quinta-feira, 31 de maio de 2012

Organização da Rio+20 confirma presença de 102 chefes de Estado

A menos de 15 dias para a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, o secretário nacional do Comitê Organizador, Laudemar Aguiar, confirmou nesta quarta-feira (30) a presença de 102 chefes de Estado no evento. Segundo ele, também virão ao Rio de Janeiro delegações de 176 países. A Rio+20 recebe este nome por ocorrer vinte anos depois da Rio 92 (também conhecida como Eco 92), considerada a maior conferência sobre meio ambiente já realizada, que popularizou o conceito de “desenvolvimento sustentável”. A conferência ocorre de 13 a 22 de junho e está dividida em três partes. “Todos os países membros da ONU [Organização das Nações Unidas] confirmaram presença de representantes na Rio+20, seja por meio de chefes de Estado, ministros ou secretários. Não é apenas o número de pessoas que mostra a grandiosidade do evento. Esse número de participação pode ser maior se somado a todos órgãos envolvidos”, disse o secretario. O anuncio foi feito durante a apresentação das instalações para a conferência no Riocentro, na Zona Oeste do Rio. A organização da Rio+20 confirmou que 350 ônibus farão o transporte das delegações credenciadas até os locais do evento. De acordo com Aguiar, o Comitê Organizador vai entregar o Riocentro à ONU no próximo dia 5 de junho. Sem divulgação – No entanto, ele não divulgou os nomes dos líderes de governo que participarão do segmento de alto nível, previsto para acontecer entre 20 e 22 de junho. De acordo com ele, “não é obrigação do governo brasileiro confirmar ou não a vinda de chefes de Estado. Esse papel cabe aos países e seus governos”. Até agora, confirmaram presença o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o novo presidente da França, Fraçois Hollande, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin. A chanceler da Alemanha Angela Merkel informou no começo de maio que não participará do encontro, o que já foi feito pelo Primeiro Ministro do Reino Unido, David Cameron. Fonte: G1

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Para ambientalistas, novo Código Florestal mantém anistia a desmatador

O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, que reúne 163 entidades, classificou como "retrocesso ambiental" a sanção do novo Código Florestal, com 12 vetos e a edição de uma medida provisória. Para as entidades, a nova legislação assinada pela presidente Dilma Rousseff continua promovendo anistia a desmatadores - ao contrário do que diz o governo - e reduz a proteção ambiental. Na visão dos ambientalistas, o texto não atende aos compromissos de campanha da presidente. Eles refutam o discurso de que foi buscado um meio-termo entre as posições de ambientalistas e ruralistas. "O caminho do meio entre não tomar veneno e tomar muito é veneno do mesmo jeito. Essa proposta é venenosa", afirmou Pedro Gontijo, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Para o grupo, um dos principais problemas - que já existia desde o texto do Senado - é a possibilidade de fazer uma recomposição menor de Áreas de Preservação Permanente (APPs) para trechos desmatados até julho de 2008. Dilma vetou o polêmico artigo 61, que no texto da Câmara estabelecia a recuperação de somente 15 metros de mata ciliar em rios de até 10 metros, excluindo rios maiores. A MP coloca que todo mundo agora é obrigado a recuperar e criou várias faixas de recomposição, de acordo com o tamanho da propriedade (mais informações neste página). Mas essa obrigação agora vai de no mínimo 5 metros a no máximo 100 metros de margens de rios, contra uma faixa que variava de 30 a 500 metros no Código antigo. "Anistia não é só de multa, mas também fazer uma compensação menor", afirma André Lima, consultor jurídico da SOS Mata Atlântica e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Para Márcio Astrini, do Greenpeace, a mudança "facilitou a vida dos pequenos produtores e de agricultura familiar por uma via torta, que é a métrica do módulo fiscal, e não por uma precedência social". Ele defende que melhor seria se tivessem sido previstos subsídios para a recuperação. "Se eles não têm dinheiro para recompor 15 metros, não vão ter também para 5 metros." Ele questionou também que continua valendo, de acordo com o artigo 12, a possibilidade de diminuir o tamanho da Reserva Legal no Amapá de 80% para 50%, o que abriria a possibilidade de novos desmatamentos Houve queixas, ainda, sobre a possibilidade de fazer recomposição de APPs com espécies exóticas. "É um desvirtuamento do conceito de APP. Basta plantar eucaliptos, parreiras, macieiras em todas as APPs", disse Lima. "Nem a bancada ruralista teve coragem de colocar isso no texto. Esse trecho é da lavra de Dilma", complementou Raul Valle, do Instituto Socioambiental. O Estado apurou, porém, que deve ser publicada hoje uma errata definindo que a recomposição com exóticas deve ficar restrita a propriedades de até 4 módulos fiscais e a nascentes perenes. Valle destacou que foram sancionados vários pontos de interesse da bancada ruralista e no Congresso esses parlamentares poderão ainda fazer alterações na medida provisória. Na visão das entidades, o fato de essa discussão só ocorrer depois da Rio+20, e em meio a eleições municipais, torna mais difícil obter avanços. Mas eles esperam que o evento sirva para pressionar o governo a promover uma mudança mais profunda. Visão da ciência. Para cientistas que engrossaram as críticas às mudanças do Congresso e colaboraram com pesquisas para mostrar a importância da manutenção da vegetação, a proposta de Dilma, apesar de ficar aquém do defendido, traz avanços. "Ao menos se conseguir implementar, já será um grande ganho", diz Ricardo Rodrigues, da Esalq, em menção ao fato de que o Código antigo, apesar de proteger mais o ambiente, não era seguido. Para Gerd Sparovek, também da Esalq, houve progressos no aumento da área de APPs ripárias que deve ser recuperada nas propriedades maiores, que representam 76% da área agrícola. "Mas algumas faixas de restauração ficaram muito pequenas (5m e 8m), o que torna questionável sua relevância ecológica. E ainda fica o custo, pelo menos parcial. Os topos de morro ficaram fora de critérios objetivos de necessidade de restauração, ficando possível a consolidação dos usos agrícolas existentes." (Fonte: Eduardo Bresciani e Giovana Girardi - O Estado de S. Paulo)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Consumo humano exigiria 'duas Terras', diz WWF

