quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sobre a Energia Solar

Quase todas as fontes de energia – hidráulica, biomassa, eólica, combustíveis fósseis e energia dos oceanos – são formas indiretas de energia solar, o que justifica a associação "mãe das energias". Além disso, a radiação solar pode ser utilizada diretamente como fonte de energia térmica, para aquecimento de fluidos e ambientes e para geração de potência mecânica ou elétrica. Pode ainda ser convertida diretamente em energia elétrica, por meio de efeitos sobre determinados materiais, entre os quais se destacam o termoelétrico e o fotovoltaico.
O aproveitamento da iluminação natural e do calor para aquecimento de ambientes, denominado aquecimento solar passivo, decorre da penetração ou absorção da radiação solar nas edificações, reduzindo-se, com isso, as necessidades de iluminação e aquecimento. Assim, um melhor aproveitamento da radiação solar pode ser feito com o auxílio de técnicas mais sofisticadas de arquitetura e construção.
O aproveitamento térmico para aquecimento de fluidos é feito com o uso de coletores ou concentradores solares. Os coletores solares são mais usados em aplicações residenciais e comerciais (hotéis, restaurantes, clubes, hospitais etc.) para o aquecimento de água (higiene pessoal e lavagem de utensílios e ambientes). Os concentradores solares destinam-se a aplicações que requerem temperaturas mais elevadas, como a secagem de grãos e a produção de vapor. Neste último caso, pode-se gerar energia mecânica com o auxílio de uma turbina a vapor, e, posteriormente, eletricidade, por meio de um gerador.
A conversão direta da energia solar em energia elétrica ocorre pelos efeitos da radiação (calor e luz) sobre determinados materiais, particularmente os semicondutores. Entre esses, destacam-se os efeitos termoelétrico e fotovoltaico. O primeiro caracteriza-se pelo surgimento de uma diferença de potencial, provocada pela junção de dois metais, em condições específicas. No segundo, os fótons contidos na luz solar são convertidos em energia elétrica, por meio do uso de células solares.
Entre os vários processos de aproveitamento da energia solar, os mais usados atualmente são o aquecimento de água e a geração fotovoltaica de energia elétrica. No Brasil, o primeiro é mais encontrado nas regiões Sul e Sudeste, devido a características climáticas, e o segundo, nas regiões Norte e Nordeste, em comunidades isoladas da rede de energia elétrica.
Aproveitamento da energia solar
O aproveitamento da energia solar, ou seja a utilização do calor proveniente do sol, pode se dar de diversas maneiras, tais como:
a) gerar eletricidade, principalmente, nas regiões onde não há sistema de transmissão de energia elétrica convencional, ou seja, regiões não interligadas ao Sistema Integrado Nacional (SIN);
b) aquecer a água dos chuveiros elétricos;
c) uso de estufas para maior crescimento de vegetais que precisam manter a temperatura interna mais elevada que a temperatura externa;
d) secagem de grãos;
e) bombeamento de água usando um painel fotovoltaico acoplado a uma bomba hidráulica.
Aproveitamento da energia solar no Brasil
Atualmente há vários projetos, em curso ou em operação, para o aproveitamento da energia solar no Brasil, particularmente por meio de sistemas fotovoltaicos de geração de eletricidade, visando ao atendimento de comunidades isoladas da rede de energia elétrica e ao desenvolvimento regional. Além do apoio técnico, científico e financeiro recebido de diversos órgãos e instituições brasileiras (MME, Eletrobrás/CEPEL e universidades, entre outros), esses projetos têm tido o suporte de organismos internacionais, particularmente da Agência Alemã de Cooperação Técnica – GTZ e do Laboratório de Energia Renovável dos Estados Unidos (National Renewable Energy Laboratory) – NREL/DOE. Também a área de aproveitamento da energia solar para aquecimento de água tem adquirido importância nas regiões Sul e Sudeste do País, onde uma parcela expressiva do consumo de energia elétrica é destinada a esse fim, principalmente no setor residencial.
Referencia Bibliográfica
Energia Alternativa – Sistemas Fotovoltaicos, CEMIG, Texto Superintendência de Planejamento e Desenvolvimento Energético – PE
PALZ, Wolfong. Energia Solar e Fontes Alternativas, Editora Hemus, São Paulo, 1981.

