Uma das principais ferramentas do governo brasileiro para combater o desmatamento na maior floresta tropical do mundo, o Fundo Amazônia, precisa de uma reformulação para ser efetivo, afirma a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável
Desde de 2004, a taxa de desmatamento na Amazônia brasileira segue uma trajetória de queda, porém os gráficos demonstram uma curva flutuante nas últimas décadas. Dados do IMAZON demonstram que o desmatamento em dezembro de 2010 aumentou 994% em relação a dezembro de 2009. Com relação a janeiro de 2010, janeiro de 2011 apresentou um aumento de 22%, mesmo com Fundo Amazônia já está operação.
Dentre as pressões atuais sobre a floresta, o consultor da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) Luiz Saporta aponta como as principais: o aumento no preço das commodities (custo de oportunidade da terra), novas rodovias, que fornecem logística para o transporte das commodities, e novos projetos hidroelétricos e de linhas de transmissão responsáveis pelo deslocamento de milhares de trabalhadores para as obras. O FBDS conduziu uma pesquisa aprofundada sobre o Fundo Amazônia e concluiu que, mesmo sendo uma das principais ferramentas brasileiras para combater o desmatamento, ainda existem muitas brechas a serem fechadas na gestão e aplicação do recursos.
Saporta ressalta que dentre os problemas está a lentidão na aprovação de projetos pelo BNDES, sendo que apenas um quinto, ou 13 dos 67 projetos encaminhados receberam o sinal verde. Isto acontece, dentre outros motivos de acordo com o FBDS, pois o BNDES não está acostumado com as especificidades de projetos como os de redução das emissões por desmatamento e degradação (REDD+), com necessidade de financiamento a fundo perdido, projetos sem garantias físicas, desenvolvidos em regiões de uso coletivo. Não houve preparação do banco para tal, enfatiza Saporta e, além disso, o governo brasileiro escolheu um mecanismo centralizado para a distribuição de recursos para REDD. O lado da demanda também não contribui para o desenvolvimento de projetos de REDD no país, comentou Saporta. Falta treinamento de pessoal para o desenvolvimento de projetos e não há organização nas prefeituras da região, o resultado é a centralização de projetos em grandes ONGs e governos estaduais.
“No Brasil fala-se em falta de recursos, mas muitos não são usados por falta de projetos bem desenvolvidos. Há uma carência nas universidades e governos para o sucesso dos projetos e falta organização das prefeituras ...Sobram recursos não só no Fundo Amazônia, mas em outros fundos específicos como P&D e ciência básica”, completou.Dos 13 projetos aprovados/contratados, seis tem orçamento maior que R$ 10 milhões e concentram cerca de 80% dos recursos (FAS, Estado do Acre, Estado do Amazonas, FUNBIO –ARPA, Estado do Pará e TNC). “Nos dois lados há uma forte centralização para que o REDD consiga ter resultado”, apontou Saporta. Uma nova política brasileira para o REDD precisa, segundo o FBDS, atrair novos atores, como pequenas prefeituras para dar voz aos povos locais; incluir treinamento para o desenvolvimento de projetos e acelerar a tomada de decisão dos gestores talvez descentralizando o processo. “É importante que quem está pedindo recursos não se sinta em um beco burocrático e lento”, comentou.
Saporta cita como uma experiência valiosa o caso do Sistema de Serviços Ambientais (SISA) do Acre. Todas as etapas para chegar ao SISA foram completadas, segundo ele, o zoneamento ecológico-econômico e as Leis Estaduais de regulação dos recursos naturais, como florestas e rios. Uma característica interessante é a possível ligação do sistema com o mercado de carbono da Califórnia a partir de 2012.
“O Acre saiu na frente em relação aos outros estados da Amazônia, mais pelo arcabouço legal do que pela experiência, pois a política é nova. O Acre conseguiu escapar um pouco do voluntarismo que é uma característica do Brasil”, falou o consultor completando que este foi um passo essencial para dar segurança aos investidores e beneficiar os povos locais.
