo seus lares destruídos, suas fontes de sobrevivência e ainda obrigados a migrar e procurar refúgio;
Confirmando que o 75% das emissões históricas de gases de efeito “invernadero” se originaram nos paises irracionalmente industrializados do norte;
Constatando que o câmbio climático é produto do sistema capitalista;
Lamentando o fracasso da Conferência de “Copenhagen” por responsabilidade dos paises chamados “desenvolvidos” que não querem reconhecer a dívida climática que tem com os paises en vias de desenvolvimento, as futuras gerações e a Mãe Terra;
Afirmando que para garantir plenamente o cumprimento dos direitos humanos no século XXI é necessário reconhecer e respeitar os direitos da Mãe Terra;
Reafirmando a necessidade de lutar pela justiça climática;
Reconhecendo a necessidade de assumir ações urgentes para evitar maiores danos e sofrimentos à humanidade, da Mãe Terra e restabelecer a harmonia com a natureza;
Seguros de que os povos do mundo, guiados pelos princípios de solidariedade, justiça e respeito pela vida, serão capazes de salvar à humanidade e à Mãe Terra; e ainda,
Na celebridade do dia Internacional da Mãe Terra,
O governo do Estado Plurinacional da Bolívia convoca aos povos e movimentos sociais e defensores da mãe terra do mundo, e convida aos cientistas, acadêmicos, juristas e governos que queiram trabalhar com seus povos à Conferência Mundial dos Povos sobre o Câmbio Climático e os Direitos da Mãe Terra a realizar-se do dia 20 a 22 de abril de 2010 na cidade de Cochabamba, Bolívia.
A Conferência Mundial dos Povos sobre o Câmbio Climático e os Direitos da Mãe Terra têm por objetivos:
1) Analisar as causas estruturais e sistêmicas que provocam o câmbio climático e propor medidas de fundo que possibilitem o bem-estar de toda a humanidade em harmonia com a natureza.
2) Discutir e acordar o projeto da Declaração Universal de Direitos da Mãe Terra.
3) Acordar as propostas de novos compromissos para o Protocolo de Kioto, e para os projetos de Decisões da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Câmbio Climático que guiarão as ações dos governos comprometidos com a vida nas negociações de câmbio climático em todos os cenários de Nações Unidas, respeito a:
a) dívida climática,
b) migrantes refugiados do câmbio climático,
c) redução de emissões,
d) adaptação,
e) transferência de tecnologia,
f) financiamento,
g) bosques e câmbio climático,
h) visão compartida,
i) povos indígenas,
j) outros
4) Trabalhar na organização do Referendum Mundial dos Povos sobre o câmbio climático.
5) Analisar e traçar um plano de ação para avançar na constituição de um Tribunal de Justiça Climática;
6) Definir as estratégias de ação e mobilização en defesa da vida frente ao Câmbio Climático e pelos Direitos da Mãe Terra.
Bolívia, 5 de janeiro, 2010
Evo Morales Ayma
Presidente do
Estado Plurinacional da Bolívia
Fonte: www.cmppc.org
Enero 6, 2010 in Convocatorias
Considerando que o câmbio climático representa uma real ameaça para a existência da humanidade, dos seres vivos e da nossa Mãe Terra como hoje a conhecemos;Constatando o grave perigo que existe para as ilhas, regiões costeiras, glaciais dos “Himalayas”, os Andes e as montanhas do mundo, os pólos da Terra, regiões muito quentes como a África, fontes de água, populações afetadas por desastres naturais crescentes, plantas e animais, e ecossistemas em geral;
Evidenciando que os mais afetados pelo câmbio climático serão os mais pobres do planeta assistindo seus lares destruídos, suas fontes de sobrevivência e ainda obrigados a migrar e procurar refúgio;
Confirmando que o 75% das emissões históricas de gases de efeito “invernadero” se originaram nos paises irracionalmente industrializados do norte;
Constatando que o câmbio climático é produto do sistema capitalista;
Lamentando o fracasso da Conferência de “Copenhagen” por responsabilidade dos paises chamados “desenvolvidos” que não querem reconhecer a dívida climática que tem com os paises en vias de desenvolvimento, as futuras gerações e a Mãe Terra;
Afirmando que para garantir plenamente o cumprimento dos direitos humanos no século XXI é necessário reconhecer e respeitar os direitos da Mãe Terra;
Reafirmando a necessidade de lutar pela justiça climática;
Reconhecendo a necessidade de assumir ações urgentes para evitar maiores danos e sofrimentos à humanidade, da Mãe Terra e restabelecer a harmonia com a natureza;
Seguros de que os povos do mundo, guiados pelos princípios de solidariedade, justiça e respeito pela vida, serão capazes de salvar à humanidade e à Mãe Terra; e ainda,
Na celebridade do dia Internacional da Mãe Terra,
O governo do Estado Plurinacional da Bolívia convoca aos povos e movimentos sociais e defensores da mãe terra do mundo, e convida aos cientistas, acadêmicos, juristas e governos que queiram trabalhar com seus povos à Conferência Mundial dos Povos sobre o Câmbio Climático e os Direitos da Mãe Terra a realizar-se do dia 20 a 22 de abril de 2010 na cidade de Cochabamba, Bolívia.