Começa a COP 17 - Durban

Começou nesta segunda-feira (28) a 17ª Conferência das Partes da ONU (COP17) em Durban, na África do Sul, e realmente está difícil ser otimista com relação aos resultados das negociações.
O maior debate da conferência será sobre o futuro do Protocolo de Quioto, que expira em 2012. Os Estados Unidos, que nunca assinaram o documento, são totalmente contrários a sua extensão porque as grandes nações emergentes - China, Índia e Brasil - não possuem metas obrigatórias sob o tratado.
A postura norte-americana serve de exemplo para Japão, Rússia e Canadá, que também não querem a sua continuidade. Os canadenses podem inclusive abandonar Quioto antes mesmo dele expirar. Segundo a imprensa do país, o governo pretende anunciar no próximo dia 23 que está oficialmente fora do Protocolo.
Outro imbróglio em Durban é a questão do financiamento climático. Com a União Europeia em crise e os EUA cambaleando, dificilmente alguma delegação assumirá compromissos que signifiquem mais gastos para os seus países. Assim, mesmo promessas já formalizadas podem ficar sem serem cumpridas.
Apesar de estarmos apenas no segundo dia da COP17, já existe a impressão de que mais uma vez nada de concreto será decidido e os negociadores vão mesmo é deixar tudo para outra ocasião. A proposta da União Europeia de adotar um plano de contingências para os próximos anos, para que o acordo climático seja concluído apenas depois de 2015, ganha cada vez mais força.
Outra opção que está ganhando corpo é a de que seja criada uma versão “light” do Protocolo de Quioto, que ficaria em vigor apenas para garantir o funcionamento do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e de outras iniciativas de baixo carbono.
A COP17 prossegue até o dia 9 de dezembro e ficaremos sempre atentos trazendo novas notícias.
Fonte: Instituto CarbonoBrasil

terça-feira, 29 de novembro de 2011

EPE prepara estudo sobre distribuição de energia solar

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, disse que a entidade esta elaborando um estudo para viabilizar a comercialização da energia solar no País. O estudo, encomendado pelo Ministério de Minas e Energia, analisa formas de distribuição e como poderiam ser viabilizados os leilões de energia de matriz solar.
"Temos um potencial interessante de energia solar e o Brasil é o segundo maior produtor de silício no mundo, material exportado para fazer os painéis solares, que depois retornam para cá. Então temos a matéria-prima. Temos potencial para industrialização" disse Tolmasquim na abertura do Seminário Nacional de Energia Solar, realizado na sede da Fecomercio-RJ.
Durante o evento, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e Energia do Rio, Júlio Bueno, entregou a Tolmasquim a proposta do estado para a Carta do Sol, que sugere políticas para a expansão da energia solar no País. Seu texto trata da criação de mercado, de desenvolvimento tecnológico e de incentivos financeiros e tributários, explicou Bueno.
De acordo com Tolmasquim, a Carta do Sol, que ainda deve ser assinada por todos os secretários estaduais de energia, servirá como subsídio importante para o estudo em andamento encomendado pelo Ministério. "Vem em um ótimo momento", concluiu o presidente da EPE.
Fonte: Agência Estado

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Parceria do Brasil com a Alemanha vai mover carro com gás de esgoto

Experimento-piloto funcionará em estação de tratamento de Franca (SP). Frota de 49 veículos será abastecida com combustível alternativo.
Uma experiência inédita no Brasil, fruto do convênio entre instituições públicas do país e da Alemanha, pretende transformar o gás liberado no processo de tratamento de esgoto em combustível para automóveis, no intuito de diminuir o consumo de petróleo e reduzir as emissões à atmosfera de dióxido de carbono.
O projeto-piloto será implantado pela Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) na cidade de Franca, no interior paulista, após firmar convênio com o Instituto Fraunhofer, de Stuttgart, em Baden-Württemberg.
Com investimento estimado em R$ 6 milhões, sendo que R$ 5,1 milhões serão aplicados pelo governo da Alemanha por meio da Iniciativa Internacional de Proteção Climática, do Ministério do Meio Ambiente, a estação de tratamento de esgoto (ETE) de Franca será equipada com um biodigestor que vai captar diariamente 2.700 m³ de biogás e irá enriquecê-lo com a inserção de componentes químicos para que se transforme em 1.800 m³ de biometano, que tem o mesmo poder calorífico da gasolina.
“Um metro cúbico de biometano equivale a um litro de gasolina. Este produto resultante do tratamento do esgoto será aplicado na frota de veículos da Sabesp que atende a região de Franca”, diz Werner Sternad, pesquisador da área de Biotecnologia Ambiental e Engenharia de Bioprocessos do Instituto Fraunhofer.
Abaixo, à esquerda, estação de tratamento de esgoto de Franca, no interior de São Paulo. À direita, exemplo de ônibus que é abastecido com biogás enriquecido a partir do tratamento de esgoto. Parceria entre Brasil e Alemanha prevê investimentos de R$ 6 milhões em projeto inédito no país.
(Foto: Divulgação)
De acordo com Américo de Oliveira Sampaio, superintendente de pesquisa e desenvolvimento e inovação tecnológica da Sabesp, 49 veículos da estatal paulista serão abastecidos com este gás. “Haverá uma economia de 1.800 litros de gasolina por dia e uma redução nas emissões de CO2”, afirmou Sampaio ao Globo Natureza. Ele ressalta ainda que a substituição representará uma economia de 10% do consumo atual de gasolina e álcool.
Estimativa da organização ambiental World Resources Institute, sediada em Washington, nos Estados Unidos, é que cada litro de gasolina emitiria cerca de 2,28 kg de CO2. Com o experimento, anualmente haverá a redução de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de dióxido de carbono com o reaproveitamento do gás.
Energia Elétrica
Segundo Sternad, a técnica de transformação do biogás de esgoto em combustível já ocorre em cidades como Estocolmo, na Suécia, e em Berna, na Suíça.
“Na Alemanha esta tecnologia já existe há 15 anos, mas o biogás proveniente do tratamento de esgoto é destinado à produção de energia elétrica. O governo oferece um incentivo de 0,14 centavos de euro por KWh até 2020”, disse. A prática é uma das alternativas de inserir energia limpa à rede e substituir as usinas nucleares, que encerrarão as atividades até 2022, conforme anúncio feito pelo governo alemão.
Ainda segundo o pesquisador alemão, qualquer cidade com mais de 20 mil habitantes pode aderir a esta tecnologia. “Em São Paulo, por exemplo, gera-se 5 mil m³ de biogás por hora. Isto tudo poderia ser transformado em combustível a partir do beneficiamento”, afirmou.
Logística
A ETE de Franca foi escolhida para receber o projeto devido à alta capacidade de processamento do esgoto. De acordo com a companhia, 98% de todos os dejetos domésticos são tratados, com uma vazão de 600 litros por segundo.
Segundo Américo Sampaio, o projeto de instalação do biodigestor começou a ser negociado há três meses e deve durar três anos. “A previsão é que a instalação ocorra até março de 2012. Um dos principais focos também será no desenvolvimento da logística de distribuição deste combustível. Temos que pensar em como vamos levar este gás combustível aos veículos que serão convertidos para recebê-lo. Se vamos construir um caminhão adequado ou um novo ponto de distribuição”, disse.
Ele comentou ainda que outro foco da pesquisa conduzida pelo Fraunhofer será o monitoramento dos automóveis movidos com o gás enriquecido. “Se tudo der certo, a nossa meta será levar este projeto para toda a frota da Sabesp no estado”, explicou.
Fonte:www.inan.org.br