Autor: Fernanda B. Müller - Fonte: Instituto CarbonoBrasil
Analista Técnico em Gestão de Desenvolvimento Sustentável. Consultor em Meio Ambiente e Energias Alternativas. Parceria com a Senso Consultoria e Representante da Brasil Ecológico Energia Solar para SC.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Aumenta destruição da camada de ozônio devido ao uso de produtos químicos, advertem cientistas
A Organização Mundial de Meteorologia (cuja sigla em inglês é WMO) identificou um aumento na destruição na camada no Ártico. A perda é considerada inédita, mas não inesperada. A principal causa da destruição é a elevação no uso de produtos químicos presentes em aerossóis, geladeiras e extintores de incêndio. A camada de ozônio é a que protege a vida no planeta dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta.
O aumento da quantidade de gases de efeito estufa geram altas temperaturas na superfície da terra. Desde o final de março, a região considerada mais afetada pela destruição da camada de ozônio estende-se entre a Groenlândia e a Escandinávia. As medições mostram que a perda de ozônio ocorre entre 15 e 23 quilômetros acima do solo. Na região, mais de dois terços do ozônio foram destruídos até o momento.
De acordo com os cientistas, a tendência é que a radiação de raios ultravioleta não aumente nas regiões mais frias com mesma intensidade que nas áreas tropicais. Os raios ultravioleta (UV-B) têm sido associados ao aparecimento de câncer de pele, catarata e danos ao sistema imunológico humano.
O estudo divulgado hoje (5) informa ainda que a destruição do ozônio estratosférico é mais intensa nas regiões polares, quando as temperaturas caem abaixo de – 78 graus Celsius (ºC). "A perda de ozônio, pela experiência, depende das condições meteorológicas. A perda de ozônio em 2011 mostra que temos de permanecer vigilantes e manter um olhar atento sobre a situação no Ártico nos próximos anos ", disse o secretário-geral da organização, Michel Jarraud.
Um acordo internacional, firmado por vários países, define uma série de medidas para a recuperação da camada de ozônio. As medidas incluem iniciativas que devem ser implementadas até 2060.
Sem o Protocolo de Montreal, segundo os especialistas, a destruição na camada de ozônio poderia ser mais intensa. De acordo com os peritos, a lenta recuperação da camada de ozônio se deve ao fato de que as substâncias que a destroem permanecem na atmosfera por várias décadas.
A camada de ozônio fica na estratosfera, que é a segunda maior cobertura da atmosfera. Na Antártida, a destruição na camada de ozônio aumenta no período da primavera devido à existência de temperaturas extremamente baixas na estratosfera.
No Ártico, as condições meteorológicas variam mais de um ano para o outro, e as temperaturas são mais quentes do as registradas na Antártida. Os invernos árticos, de acordo com os cientistas, não apresentam perdas na camada de ozônio, enquanto as temperaturas frias na estratosfera do Ártico causam destruição.
(Fonte: Renata Giraldi - Agência Brasil )
O aumento da quantidade de gases de efeito estufa geram altas temperaturas na superfície da terra. Desde o final de março, a região considerada mais afetada pela destruição da camada de ozônio estende-se entre a Groenlândia e a Escandinávia. As medições mostram que a perda de ozônio ocorre entre 15 e 23 quilômetros acima do solo. Na região, mais de dois terços do ozônio foram destruídos até o momento.
De acordo com os cientistas, a tendência é que a radiação de raios ultravioleta não aumente nas regiões mais frias com mesma intensidade que nas áreas tropicais. Os raios ultravioleta (UV-B) têm sido associados ao aparecimento de câncer de pele, catarata e danos ao sistema imunológico humano.
O estudo divulgado hoje (5) informa ainda que a destruição do ozônio estratosférico é mais intensa nas regiões polares, quando as temperaturas caem abaixo de – 78 graus Celsius (ºC). "A perda de ozônio, pela experiência, depende das condições meteorológicas. A perda de ozônio em 2011 mostra que temos de permanecer vigilantes e manter um olhar atento sobre a situação no Ártico nos próximos anos ", disse o secretário-geral da organização, Michel Jarraud.