A Conferência Mundial dos Povos sobre o Câmbio Climático e os Direitos da Mãe Terra têm por objetivos:
1) Analisar as causas estruturais e sistêmicas que provocam o câmbio climático e propor medidas de fundo que possibilitem o bem-estar de toda a humanidade em harmonia com a natureza.
2) Discutir e acordar o projeto da Declaração Universal de Direitos da Mãe Terra.
3) Acordar as propostas de novos compromissos para o Protocolo de Kioto, e para os projetos de Decisões da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Câmbio Climático que guiarão as ações dos governos comprometidos com a vida nas negociações de câmbio climático em todos os cenários de Nações Unidas, respeito a:
a) dívida climática,
b) migrantes refugiados do câmbio climático,
c) redução de emissões,
d) adaptação,
e) transferência de tecnologia,
f) financiamento,
g) bosques e câmbio climático,
h) visão compartida,
i) povos indígenas,
j) outros
4) Trabalhar na organização do Referendum Mundial dos Povos sobre o câmbio climático.
5) Analisar e traçar um plano de ação para avançar na constituição de um Tribunal de Justiça Climática;
6) Definir as estratégias de ação e mobilização en defesa da vida frente ao Câmbio Climático e pelos Direitos da Mãe Terra.
Bolívia, 5 de janeiro, 2010
Evo Morales Ayma
Presidente do
Estado Plurinacional da Bolívia
Fonte: www.cmppc.org
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Diretoria de Mudanças Climáticas da SDS em Brasília
O Diretor de Mudanças Climáticas da SDS, Guilherme Dallacosta, em companhia do Técnico Jatyr Borges, estiveram em Brasília na semana que passou, mantendo importantes contatos para auxiliar o Planejamento Estratégico da DMC a realizar-se nos próximos dias. Na primeira reunião, ocorrida às 10h do dia 3 (foto abaixo), junto a Direção da ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, onde vários assuntos foram abordados, entre eles a possibilidade de parcerias em inovação tecnológica para projetos de Energias Renováveis.
Na foto ao lado os servidores da SDS com Cássio Marx Rabello da Costa, especialista responsável pela Área de Sustentabilidade e Carlos Eduardo Flores de Araújo, Técnico Sênior do RENAPI, discutindo possíveis parcerias entre a Agência e a Secretaria.
A pedido da ABDI foi agendada para o dia 4 de março, reunião entre os Coordenadores da RENAPI – Rede Nacional de Agentes de Política Industrial e o Secretário Onofre Agostini para a instalação do Núcleo de desenvolvimento da Empresa Emergente em Santa Catarina. Estarão presentes o Coordenador do RENAPI, Paulo Lacerda e os técnicos Carlos Eduardo Flores e Cássio Marx Rabello da Costa. Na seqüência, às 15h a reunião foi com Andréa Santos, Coordenadora de Diretoria de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente e negociadora do Brasil na COP 15, onde Dallacosta e Borges apresentaram um resumo das atividades da DMC/SDS e pediram apoio para o desenvolvimento dos projetos no Estado e parcerias para o aperfeiçoamento das políticas voltadas à mitigação e adaptação às mudanças globais do clima (Foto a seguir). Andréa manifestou seu entendimento quanto à importância das políticas locais no enfrentamento destas mudanças e colocou o MMA à disposição de Santa Catarina, inclusive para discutir a capacitação de seus agentes públicos e privados.
Ao lado os Servidores da SDS com a representante do Ministério do meio Ambiente e negociadora do Brasil na COP 15, Andréa Santos, discutindo as possibilidades de parcerias para o aperfeiçoamento das políticas catarinenses de mudanças climáticas.
Por indicação de Andréa e tendo em vista a necessidade de se conhecer melhor as dinâmicas do clima e suas interfaces, às 17h e 30 min, o encontro ocorreu com o Diretor Geral do INMET e um dos maiores especialistas em clima no País (foto abaixo), Antônio Divino Moura, onde foram discutidos assuntos técnicos de meteorologia e cenários futuros de mudanças do clima.