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Eletrosul recebe 14 propostas para instalação de usina solar

A Eletrosul Centrais Elétricas S.A. – subsidiária da Eletrobras – recebeu 14 propostas para a implantação do projeto Megawatt Solar – uma usina fotovoltaica com capacidade para, pelo menos, um megawatt-pico, que será instalada nas coberturas e estacionamentos da sede da estatal, em Florianópolis (SC). As empresas proponentes – sozinhas ou consorciadas - são do Brasil, Alemanha, China, Espanha, Estados Unidos, Itália e Portugal. Para o gerente responsável pelo projeto na Eletrosul, Rafael Takasaki, o número de propostas é expressivo, considerando o ineditismo e complexidade do projeto.
O prazo para entrega das propostas para a concorrência internacional terminou às 11 horas desta segunda-feira (31). A partir das 15 horas, foi iniciada a sessão pública de abertura dos envelopes com os documentos de habilitação preliminar. Nessa etapa, serão avaliadas a parte jurídica (de constituição da empresa ou consórcio), a qualificação econômico-financeira, a regularidade fiscal e a qualificação técnica. A comissão especial de licitação já iniciou a análise da documentação.
O relatório com as empresas habilitadas será publicado no Diário Oficial. Passado prazo para eventuais recursos, será realizada a etapa de abertura das propostas comerciais. A classificação se dará pelo menor preço. A empresa que oferecer o menor preço e atender, em seu projeto, todas as especificações técnicas do edital será declarada vencedora.
A expectativa, segundo Takasaki, é que todo esse processo seja concluído em um mês e a implantação da usina comece no primeiro trimestre de 2012.
Projeto modelo
– O projeto conceitual do Megawatt Solar prevê a instalação dos módulos fotovoltaicos (painéis que captam os raios solares e transformam em energia elétrica) nas coberturas do edifício-sede e dos estacionamentos da Eletrosul, totalizando uma área de aproximadamente 10 mil metros quadrados. O orçamento do projeto definido no edital é de aproximadamente R$ 10,8 milhões e será parcialmente financiado pelo banco de fomento alemão KfW.
A intenção da diretoria executiva da Eletrosul, é que esse projeto sirva de estímulo para que iniciativas semelhantes se repliquem no Brasil e, também, para aprofundar as pesquisas na área de geração fotovoltaica.
A energia produzida pela usina será comercializada no Ambiente de Comercialização Livre. Como o seu preço ainda não é tão competitivo como o ofertado por fontes hidrelétricas e eólicas, a Eletrosul buscará desenvolver o mercado de energia "verde" por meio de um certificado de origem - um "Selo Solar". "O selo desenvolvido pelo Instituto Ideal permitirá que o mercado reconheça o valor de projetos inovadores e comprometidos com o meio ambiente, bem como permitirá que esses consumidores demonstrem ao seu cliente final o mesmo comprometimento", ponderou Takasaki.