Um acordo internacional, firmado por vários países, define uma série de medidas para a recuperação da camada de ozônio. As medidas incluem iniciativas que devem ser implementadas até 2060.
Sem o Protocolo de Montreal, segundo os especialistas, a destruição na camada de ozônio poderia ser mais intensa. De acordo com os peritos, a lenta recuperação da camada de ozônio se deve ao fato de que as substâncias que a destroem permanecem na atmosfera por várias décadas.
A camada de ozônio fica na estratosfera, que é a segunda maior cobertura da atmosfera. Na Antártida, a destruição na camada de ozônio aumenta no período da primavera devido à existência de temperaturas extremamente baixas na estratosfera.
No Ártico, as condições meteorológicas variam mais de um ano para o outro, e as temperaturas são mais quentes do as registradas na Antártida. Os invernos árticos, de acordo com os cientistas, não apresentam perdas na camada de ozônio, enquanto as temperaturas frias na estratosfera do Ártico causam destruição.
(Fonte: Renata Giraldi - Agência Brasil )
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Pesquisadores da Unesp desenvolvem plásticos a partir de fibras naturais extraídas de resíduos agroindustriais.
Superplásticos naturais – De resíduos agroindustriais saem fibras que poderão dar origem a uma nova geração de superplásticos. Mais leves, resistentes e ecologicamente corretos do que os polímeros convencionais utilizados industrialmente, as alternativas vêm sendo pesquisadas pelo grupo coordenado pelo professor Alcides Lopes Leão na Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), em Botucatu.
Obtidas de resíduos de cultivares como o curauá (Ananas erectifolius) – planta amazônica da mesma família do abacaxi –, além da banana, casca de coco, sisal, o próprio abacaxi, madeira e resíduos da fabricação de celulose, as fibras naturais começaram a ser estudadas em escalas de centímetros e milímetros pelo professor Lopes Leão e colegas no início da década de 1990.
Ao testá-las nos últimos dois anos em escala nanométrica (da bilionésima parte do metro), os pesquisadores descobriram que as fibras apresentam resistência similar às fibras de carbono e de vidro. E, por isso, podem substituí-las como matérias-primas para a fabricação de plásticos. O resultado são materiais mais fortes e duráveis e com a vantagem de, diferentemente dos plásticos convencionais originados do petróleo e de gás natural, serem totalmente renováveis.
“As propriedades mecânicas dessas fibras em escala nanométrica aumentam enormemente. A peça feita com esse tipo de material se torna 30 vezes mais leve e entre três e quatro vezes mais resistente”, disse Lopes Leão à Agência FAPESP.
Em testes realizados pelo grupo por meio de um acordo de pesquisa com a Braskem, em que foi adicionado 0,2% de nanofibra ao polipropileno fabricado pela empresa, o material apresentou aumento de resistência de mais de 50%.
Já em ensaios realizados com plástico injetável utilizado na fabricação de para-choques, painéis internos e laterais e protetor de cárter de automóveis, em que foi adicionado entre 0,2% e 1,2% de nanofibras, as peças apresentaram maior resistência e leveza do que as encontradas no mercado atualmente, segundo o cientista.
“Em todas as peças utilizadas pela indústria automobilística à base de polipropileno injetado nós substituímos a fibra de vidro pela nanocelulose e obtivemos melhora das propriedades”, afirmou.
Além do aumento na segurança, os plásticos feitos de nanofibras possibilitam reduzir o peso do veículo e aumentar a economia de combustível. Também apresentam maior resistência a danos causados pelo calor e por derramamento de líquidos, como a gasolina.
“Por enquanto, estamos focando a aplicação das nanofibras na substituição dos plásticos automotivos. Mas, no futuro, poderemos substituir peças que hoje são feitas de aço ou alumínio por esses materiais”, disse Lopes Leão.
Por meio de um projeto apoiado por meio do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) da FAPESP, a fibra de curauá passou a ser utilizada no teto, na parte interna das portas e na tampa de compartimento da bagagem dos automóveis Fox e Polo, fabricados pela Volkswagen.