Recebidos por um dos maiores especialistas em clima do Brasil, os servidores da SDS aproveitaram para discutir sobre o intercâmbio de dados e informações ligadas aos futuros cenários do clima e as ferramentas disponíveis para seu monitoramento, bem como as possibilidades de parcerias nas áreas de tecnologias e capacitação.
Depois de apresentar as principais ferramentas disponibilizadas pelo INPE, Moura apresentou toda a estrutura física (foto abaixo) do INMET aos catarinenses e colocou o Instituto à disposição da troca de informações e parcerias.
Equipamentos de mais de 2 milhões de dólares fazem parte da estrutura computacional do INMET, que monitora dezenas de estações meteorológicas espalhadas pelo país e fornece diariamente a previsão do tempo em conjunto com o CPTEC/INPE, para todo Brasil. Ao lado um destes sofisticados equipamentos.
No dia seguinte (4) o primeiro compromisso foi agendado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia para as 11h, onde Dallacosta e Borges foram recebidos pelo Coordenador da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, José Domingos Gonzales Miguez e pelo Coordenador Substituto, Adriano Santhiago de Oliveira (foto a seguir). Na oportunidade foram discutidos assuntos de interesse do Estado, especialmente referentes a projeto de MDL – Modelo de desenvolvimento Limpo, cujos processos devem obrigatoriamente passar pelo CIMMGC.
Responsável no Governo Federal pelas Mudanças Climáticas e negociador do Brasil nas Conferências das Partes (COPs), o Coordenador Geral da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, José Domingos Gonzales Miguez e seu substituto, Adriano Santhiago de Oliveira, receberam os Servidores da SDS para discutir parcerias.
Miguez se colocou inteiramente à disposição da SDS para a troca de informações e a facilitação de projetos e sugeriu que a DMC/SDS se inteirasse dos projetos de MDL desenvolvidos no Estado, que em sua opinião, são referências nacionais, especialmente os da SADIA/PERDIGÃO e CELULOSE IRANI. Sugeriu ainda que o Setor de Transportes elabore projetos para a obtenção de Certificações e que a SDS, em parcerias com Empresas Públicas também elabore projetos para obter créditos de MDL. Por último, e já na tarde do dia 5, Dallacosta e Borges se reuniram com Gisele Artur (relações públicas) e Rodrigo Carrijo (consultor), representantes da CACB – Confederação das Associações Comerciais do Brasil (foto abaixo), onde também foram apresentar a estrutura e os trabalhos que a DMC/SDS está desenvolvendo e discutir onde é que podem ser parceiros.
Na sede da Confederação das Associações Comerciais do Brasil, os servidores catarinenses foram recebidos pelo Consultor Rodrigo Carrijo e pela Relações Públicas Gisele Artur, onde debateram sobre possível cooperação entre a entidade e a SDS/SC
Como resultado da viagem a Diretoria efetuou importantes contatos, onde apresentou as ações catarinenses em direção à mitigação e adaptação às mudanças do clima e sinalizou diversas parcerias para dotar o Estado de estrutura adequada, capacitação de seus agentes e conscientização em busca da qualidade ambiental.
Relatório COP 15
Versão final do elatório apesentado ao Secretário Onofre Santo Agostini da SDS
RELATÓRIO CONVENÇÃO DAS PARTES / COP-15 – Copenhague, dezembro de 2009.
Durante os quatro dias que estiveram presentes na 15ª Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (United Nations Framework Convention on Climate Change - UNFCCC) no Centro de Convenções Bella Center em Copenhague, os representantes da delegação brasileira e servidores da SDS, Silvio César dos Santos Rosa, Diretor de Saneamento e Meio Ambiente e Jatyr Fritsch Borges, Coordenador de Mudanças Climáticas, participaram de Plenárias, reuniões de Grupos de Trabalho e Apresentações/Palestras no Espaço Brasil, onde foram tratadas diversas temáticas relacionadas à Redução de Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa – GEE, Modelo de Desenvolvimento Limpo – MDL, Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação – REDD (e assuntos relacionados como financiamento ao desenvolvimento de Energias Alternativas, Ações de Proteção à Biodiversidade, Áreas de Conservação de Florestas, Recursos Hídricos, etc.).