Os humanos vêm usando os recursos com tal apetite que precisariam de outro mundo para atender a demanda por terras para colheitas, florestas e criação de animais, segundo a WWF International. As pessoas precisaram de 18,2 bilhões de hectares (45 bilhões de acres) de terras em 2008, sendo que havia disponível 12 bilhões de hectares, de acordo com o relatório bienal Planeta Vivo, da WWF, divulgado ontem (15). Cerca de 55% das terras necessárias referem-se a florestas para a absorção de emissões de dióxido de carbono. A Terra leva um ano e meio para regenerar os recursos naturais usados anualmente pelos habitantes, segundo a WWF. "Estamos vivendo como se tivéssemos outro planeta extra a nossa disposição", disse o diretor-geral da WWF International, Jim Leape, no relatório. "Estamos usando 50% a mais de recursos do que a Terra pode fornecer e, a menos que mudemos de rumo, esse número vai crescer muito rapidamente. Em 2030, mesmo dois planetas não serão suficientes." A publicação do informe bienal, que convoca a humanidade a reduzir o desperdício e a usar os alimentos, fontes de energia e água de formas mais sustentáveis, chega antes da conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) marcada para junho no Rio de Janeiro, a Rio+20, onde líderes de todo o mundo vão debater como os governos podem erradicar a pobreza e ao mesmo tempo deixar de degradar o ambiente. Cada pessoa, em média, precisou de 2,7 dos chamados "hectares globais", que são hectares biologicamente produtivos, para produzir os recursos que consumiram em 2008, de acordo com os dados mais recentes disponíveis, divulgados no relatório. Em comparação, a chamada "biocapacidade" da Terra é de 1,8 hectare por pessoa, aponta o documento. A ONU divulgou que a população humana passou dos 7 bilhões em outubro. As variações nacionais estiveram na faixa entre quase 12 hectares por pessoa no Qatar, que vai ser sede da rodada de discussões da ONU sobre o clima neste ano, e menos de 1 hectare nos territórios palestinos. O Kuait, Emirados Árabes Unidos, Dinamarca e EUA seguiram o Qatar como os maiores usuários per capita de recursos. "Da mesma forma que se saca excessivamente de uma conta bancária, em algum momento, os recursos vão se esgotar", escreveram os autores do estudo. "Pelos atuais ritmos de consumo, alguns ecossistemas vão entrar em colapso mesmo antes de os recursos terem sumido completamente." Nem todos os países com as maiores "pegadas ecológicas" são desenvolvidos ou ricos em petróleo. A Mongólia ficou em 15º na classificação de maiores usuários per capita entre mais de 140 países, porque usa grandes áreas de pastagens para criar gado. O Uruguai está em 20º pelo mesmo motivo. O estudo também revelou que 28% da biodiversidade da Terra foi perdida entre 1970 e 2008. O cálculo, que leva em conta a abundância de 2.688 espécies de animais em diferentes partes do mundo, mostrou que a biodiversidade nos trópicos caiu 61% e nas regiões temperadas aumentou 31%. O relatório foi preparado pela WWF International em conjunto com a Global Footprint Network e a Sociedade de Zoologia de Londres (ZSL, na sigla em inglês). A WWF, com sede em Gland, na Suíça, é conhecida como World Wildlife Fund nos EUA. Fonte: Valor Econômico