Outras indústrias automobilísticas já manifestaram interesse pela tecnologia, segundo Lopes Leão. Entre elas está uma empresa indiana, cujo nome não foi revelado, que tomou conhecimento da pesquisa após ela ser apresentada no 241º Encontro e Exposição Nacional da Sociedade Norte-Americana de Química (ACS, na sigla em inglês), que ocorreu no final de março em Anaheim, nos Estados Unidos.
Fibras mais promissoras
Segundo o coordenador da pesquisa, além da indústria automobilística as nanofibras podem ser aplicadas em outros setores, como o de materiais médicos e odontológicos.
Em um projeto realizado em parceria com a Faculdade de Odontologia da Unesp de Araraquara, os pesquisadores pretendem substituir o titânio utilizado na fabricação de pinos metálicos para implantes dentários pelas nanofibras.
Em outro projeto desenvolvido com a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp de Botucatu, o grupo utiliza as nanofibras para desenvolver membranas de celulose bacteriana vegetal.
Em testes de biocompatibilidade in vivo, realizados com ratos, os animais sobreviveram por seis meses com o material. “Nenhuma pesquisa do tipo tinha conseguido atingir, até então, esse resultado”, afirmou Lopes Leão.
Por meio de outros projetos financiados pela FAPESP, o grupo da Unesp também está estudando a utilização de fibras naturais para o desenvolvimento de compósitos reforçados e para o tratamento de águas poluídas por óleo.
De acordo com o coordenador, entre as fibras de plantas, as do abacaxi são as que apresentam maior resistência e vocação para serem utilizadas na fabricação de bioplásticos.
Dos materiais, o mais promissor é o lodo da celulose de papel, um resíduo do processo de fabricação que as indústrias costumam descartar em enormes quantidades e com grandes custos financeiros e ambientais em aterros sanitários.
Para utilizar esse resíduo como fonte de nanofibras, Lopes Leão pretende iniciar um projeto de pesquisa com a fabricante de papel Fibria em que o lodo da celulose produzido pela empresa seria transformado em um produto comercial. “É muito mais simples extrair as nanofibras desse material do que da madeira, porque ele já está limpo e tratado pelas fábricas de papel”, disse.
Para preparar as nanofibras, os cientistas desenvolveram um método em que colocam as folhas e caules de abacaxi ou das demais plantas em um equipamento parecido com uma panela de pressão.
O “molho” resultado dessa mistura é formado por um conjunto de compostos químicos e o cozimento é feito em vários ciclos, até produzir um material fino, parecido com o talco. Um quilograma do material pode produzir 100 quilogramas de plásticos leves e super-reforçados.
Reportagem de Elton Alisson, da Agência FAPESP
Obtidas de resíduos de cultivares como o curauá (Ananas erectifolius) – planta amazônica da mesma família do abacaxi –, além da banana, casca de coco, sisal, o próprio abacaxi, madeira e resíduos da fabricação de celulose, as fibras naturais começaram a ser estudadas em escalas de centímetros e milímetros pelo professor Lopes Leão e colegas no início da década de 1990.
Ao testá-las nos últimos dois anos em escala nanométrica (da bilionésima parte do metro), os pesquisadores descobriram que as fibras apresentam resistência similar às fibras de carbono e de vidro. E, por isso, podem substituí-las como matérias-primas para a fabricação de plásticos. O resultado são materiais mais fortes e duráveis e com a vantagem de, diferentemente dos plásticos convencionais originados do petróleo e de gás natural, serem totalmente renováveis.
“As propriedades mecânicas dessas fibras em escala nanométrica aumentam enormemente. A peça feita com esse tipo de material se torna 30 vezes mais leve e entre três e quatro vezes mais resistente”, disse Lopes Leão à Agência FAPESP.
Em testes realizados pelo grupo por meio de um acordo de pesquisa com a Braskem, em que foi adicionado 0,2% de nanofibra ao polipropileno fabricado pela empresa, o material apresentou aumento de resistência de mais de 50%.