Ao contrário do que a mídia especulou, os grandes debates ocorreram em virtude da necessidade de financiamento dos países desenvolvidos aos em desenvolvimento, para que estes possam adotar as medidas necessárias para uma economia verde (de baixo carbono) e para as adaptações aos efeitos já inevitáveis do aquecimento global.
Neste sentido, é cada vez mais forte o argumento da participação antrópica nas mudanças do clima, ao contrário do que alguns poucos ainda contestam. Reafirma-se assim a eminente e indispensável mudança de paradigma da sociedade contemporânea em direção da economia ambientalmente responsável, haja vista que as futuras gerações não podem pagar a conta de nossa irresponsabilidade.
As conferências anuais ocorrem desde 1994, quando foi assinado o Protocolo de Quioto, cujas metas de redução de emissão de GEE são previstas até 2012. Os percentuais considerados suficientes àquela época, eram de 5,2 %. Hoje já se considera que estes números devem ficar entre 40 e 60 %, para que o aumento da temperatura não supere 20 C em 2050. Mas as medidas já estão sendo tomadas tardiamente, não podendo ser perdida a oportunidade histórica de discutir novos padrões de produção e consumo.
A crise financeira mundial iniciada em 2008, em virtude de uma chamada “bolha especulativa imobiliária” que acabou por afetar todo o planeta, fortalece as discussões e faz incorporar o viés ambiental de forma contundente nas discussões econômicas. E a verdade é que são as questões econômicas que nortearam, por fim, as pífias decisões da COP-15.
O Brasil que faz parte do G77 + China e não consta do Anexo I do Protocolo de Quito, defende as responsabilidades compartilhadas, mas diferenciadas, em função da quantidade de emissões já realizadas desde a Revolução Industrial, ou seja, os países desenvolvidos precisam financiar as medidas necessárias às mitigações e adaptações dos países em desenvolvimento. Que os países desenvolvidos canalizem recursos em forma de transferências diretas unilaterais de fundos públicos, e a comercialização nos mercados global, regional e nacional de créditos de carbono. Mas todos devem dar sua contribuição proporcional a estas emissões, sob pena de inviabilizar a existência humana no planeta.
Relatório encomendado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente, intitulado “Green Jobs: Towards decent work in a sustainable, low-carbon world”, prevê a geração de mais de 20 milhões de empregos até 2030, só para o desenvolvimento de alternativas limpas de energia. Este é o caminho para o Brasil, investimentos numa economia verde, de baixo carbono, pautado nas energias renováveis e preservação ambiental, visto que o país pode e deve assumir a vanguarda deste novo modelo de desenvolvimento global, pois, temos o maior potencial de exploração sustentável dos recursos naturais e nossa matriz é uma das mais limpas do mundo.
Nossas emissões são compostas de 75 % referentes ao desmatamento e mudança de uso do solo e esta realidade deve ser enfrentada, tendo em conta que é preciso criar mecanismos que tornem a floresta mais valiosa em pé do que no chão e, para isto o REDD e os fundos como o Amazônia, são de grande importância. Segundo Luciano Coutinho, Presidente do BNDES, apesar de não ser fácil, é possível sim o Brasil buscar o desmatamento zero, mas, enquanto empreendemos esta tarefa, o mundo industrializado despende trilhões de dólares para reconfigurar sua matriz industrial num processo que consome enormes esforços em ciência e tecnologia. Se nosso país se limitar ao controle do desmatamento e não implementar políticas firmes de investimentos na economia sustentável e limpa, corremos o risco de aumentar a defasagem tecnológica e a oportunidade de liderar a nova arquitetura econômica global com base no “low-carbon” e em mercados verdes.
É muito importante que também criemos o “Fundo Mata Atlântica” ou o Fundo Região Sul”, especialmente porque nosso ecossistema é na verdade o mais degradado e tem tanta biodiversidade quanto a Amazônia e, se não bastasse, tem sido vítima de desastres naturais cada vez mais constantes e inusitados.
O Relatório Brundtland, redigido pela ex-primeira-ministra da Noruega e Presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, Gro Brundtland, denominado “Nosso Futuro Comum”, segundo o qual sustentabilidade é o “desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade de gerações futuras atenderem às suas necessidades”, encerra uma grande interdependência entre economia e ética. E são posicionamentos éticos que definirão os rumos do Planeta pós Quioto, como resultado das decisões de Copenhague ou do México 2010, legítimos fóruns da diplomacia internacional.
Novamente Coutinho considera que a responsabilidade do homem aumentou na exata medida de sua capacidade de modificar a natureza e, este poder de afetar os rumos do planeta, a responsabilidade de ação e do saber de cada indivíduo assume importância fundamental.