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Bioenergy abre vaga em São Paulo

A Bioenergy, desenvolvedora de projetos de energia eólica, está selecionando um geógrafo para trabalhar no desenvolvimento de projetos de energia eólica e solar, em São Paulo (SP). O profissional deve ter conhecimentos teóricos e práticos em cartografia (sistemática e temática), sensoriamento remoto, geoprocessamento e ArcGIS. Desejável também conhecimentos em AutoCAD, Global Mapper, legislação ambiental e desenvolvimento de projetos de geração de energia (especialmente eólica e solar). O funcionário irá trabalhar diretamente na manutenção, atualização e gerenciamento de banco de dados geográficos (ArcGIS), elaboração de mapas temáticos diversificados, elaboração de memoriais descritivos e estudos ambientais (licenciamento). Contratação em regime CLT. Necessário possuir registro no CREA. Para maiores informações e envio de currículo, o interessado deve fazer um cadastro e preencher um formulário no site da empresa. Ao acessar o link, selecione a opção “Veja Vagas / Pesquisar / Analista de Geografia Pleno”. Fonte: Portal MUNDOGEO

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Cientistas pedem para se repensar população e consumo

Nova pesquisa da Royal Society de Londres enfatiza a necessidade de se controlar o crescimento populacional mundial e o consumo descontrolado para evitar atuais e futuros problemas ambientais, econômicos e sociais Mudanças climáticas, degradação ambiental, desigualdade socioeconômica: esses e outros problemas vivenciados pela sociedade contemporânea estão relacionados a dois fatores primordiais: o crescimento populacional e o consumo desenfreado. Visando discutir essas duas questões e seus desdobramentos, a Real Sociedade de Londres para o Progresso do Conhecimento da Natureza publicou nesta quinta-feira (26) um relatório sobre esses dois temas, e alertou: se o aumento da população e o consumo não forem controlados, poderemos enfrentar grandes catástrofes ambientais, econômicas e sociais no futuro. O documento da Royal Society – como a instituição é mais comumente conhecida -, intitulado Pessoas e o Planeta, é o resultado de um estudo de dois anos realizado por 23 cientistas e liderado por John Sulston, biólogo ganhador do prêmio Nobel. No estudo, os pesquisadores afirmam que a atual população, de sete bilhões de habitantes, poderá chegar a mais de nove bilhões em 2050, o que deverá colocar os recursos naturais do planeta sob ainda mais estresse do que atualmente. “O crescimento da população global é inevitável para as próximas décadas. Até 2050, estima-se que a população de hoje de sete bilhões terá crescido 2,3 bilhões, o equivalente a uma China e uma Índia”, exemplificam os autores. Neste sentido, a pesquisa declara que a quantidade de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, que hoje está na faixa de 1,3 bilhão, quase triplicaria, aumentando 2,5 bilhões. Isso em parte porque a região onde a população mundial mais cresce é a África, justamente onde há mais carências sociais e econômicas. “Considerando somente a África, a população aumentará em dois bilhões nesse século. Se falharmos e os níveis de fertilidade não baixarem para 2,1 (dos atuais 4,7) a população [lá] pode atingir 5,3 bilhões”, comentou Ekliya Zulu, um dos autores e presidente da União para Estudos da População Africana. Além disso, a questão do consumo também tende a se tornar ainda mais complexa, porque além do aumento populacional, que naturalmente exige mais recursos do planeta, o consumo nos países desenvolvidos também tende a crescer, principalmente se for considerado o aumento do padrão de vida em nações emergentes, como a China, a Índia e o Brasil. Apesar dessa situação preocupante, os cientistas afirmam que ainda há tempo para parar essa bomba-relógio. Para isso, no entanto, os pesquisadores enfatizam que a sociedade terá que tomar uma série de medidas para reduzir/controlar sua população e seu consumo. Uma dessas iniciativas seria desenvolver e implementar programas de planejamento familiar visando educar a população a respeito do controle de natalidade, principalmente mulheres em países em desenvolvimento, onde a taxa de nascimentos é maior. “Para suprir todas as necessidades não atendidas de planejamento familiar seria preciso US$ 6-7 bilhões por ano. Não é muito. E é um investimento extremamente bom, extremamente acessível. Não fornecer planejamento familiar é uma violação dos direitos humanos”, explicou Sulston “Quando diminuímos o crescimento populacional fortalecemos as mulheres e fornecemos mais dinheiro para que países menos desenvolvidos invistam em educação. A maioria das mulheres quer menos crianças. A demanda para reduzir a fertilidade está lá”, complementou Zulu. Apesar de defenderem o controle populacional, os autores não fixaram um número ‘ideal’ para uma população mundial sustentável, justificando que isso dependeria das escolhas de estilo de vida e de consumo. Em se tratando de consumo, os autores ressaltaram que, mais do que reduzi-lo, é necessário criar um