Já em ensaios realizados com plástico injetável utilizado na fabricação de para-choques, painéis internos e laterais e protetor de cárter de automóveis, em que foi adicionado entre 0,2% e 1,2% de nanofibras, as peças apresentaram maior resistência e leveza do que as encontradas no mercado atualmente, segundo o cientista.
“Em todas as peças utilizadas pela indústria automobilística à base de polipropileno injetado nós substituímos a fibra de vidro pela nanocelulose e obtivemos melhora das propriedades”, afirmou.
Além do aumento na segurança, os plásticos feitos de nanofibras possibilitam reduzir o peso do veículo e aumentar a economia de combustível. Também apresentam maior resistência a danos causados pelo calor e por derramamento de líquidos, como a gasolina.
“Por enquanto, estamos focando a aplicação das nanofibras na substituição dos plásticos automotivos. Mas, no futuro, poderemos substituir peças que hoje são feitas de aço ou alumínio por esses materiais”, disse Lopes Leão.
Por meio de um projeto apoiado por meio do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) da FAPESP, a fibra de curauá passou a ser utilizada no teto, na parte interna das portas e na tampa de compartimento da bagagem dos automóveis Fox e Polo, fabricados pela Volkswagen.
Outras indústrias automobilísticas já manifestaram interesse pela tecnologia, segundo Lopes Leão. Entre elas está uma empresa indiana, cujo nome não foi revelado, que tomou conhecimento da pesquisa após ela ser apresentada no 241º Encontro e Exposição Nacional da Sociedade Norte-Americana de Química (ACS, na sigla em inglês), que ocorreu no final de março em Anaheim, nos Estados Unidos.
Fibras mais promissoras
Segundo o coordenador da pesquisa, além da indústria automobilística as nanofibras podem ser aplicadas em outros setores, como o de materiais médicos e odontológicos.
Em um projeto realizado em parceria com a Faculdade de Odontologia da Unesp de Araraquara, os pesquisadores pretendem substituir o titânio utilizado na fabricação de pinos metálicos para implantes dentários pelas nanofibras.
Em outro projeto desenvolvido com a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp de Botucatu, o grupo utiliza as nanofibras para desenvolver membranas de celulose bacteriana vegetal.
Em testes de biocompatibilidade in vivo, realizados com ratos, os animais sobreviveram por seis meses com o material. “Nenhuma pesquisa do tipo tinha conseguido atingir, até então, esse resultado”, afirmou Lopes Leão.
Por meio de outros projetos financiados pela FAPESP, o grupo da Unesp também está estudando a utilização de fibras naturais para o desenvolvimento de compósitos reforçados e para o tratamento de águas poluídas por óleo.
De acordo com o coordenador, entre as fibras de plantas, as do abacaxi são as que apresentam maior resistência e vocação para serem utilizadas na fabricação de bioplásticos.
Dos materiais, o mais promissor é o lodo da celulose de papel, um resíduo do processo de fabricação que as indústrias costumam descartar em enormes quantidades e com grandes custos financeiros e ambientais em aterros sanitários.
Para utilizar esse resíduo como fonte de nanofibras, Lopes Leão pretende iniciar um projeto de pesquisa com a fabricante de papel Fibria em que o lodo da celulose produzido pela empresa seria transformado em um produto comercial. “É muito mais simples extrair as nanofibras desse material do que da madeira, porque ele já está limpo e tratado pelas fábricas de papel”, disse.
Para preparar as nanofibras, os cientistas desenvolveram um método em que colocam as folhas e caules de abacaxi ou das demais plantas em um equipamento parecido com uma panela de pressão.
O “molho” resultado dessa mistura é formado por um conjunto de compostos químicos e o cozimento é feito em vários ciclos, até produzir um material fino, parecido com o talco. Um quilograma do material pode produzir 100 quilogramas de plásticos leves e super-reforçados.
Reportagem de Elton Alisson, da Agência FAPESP
Assinar:
Comentários (Atom)