Para termos noção do tamanho da questão, segundo o Relatório Stern ( “Stern Review on the economics of climate change”), o custo da inação, isto é, de não se tomarem medidas urgentes, poderá variar de 5 a 20 % do PIB mundial por ano, enquanto o custo de enfrentar imediatamente o problema deverá ficar em torno de 1 % do PIB. Do ponto de vista ético o caso é ainda mais sério, as mudanças climáticas afetarão os elementos básicos da vida no planeta: acesso à água, produção de alimentos, saúde e meio ambiente. Aqui os impactos podem vir na forma de savanização da Floresta Amazônica, redução de chuvas e conseqüente redução nos níveis dos reservatórios e do potencial de geração de hidroeletricidade, de áreas agriculturáveis, aumento de desastres naturais e desertificação no Nordeste.
Enfim, chegamos à conclusão de que os governos locais têm papel fundamental no enfrentamento das mudanças climáticas, pois, são o próprio local onde as pessoas vivem e precisam responder instantaneamente aos efeitos sócio-econômicos destas mudanças. “Los gobiernos locales juegan un papel crítico en la lucha contra el cambio climático. – Los gobiernos locales y nacionales deben trabajar más de cerca para luchar contra el cambio climático, si el mundo va a lograr una respuesta efectiva al problema. Ban Ki-moon, Secretario General ONU, 25 Julio 2009”.
Segundo afirmação do United Nations Environment Programme – UNEP/ONU, “ sin Duda alguna, más Del 70% de las emisiones de gases de efecto invernadero (GEIs) está influenciado por los comportamientos y las elecciones de inversión locales.”
Santa Catarina precisa regulamentar sua Política Estadual de Mudanças Climáticas, principalmente o Fundo catarinense de Mudanças Climáticas e a certificação através dos Selos, elaborar o Plano Estadual de Mudanças Climáticas e seus Inventários de Emissões, que basearão as ações e programas na direção de possibilitar o Estado em se transformar num lugar realmente de Desenvolvimento Sustentável.
Enfim, apontamos as ações abaixo como fundamentais para que o Estado avance e seja o precursor de uma nova economia viável e socialmente justa:
- Elaborar o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa da economia e da Administração Direta;
- Elaborar o Plano Estadual de Mudanças Climáticas;
- Regulamentar os Selos Protetor do Clima e Protetor do Clima Gold;
- Regulamentar o Fundo Estadual de Mudanças Climáticas;
- Realizar novo mapeamento do potencial eólico e solar do Estado e estimular a adoção destas e de outras energias de forma descentralizada;
- Incentivar outras energias limpas como o uso da biomassa e biogás (especialmente de dejetos suínos);
- Investir nos sistemas públicos de transporte urbanos com interligação de ciclovias com terminais marítimos, de trem e metro (intermodal); Estimular investimentos em ferrovias para transporte interurbano de passageiros e cargas;
- Capacitar gestores públicos e representantes da Sociedade Civil para a disseminação das informações e criação de capacidades para as medidas de mitigação e adaptação às mudanças do clima;
- Investir num centro de referência de pesquisas e estudos climáticos a fim de balizar as ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas;
- Estimular programas de Coleta Seletiva, Lixo Zero e Logística Reversa em nosso Estado;
- Concluir o Zoneamento Ecológico Econômico, com o Gerenciamento Costeiro e o Reordenamento Territorial;
- Participar da mobilização global em torno da temática, participando da agenda de eventos nacionais e internacionais, especialmente as Reuniões do Clima – COPs;
- Melhorar a remuneração dos servidores da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável a fim de aumentar o estimulo ao desempenho de suas funções, valorizando a importante tarefa de construir o Desenvolvimento Sustentável em nosso Estado.
A experiência de conhecer países (Suécia e Dinamarca) cujas sociedades estão entre as mais evoluídas da Terra, cujas pessoas andam muito mais de bicicleta do que de carro, onde o transporte público é de nível invejável (ônibus e trem são todos elétricos e/ou a gás) e, para onde se olha encontra-se estruturas de captação dos ventos e geração de energia eólica, faz-nos pensar que é possível sim, mudar a relação com a natureza. Este deve ser o desafio de Santa Catarina e de cada um de nós.
“El cambio climático es el reto definitorio de nuestro tiempo y los gobiernos locales tienen un papel crítico que desempeñar en La lucha contra el mismo” Secretário geral da ONU, Sr. Ban Ki-moon.
Elaboração: Jatyr Fritsch Borges
Colaboração: Sílvio César dos Santos Rosa
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