equilíbrio entre o que é consumido nos países desenvolvidos e nas nações em desenvolvimento. “Muitos tipos de consumo deveriam aumentar nos países menos desenvolvidos. Mas alguns tipos de consumo deveriam estabilizar e diminuir nos países mais desenvolvidos (cujo número está sendo rapidamente ampliado pelas economias emergentes). Discussões internacionais contínuas que levem a tratados obrigatórios são essenciais para reconciliar as necessidades opostas”, observou o relatório. “Em termos materiais será necessário que os países mais desenvolvidos se abstenham de certos tipos de consumo, como o CO2. Você não precisa consumir tanto para ter uma vida longa e saudável. Não podemos conceber um mundo que vai ser tão desigual como é agora. Devemos tirar as 1,3 bilhão de pessoas que vivem com menos de US$ 1,25 por dia da pobreza absoluta. É vital retardar o crescimento populacional nesses países”, acrescentou Jules Pretty, um dos autores do documento. O estudo indica ainda que os métodos para medir o desenvolvimento econômico mundial devem ser reavaliados e mudados. “Estamos extremamente apegados à ideia de que o aumento do PIB é uma coisa boa”, disse Pretty. Cientistas que não estavam envolvidos no estudo saudaram a pesquisa, enfatizando que o relatório exalta a relação entre o crescimento populacional e o aumento do consumo “A Royal Society salienta com razão que é perigosamente enganoso se concentrar apenas no crescimento da população ou somente no consumo, já que lutamos para descobrir como podemos sustentar uma população de nove bilhões de pessoas no planeta no futuro. Uma abordagem muito mais ampla é necessária”, concordou Barbara Stocking, porta-voz da confederação Oxfam. “O planeta tem recursos suficientes para sustentar nove bilhões, mas só podemos garantir um futuro sustentável para todos se resolvermos os níveis grosseiramente desiguais de consumo. Redistribuir justamente os recursos consumidos pelos 10% mais ricos traz desenvolvimento, então a mortalidade infantil é reduzida, muito mais pessoas são educadas e mulheres têm o poder de determinar o tamanho de sua família – tudo isso reduzirá as taxas de nascimento”, continuou Stocking. “[Esse fatores] se multiplicam juntos. Você tem que lidar com eles juntos. Temos consumo demais entre os ricos e pouco demais entre os pobres. Isso implica [...] de alguma forma em redistribuir o acesso aos recursos dos ricos para os pobres. Mas nos EUA estamos fazendo o oposto. O partido Republicano é descontroladamente a favor de mais redistribuição, de tirar dinheiro dos pobres e dá-lo aos ricos”, criticou Paul Ehrlich, professor de estudos educacionais da Universidade de Stanford. Ehrlich, um dos mais renomados biólogos analistas populacionais do mundo, colocou, ao contrário do relatório, um número populacional que, segundo ele, garantiria ingredientes mínimos de uma vida decente para todos: esse número seria de 1,5 a dois bilhões de pessoas. Já Stocking sugeriu um valor para retirar as mais de um bilhão de pessoas que estão na extrema pobreza dessa situação. “As soluções são simples e atingíveis, mas os obstáculos políticos são enormes. Exigiria apenas 0,2% do rendimento global para tirar mais de um bilhão das pessoas mais pobres do mundo da linha da pobreza extrema. Com uma classe média crescente aumentando rapidamente a pressão sobre os recursos globais, é crucial que enfrentemos o desafio.” Finalizando a pesquisa, os autores pediram que políticos e outras figuras importantes na tomada de decisões deem enfoque a este problema, lembrando que a ciência tem um papel essencial em buscar soluções para estas situações, mas que não pode agir sozinha. “Peço para todos os governos considerarem o problema da população cuidadosamente no encontro da Rio+20 e para se comprometerem com um futuro mais justo baseado não no crescimento do consumo material para suas nações, mas nas necessidades da comunidade global, tanto no presente quanto no futuro”, convocou Sulston. “Em última análise, todos deveríamos lutar por um mundo no qual cada indivíduo tenha uma oportunidade de florescer. A ciência pode nos ajudar a atingir essa meta, não apenas desenvolvendo soluções práticas que melhorem nossa saúde e padrões de vida e otimizem nosso uso de recursos, mas também identificando problemas potenciais, como doenças emergentes ou o impacto de gases do efeito estufa. No entanto, não é uma panaceia e os cientistas sozinhos não podem resolver as desafios que enfrentamos agora. A humanidade deve agora agir coletivamente e de forma construtiva se quisermos encarar o futuro com confiança”, continuou o biólogo. “O número de pessoas vivendo no planeta nunca foi tão alto, seus níveis de consumo não têm precedentes e grandes mudanças estão ocorrendo no ambiente. Podemos escolher reequilibrar o uso de recursos para um padrão mais igualitário de consumo... ou podemos escolher não fazer nada e ficar à deriva em uma espiral de problemas econômicos e ambientais que levam a um futuro mais desigual e inóspito”, concluíram os autores. Fonte: Jéssica Lipinski - Instituto CarbonoBrasil

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Procuradores da República defendem veto ao novo Código Florestal

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou nota oficial manifestando sua profunda preocupação com o projeto de lei recém-aprovado no Congresso Nacional e que pretende substituir o Código Florestal. "Se é certo que a legislação hoje em vigor necessita de aprimoramento, também é evidente que o projeto agora encaminhado à Presidência da República, ao invés de resolver os conflitos que envolvem a proteção do meio ambiente e a produção agropecuária, acabará por agravá-los", diz a nota, assinada pelo presidente da entidade, o Procurador da República, Alexandre Camanho de Assis. Na avaliação dos procuradores, "os percalços e contramarchas de sua tramitação inviabilizaram o adequado enfrentamento das complexas questões que o novo código deveria solver, prestigiando - com quase inteira abstração da imprescindível nota de sustentabilidade - a matriz de crescimento, com desatenção a um acervo mínimo de tutela para atender às graves demandas ambientais". Dessa forma, a ANPR espera que "a presidenta Dilma Rousseff honre seu compromisso de campanha de não admitir retrocesso na questão ambiental, devolvendo, assim, ao parlamento a oportunidade de conceber uma lei mais de acordo com os anseios da população e com os rumos do país". "A imensa dificuldade de aplicar uma lei que trata de maneira desigual situações idênticas, aliada aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil - especialmente a Convenção da Biodiversidade, que assegura um progressiva melhoria das condições ambientais, conhecido como princípio do não-retrocesso -, aponta para o fracasso antecipado da nova legislação", diz ainda a nota que termina pedindo o veto integral ao projeto: "O processo legislativo que culminou no atual texto aprovado fez tábula rasa das melhores contribuições científicas das diversas instâncias da sociedade civil e mesmo governamentais - inclusive do próprio Ministério Público Federal -, para atender, desproporcionalmente, a demandas políticas setoriais. Veto integral ao projeto é o que esperam os procuradores da República". Fonte: Carta Maior

terça-feira, 1 de maio de 2012

Crescimento do lixo eletrônico ameaça a saúde da população e o meio ambiente

O crescimento significativo do lixo eletrônico (e-lixo) no Brasil vem preocupando os técnicos da Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (SEA). O resíduo desse tipo de material contém substâncias perigosas, que podem impactar o meio ambiente e ameaçar a saúde da população. A estimativa é que cada brasileiro descarta cerca de 0,5 quilo de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos por ano. O superintendente de Resíduos Sólidos da secretaria, Jorge Pinheiro, disse à Agência Brasil que em razão das substâncias perigosas contidas nesse tipo de aparelhos, é necessário organizar uma logística reversa no estado que acompanhe as discussões dos acordos setoriais, previstos na Lei 12.305/10, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Caberá ao grupo de trabalho técnico, constituído em Brasília, definir o acordo setorial, que dará as diretrizes para implementação da logística reversa dos eletroeletrônicos, disse. Pinheiro avaliou que às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, programada para junho próximo, no Rio de Janeiro, a adequação dos empreendimentos à nova lei de resíduos sólidos será de vital importância. Segundo ele, para que isso possa ocorrer de forma equilibrada e em conformidade legal, as novas práticas entre fornecedores e clientes precisarão ser adequadas, visando ao compartilhamento de responsabilidades. “Atualmente, existem ações pontuais de fabricantes que coletam os resíduos de seus equipamentos, por exemplo, e empresas ou organizações não governamentais (ONGs) que coletam ou recebem equipamentos eletroeletrônicos, dando a destinação final”, declarou. É o caso, de acordo com Pinheiro, da Fábrica Verde, projeto da SEA, que recebe doações de computadores e periféricos para reutilização, capacitando jovens do Complexo do Alemão, na Penha, bairro da zona norte da cidade, para a atividade de manutenção e montagem de computadores. Os novos aparelhos montados são destinados a entidades sem fins lucrativos e órgãos públicos instalados nas comunidades, declarou o superintendente. Ele ressaltou que novas empresas de remanufatura de resíduos eletroeletrônicos estão entre os negócios promissores para o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos. O superintendente observou, por outro lado, que os equipamentos descartados têm valor econômico, pois contém materiais valiosos e raros. O seu descarte correto é importante porque muitos elementos apresentam elevado teor de toxicidade, e também pelo fato de que, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o mundo produz entre 20 a 50 milhões de toneladas métricas de lixo tecnológico todos os anos. Na fabricação de computadores e celulares, por exemplo, são usados vários metais, entre os quais ouro, prata, gálio, índio, chumbo, cádmio e mercúrio. Alguns, como o cádmio, são agentes cancerígenos. Outros, como o chumbo, prejudicam o cérebro e o sistema nervoso, lembrou Pinheiro. Nas duas campanhas de esclarecimento e conscientização dos consumidores para o descarte correto do lixo eletrônico, promovidas pela secretaria, foram coletadas quase 12 toneladas de resíduos eletroeletrônicos, “sem contar os computadores que são reaproveitados na Fábrica Verde,no Complexo do Alemão”. Pinheiro ressaltou que a cadeia de reciclagem ainda não se acha estruturada para o fluxo desses resíduos e reforçou a necessidade de participação do setor produtivo para a viabilidade da logística reversa. Segundo o superintendente da SEA, mesmo antes das definições dos acordos setoriais previstos no decreto de regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a secretaria já vem trabalhando a questão de valorização dos resíduos dentro do Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), que está em elaboração. Em relação aos cuidados que a população deve ter em relação a esses materiais, o superintendente recomendou que devem procurar empresas de reciclagem que comprem resíduos eletroeletrônicos e tenham como garantir a destinação correta desses materiais. Outra alternativa, disse, “é guardar em casa até a montagem de uma logística reversa ou entrar em contato com o fabricante do produto e saber se ele tem uma solução”. Fonte: Alana Gandra - Agência Brasil << IMPRIMIR | FECHAR >>